A bolsa de valores hoje opera em queda, com a Vale, empresa mais importante da bolsa, caindo quase 2% e as varejistas ajudando a puxar o Ibovespa – principal índice da bolsa – para baixo.
Além disso, investidores avaliam dados do exterior e locais. No Brasil, os dados da indústria são destaque, enquanto, no cenário externo, o relatório ADP nos Estados Unidos e a taxa de desemprego e inflação na Europa movimentam o valor dos ativos.
Por aqui, o Ibovespa descia 0,77%, a 126.568,93 pontos, apagando ganhos do pregão anterior, com Arezzo, Soma, Renner e Magazine Luiza entre as maiores perdas. A Vale (VALE3) cai 1,7% e a Petrobras (PETR4), 0,54%.
No exterior, o cenário é positivo: Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq avançavam entre 0,2% e 0,6%. Na Europa, detaque para o DAX, de Frankfurt, que avança 0,44%, na direção dos outros índices mais importantes da região.
Dólar hoje
Assim, a moeda norte-americana operava perto da estabilidade em relação ao real. No horário mencionado, o dólar avançava 0,09%, cotado a R$ 5,0623, depois de ter batido R$ 5,09 na máxima.
No cenário externo, porém, o desempenho do dólar é negativo. O DXY, índice global da moeda norte-americana recuava 0,49%, a 104,31 pontos.
Desempenho da indústria pode impactar bolsa de valores hoje
A indústria nacional apresentou variação de -0,3% na passagem de janeiro para fevereiro, representando um crescimento de 5% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Os números vem em linha com o esperado, segundo projeção do economista Igor Cadilhac, do PicPay.
“Esse resultado é um movimento de devolução da alta acumulada no fim do ano passado e do desempenho homogêneo e positivo de janeiro”, avalia Cadilhac.
A análise dos bens de capital (1,8%), dos bens de consumo duráveis (3,6%) e dos bens de consumo semi e não duráveis (0,4%), em conjunto com os dados dos insumos típicos para a construção civil (1%) sinalizam um melhor desempenho da proxy do PIB de investimentos na ponta.
“Olhando à frente, a nossa perspectiva é de uma indústria relativamente positiva neste ano”, projeta Cadilhac.
Contudo, há análises que apontam um quadro negativo.
“O dado divulgado hoje sinaliza que o filme da indústria brasileira também não vai bem”, diz o economista da CM Capital, Matheus Pizzani
“Após uma divergência nas análises acerca de um possível movimento de correção em janeiro após o crescimento observado em dezembro, o resultado de fevereiro reitera que a situação do setor secundário do país é delicada, especialmente sob a ótica dos segmentos abarcados pela PIM (Pesquisa Industrial Mensal), que foca exclusivamente nas indústrias de transformação e extrativa”, acrescenta.
Os investidores aguardam novos comentários do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, os primeiros desde uma série de dados mais fortes nesta semana.
Os indicadores recentes “levaram o mercado a reduzir as apostas no número de cortes de taxa este ano e provocaram uma queda nos títulos globais”, avalia a Guide em relatório.
Além de Powell, outros cinco formuladores de política monetária do Fed falarão hoje.
O outro grande evento do dia é o relatório de emprego da ADP, que pode trazer uma prévia dos dados do relatório de empregos (Non-farm Payrolls) de sexta-feira.
A mediana das projeções de mercado (BBG) aponta para a adição de 150 mil trabalhadores no setor privado em março, o mais alto deste ano
Europa
Na Europa, nem as boas notícias relacionadas à inflação melhoraram os ânimos.
O último relatório do CPI revelou que os preços gerais do bloco caíram para 2,4% em março, ficando aquém do consenso de mercado, de 2,6%.
Além disso, a taxa de desemprego da zona do euro ficou em 6,5% em fevereiro, um pouco acima do esperado e repetindo o nível de janeiro, segundo dados com ajustes sazonais divulgados nesta quarta-feira (3) pela agência oficial de estatísticas da União Europeia, a Eurostat.
O dado de janeiro foi revisado para cima, de 6,4% originalmente. Analistas consultados pela FactSet previam que a taxa continuaria em 6,4% em fevereiro.