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Techome capta R$ 35 milhões; Nubank entra em empréstimo a PJ: os destaques da semana no ecossistema

Fonte: Redação

A última semana de março está intensa, com a divulgação de vários aportes. Um dos destaques foi a captação de R$ 35 milhões pela Techome, startup que constrói casas inteligentes, em uma Série A liderada pela Astella. Já a Shopper, de supermercado digital, atraiu a 4Equity para potencializar seus esforços de mídia.

Outra novidade foi o anúncio do Nubank sobre o início da oferta de empréstimos para pessoas jurídicas. O produto de capital de giro do banco digital permite que micro e pequenos empreendedores consigam crédito sem a necessidade de garantia.

E, antes de declarar o fim do mês em que é comemorado o Dia da Mulher, trazemos dados sobre a presença delas no ecossistema de inovação, além das experiências de fundadoras e investidoras em um mercado ainda muito masculino.

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Aportes

Techome. A startup de casas inteligentes levantou uma Série A de R$ 35 milhões liderada pela Astella, com participação de Endeavor Scale-Up Ventures e Endeavor Catalyst. O aporte será utilizado para otimizar a produção de residências com placas solares, internet e aplicativos para controlar o consumo do lar, a partir de uma fábrica própria. A Techome oferece um catálogo de imóveis projetados, além de prestar consultoria para a compra de lotes. No momento, a startup atua na região metropolitana de Campinas e Sorocaba, no interior de São Paulo.

Shopper. A startup de supermercado 100% online realizou uma operação de media for equity de R$ 20 milhões com a 4Equity Media Ventures. A gestora recebe uma fatia minoritária da startup em troca de exposição midiática em parceiros. O objetivo da Shopper é acelerar o crescimento a partir da visibilidade em TV, outdoors, mídia programática e influenciadores. Anteriormente, a startup já havia captado no modelo tradicional, recebendo aportes do GIC, fundo soberano de Singapura; da Minerva Foods; além dos fundos FJ Labs, Canary e Coruja Capital.

Umgrauemeio. A climatech conquistou a sua primeira rodada de investimentos, no valor de R$ 18,7 milhões, com a injeção de capital das gestoras Baraúna Investimentos, Indicator Capital, The Yield Lab Latam e Rural Ventures. A startup atua com análise de risco a partir do uso de inteligência artificial para monitorar incêndios florestais e reduzir as emissões de gás carbônico.

Arquiteto de Bolso. A startup de design de interiores captou R$ 15 milhões com o Headline XP, fundo de venture capital fruto da parceria entre Headline e XP Investimentos. O aporte será direcionado para ampliar o número de atendimentos a partir do investimento em programas de recomendação, ampliação de parcerias e desenvolvimento de novos produtos.

Koin. A fintech especializada em soluções de Buy Now Pay Later (BNPL) levantou um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) de R$ 36,6 milhões para aumentar a sua operação de antecipação de recebíveis de lojistas do setor de turismo. Com o funding, a fintech pretende ampliar a base de consumidores que compram o produto ou serviço e pagam posteriormente, de forma parcelada.

Advolve. A startup que pretende otimizar a performance de marketing digital das empresas com uma solução de inteligência artificial e machine learning chegou ao mercado após a captação de uma rodada pré-seed de US$ 1,5 milhão (R$ 7,5 milhões) liderada por Valor Capital e Lanx Capital, acompanhada por Verve Capital, Veredas Partners e investidores-anjo. O capital será destinado para ampliar o time de colaboradores e a atuação da startup.

Capital de giro

Desde que o Nubank lançou um cartão de crédito para clientes pessoa jurídica, em 2022, o banco digital já afirmava que a oferta de empréstimos era a próxima fronteira a ser desbravada. Nesta semana, a CEO da fintech no Brasil, Livia Chanes, anunciou a novidade para a imprensa. Agora, o Nubank oferece empréstimo sem garantia para capital de giro.

Atualmente, a empresa tem 4 milhões de clientes PJ, base formada principalmente por micro e pequenas empresas com faturamento de até R$ 5 milhões. “É muito difícil conseguir crédito como pequena empresa; como MEI, então, é impossível. Historicamente, os empreendedores pegam dinheiro na pessoa física”, declarou a CEO. Segundo ela, o Nubank vê a oportunidade de “destravar o crédito” para esse público. “Enxergamos que temos um modelo de negócio mais eficiente, podemos passar nosso aprendizado de gestão de crédito para pessoa jurídica e para organizar a vida financeira no geral.”

Segundo dados da instituição, a base de clientes PJ cresceu 47% entre 2022 e 2024. Chanes declara que o plano também é aumentar a penetração com empresas maiores. Atualmente, a maioria da base de clientes é enquadrada como MEI (58%).

“Estamos acelerando porque vimos potencial de adoção dos clientes. É um negócio bom porque, com todas as limitações de acesso ao crédito, as pequenas e médias empresas representam de 30 a 35% do pool de lucro da indústria financeira. Fizemos pesquisas com donos de negócios e a segunda principal razão para um empresário escolher um banco é ter conta PJ. Não tem como a gente se propor a ser o banco dos brasileiros e estar defasado para essa faixa importante da nossa base”, declarou a CEO.

Ainda é pouco

O último Censo Demográfico, de 2022, indicou que as mulheres representam mais da metade da população brasileira (51,5%), mas o ecossistema de inovação brasileiro ainda está longe de refletir esse cenário. Dados do relatório Startup Landscape: Lideranças Femininas, elaborado pela Liga Ventures, mostram que 31% das startups possuem ao menos uma mulher no quadro societário.

O levantamento, que teve como amostra 3.998 empresas ativas em março deste ano, indicou que apenas 22% do volume de investimento captado por startups em 2023 teve como destino empresas com liderança feminina – no ano anterior, o registro foi de 47%. Em relação à quantidade de rodadas no período, as startups lideradas por mulheres representam 26%.

“A gente ainda está muito atrás e nos agarramos a pequenas migalhas. Eu não estou satisfeita, eu quero tudo, quero que o investimento em mulheres seja a norma e não a exceção, que todos os fundos tenham teses de diversidade”, comenta Alline Goulart, diretora de inovação na Semente Negócios, consultoria de inovação e impacto.

PEGN conversou com fundadoras de startups, investidoras e agentes do ecossistema para conhecer suas experiências e saber mais sobre seus desafios. A reportagem completa pode ser acessada neste link.

Empreendedor no divã

Empreender é uma jornada de altos e baixos, com grandes responsabilidades. Saber lidar com o fracasso, gerir equipes e ser resiliente em momentos de crise são atitudes esperadas de uma pessoa empreendedora, mas qual é o impacto disso na saúde mental?

A pesquisa Saúde e Performance de Pessoas Empreendedoras, realizada pela Endeavor, em parceria com BID Lab, ANDE e Flourish Ventures, mostrou que 94,1% dos empreendedores afirmam ter vivido pelo menos uma condição adversa na jornada de abrir o próprio negócio.

O estudo, que contou com a participação de 118 empreendedores, também trouxe o dado de que 56,8% dos profissionais consideram a rotina de trabalho estressante ou muito estressante.

O principal fator de estresse é a situação financeira da empresa, mencionada por 60,2% dos empreendedores. O equilíbrio entre vida pessoal e profissional também é indicado como estressante para 43,2%. Outro fator citado foi o medo de fracassar (29,7%).

O levantamento mostra ainda que a sensação de tranquilidade tende a crescer a partir da experiência. O índice vai de 31,3% entre empreendedores com menos anos de carreira para 51,9% para quem empreende há mais de 10 anos.

Oportunidades

Amazônia. A aceleradora AMAZ está recebendo inscrições de startups que contribuam para manter a floresta em pé. Para participar da chamada de negócios, é preciso trabalhar com impacto, com foco na conservação da floresta, da biodiversidade e no desenvolvimento socioambiental da Amazônia. Podem participar iniciativas com protótipo desenvolvido, em fase de testes, com MVP testado, em lançamento no mercado ou em fase de captação ou expansão. Os negócios selecionados podem receber aportes de até R$ 400 mil. Inscrições até 12 de abril pelo site.

Captação. A Oxygea, fundo de Corporate Venture Capital e Venture Building da Braskem, lançou a segunda edição do programa Oxygea Labs, com o objetivo de auxiliar startups na jornada de captação de investimentos. A iniciativa busca soluções de neutralidade de carbono, economia circular, energia renovável, novos materiais e transformação digital (smart factory, analytics e big data), com produto ou serviço em fase de validação. Até oito negócios serão selecionados para participar do programa. Ao fim do processo, o CVC pode investir até R$ 2 milhões em cada startup. Interessados podem se inscrever até 21 de abril pelo link.

Impacto. O Boticário abriu o edital “Resíduo Extinto” do programa de inovação aberta para selecionar um negócio com foco em economia circular. A empresa selecionada poderá receber até R$ 100 mil para desenvolver o projeto-piloto. Para participar, startups precisam estar em operação e ter modelos financeiramente sustentáveis. As inscrições podem ser feitas até 18 de abril pelo site do programa.

Curtas

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