A bolsa de valores hoje opera em alta, com o Ibovespa sendo beneficiada pelo alívio sobre juros no Brasil e nos EUA. Além disso, investidores ficam atentos às falas de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e repercutem as definições sobre pagamentos de dividendos extraordinários da Petrobras.
O mercado também repercute juros na China e aguardam dados de Brasil e EUA para a semana, especialmente de inflação.
Dessa maneira, perto das 14h35, o Ibovespa subia 0,46%, a 125.715,97 pontos depois de oscilar durante boa parte do pregão entre os campos positivo e negativo. Portanto, aumento os ganhos do fechamento do pregão da sexta-feira (19), ao menos, por enquanto.
Isso porque os juros futuros caem nos EUA e no Brasil. Mais cedo, no início da tarde, as taxas DI para 2025 até 2025 tinham ajuste negativo. Simultaneamente, o rendimento da Treasury de 10 anos nos EUA (título referencial) também recuava.
O movimento pode estar relacionado às reduções dos conflitos no Oriente Médio.
Dólar hoje
A moeda norte-americana aumentava suas perdas em relação ao real, na mínima do dia. Assim, no horário mencionado, o dólar descia 0,53%, a R$ 5,1753.
Da mesma maneira, no cenário externo, o DXY, índice global do dólar, recuava 0,03%, a 106,13 pontos.
O que impacta a bolsa de valores hoje
No cenário doméstico, destaque para as falas de Campos Neto, com o mercado aguardando indicações sobre o que será decidido na próxima reunião do BC. Há expectativa de que a instituição não sinalize próximos cortes, o que pode impactar a bolsa de valores hoje.
Por outro lado, os ganhos da Petrobras (PETR3; PETR4), a principal empresa da bolsa, equilibra o jogo, com os papéis avançando perto de 2%.
Essa informação foi confirmada pela própria Petrobras em fato relevante divulgado na última sexta-feira (19) após o fechamento do mercado.
Inflação e política em foco
Além disso, o foco para a semana está na divulgação do IPCA-15, programado para ser divulgado na próxima sexta-feira.
O dado prévia da inflação se soma aos números do mercado de trabalho, que têm apresentado força e podem, segundo analistas, jogar a inflação para cima.
Segundo o economista Álvaro Bandeira, “os dados preocupam o Banco Central quanto à redução dos juros”.
Além disso, “preocupam pautas-bomba no Congresso Nacional”, diz o economista. Ele se refere a projetos como a PEC que aumenta 5% os vencimentos de juízes e promotores a cada cinco anos.
Com isso, “o presidente Lula disse que vai assumir o controle das ações contra a crise com o Congresso”, ressalta Bandeira.
Lá fora, os EUA divulgam o PIB do primeiro trimestre na quinta-feira. Já na sexta, há a divulgação do PCE, indicador de inflação mais utilizado pelo Fed para balizar a política de juros.
Adicionalmente, as atenções se voltam para ações de tecnologia, que tiveram fortes realizações na semana passada. Com isso, Nasdaq caiu 5% no período.
China também em foco
Por último, o Banco do Povo da China (PBoC) manteve as principais taxas de juros inalteradas, segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira.
Assim, a taxa de juros de referência para empréstimos (LPR) de 1 ano foi mantida em 3,45%, enquanto a de 5 anos permaneceu em 3,95%.
Em fevereiro, o PBoC reduziu a taxa de juros de referência de 5 anos de 4,20% para 3,95%, a primeira alteração realizada desde agosto.
Segundo e economista-chefe do banco Master, Paulo Gala, “isso indica que o governo está satisfeito com o comportamento da economia”.
Com isso, a atenção na bolsa de valores hoje se volta para as empresas de mineração e siderurgia, as mais impactadas pela demanda chinesa.
Com informações da Dow Jones Newswires e do Estadão Conteúdo