Conforme revelado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no final de dezembro, a taxa de inflação de 2023 encerrou em 4,62%, com uma queda em relação aos 5,90% observados em 2022. Os preços dos alimentos para consumo domiciliar apresentaram uma diminuição de 1,14% durante os 12 meses que se encerraram em novembro de 2023, conforme indicado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). É importante observar que esse cenário molda a forma do consumidor brasileiro ir ao supermercado.
Segundo um estudo da Opinion Box com a Neogrid, considerando esse cenário, a busca por opções mais baratas faz parte do cotidiano de 90% dos ouvidos pelo estudo. Além disso, o preço influencia em 66% das decisões de compra do consumidor. Em seguida, aparecem as promoções e descontos (60%), bem como a qualidade do produto. Porém, dentro do recorte social, 75% entre as classes A e B priorizam a qualidade, enquanto esse percentual é de 57% entre os grupos C, D e E.
Preço como fator decisivo
Como fator determinante na escolha do consumidor, o preço molda a experiência de compra. Sendo assim, o brasileiro costuma pesquisar produtos mais em conta antes de ir ao supermercado, além de comparar antes de comprar. Esse comportamento é comum entre 30% dos ouvidos pelo estudo. Ao mesmo tempo, 46% só pesquisam produtos específicos. Por outro lado, 24% vão direto ao supermercado fazer suas compras, sem pesquisar antes. Vale pontuar que, ainda segundo a pesquisa, 77% das pessoas procuram mercados que estão em promoção.
Ainda de acordo com o estudo, os números mostram a importância de as empresas entenderem o comportamento do consumidor quanto a comparação de preços. Através disso, é possível adotar uma estratégia na gestão da precificação de seus produtos e se ajustar à competitividade, transparência e atratividade.
Além disso, outro ponto mostrado pelo estudo foi a frequência em que os consumidores comparam os preços entre as marcas dos produtos que pretendem comprar. Em um cenário em que 80% sempre estão atentos às promoções, a comparação entre preços acontece sempre para 52% dos respondentes, frequentemente para 31% e às vezes para 14%. Os que comparam raramente ou nunca são, respectivamente, 2% e 1%.
Segundo levantamento da Horus, marca do Ecossistema Neogrid e especializada em inteligência de mercado, certas categorias são mais sensíveis em relação às oscilações de preço. Um exemplo é o comportamento do mercado de biscoitos, que evidencia um aumento na incidência desses produtos nas compras dos consumidores sempre que os preços declinam.
Em junho de 2023, quando o preço médio do quilo de biscoitos atingiu R$ 36,41, a incidência registrada foi de 21,3%. Em julho do mesmo ano, com a redução para R$ 33,22, a incidência subiu para 27,4%. Já em novembro, observou-se um aumento de cerca de R$ 1 no preço, resultando em uma diminuição de aproximadamente um ponto percentual na incidência. Essa dinâmica de variação também se manifesta em categorias como queijo e pão.
O comportamento do consumidor brasileiro no supermercado
Observar o preço é um comportamento comum para o brasileiro, tanto que 91% do público da pesquisa têm esse hábito ao ir aos supermercados. E, na hora de escolher o mais atraente, as marcas próprias do local onde são feitas as compras são vistas como alternativa em 90% dos casos. Como justificativa por ela opção, estão o melhor preço (79%), a maior variedade de produtos (19%) e a qualidade (8%).
Quanto à frequência, a maior parte do público da pesquisa prefere fazer compras menores e várias vezes ao mês (38%), enquanto outros têm o hábito de realizar uma compra grande, para o abastecimento do mês (37%).
Ao irem ao supermercado, 83% dos ouvidos pelo estudo costumam levar mais itens quando veem que o preço está baixo. Os produtos em promoção se tornam atrativos e, em 49% dos casos, são levados pelo consumidor mesmo que não sejam necessários naquele momento.
Onde você quer comprar?
Ao questionar os consumidores sobre a forma utilizada para fazerem suas compras de supermercado, notou-se que os mercados de bairro são frequentados por apenas 12% dos respondentes. Se destacam os supermercados tradicionais, com 33% de preferência, seguidos pelos atacarejos ou atacados (30%). As grandes redes e hipermercados cativam 25% dos clientes.
As compras online também têm se mostrado presentes no cotidiano do público dos supermercados. Isso porque, enquanto 52% optam por comprar presencialmente, 47% dos clientes dizem também fazer compras no de bens e consumo no varejo digital. Normalmente, essas aquisições online acontecem mensalmente (41%); semanalmente (18%) e diariamente (5%).
Além disso, a pandemia de Covid-19 foi decisiva para que as pessoas começassem a fazer suas compras de supermercado no varejo online. Antes, esse hábito era de apenas 26% dos consumidores, mas saltou para 55% durante e, depois, ficou em 19%. Entre os motivos da escolha da internet para compras de produtos de bens e consumo, 37% dos ouvidos afirmam ser os preços mais baixos, enquanto comodidade é escolhida por 35%.
Diante desse cenário, entender o comportamento do consumidor é necessário para traçar estratégias. O estudo evidenciou a influência do custo na experiência de compra. A busca por opções mais acessíveis tornou-se uma prática comum para a maioria dos brasileiros. Diante desse cenário, entender o comportamento do consumidor é necessário para traçar estratégias.
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