Em reunião com a bancada de parlamentares eleitos pelo Rio Grande do Sul na manhã dessa segunda-feira (6), os ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfatizaram que após a fase do socorro às vítimas das enchentes, o foco deve ser a reconstrução do estado.
Para isso, o ministro dos Transportes, Renan Filho, estima que as obras emergenciais de recuperação do estado custarão mais de R$ 1 bilhão. A maior urgência no momento é a construção de caminhos assistenciais, uma vez que muitas cidades ficaram isoladas com as enchentes.
“Nós iniciamos a construção dos caminhos assistenciais nessa crise. Nós vamos até o dia 12 liberar os caminhos assistenciais que vão garantir saída para o norte pela 116, saída para o sul pela 116 e saída para região central pela BR 290. Com isso, vamos garantir caminhos de suprimentos e resgate para as pessoas. Ainda não é a liberação para veículos leves e cidadão comum”, explicou o ministro.
“Nosso foco aqui é apoio emergencial, salvamento e restabelecimento”, resumiu o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Para isso, cada pasta traçou suas prioridades e estratégias.
“Quando se concluir o trabalho de resgate, boa parte dos helicópteros vai ser utilizada para fazer o reabastecimento. Fazer chegar água, comida, remédio, as coisas que estão faltando”, disse Pimenta.
Nesta segunda-feira, mais um escritório do governo federal foi implementado no estado, dessa vez na capital gaúcha, Porto Alegre. “Ações imediatas precisam ser encaminhadas e precisamos ter um foco aqui no estado, alguém que saiba dar a informação e ajudar na organização”, explicou Pimenta. O escritório foi inaugurado no início da tarde.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a preocupação com a saúde da população após as enchentes. “A gente já está prevendo agravos de saúde, que vão ocorrer. Não só nos abrigos, mas na contaminação da água, isso tudo está no radar. Além das pessoas desalojadas e desabrigadas, a saúde vive outros dramas que são as pessoas que dependem de tratamentos prolongados, pacientes crônicos, idosos e pessoas hospitalizadas”, relatou.
Juntamente com secretarias estaduais e municipais de saúde, a pasta apresentará um plano de ação emergencial. Nísia também informou que 135 unidades de saúde do estado receberão recursos do novo Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC), que ajudará na reconstrução.
O ministro Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, salientou a necessidade de que os planos de trabalho sejam elaborados com prioridade. “Na medida que tem o plano de trabalho, tem a possibilidade de o dinheiro chegar”, disse.
Durante o encontro, os ministros também apresentaram aos parlamentares um balanço das ações empregadas até o momento. Veja abaixo:
Balanço das ações:
- 345 municípios atingidos;
- 15.118 militares, policiais, agentes envolvidos na Força-tarefa;
- 2,5 mil viaturas;
- 42 aeronaves;
- 243 embarcações;
- 1 hospital de campanha.
- Mais de 46 mil pessoas resgatadas.
*Fonte: Governo Federal
Congresso
A expectativa é que até a quarta-feira (8), o Congresso Nacional aprove medidas de socorro ao estado. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), chegou a convocar uma reunião de líderes na tarde desta segunda-feira, com o intuito de estabelecer prioridades.
“A coisa mais importante em termos da política é conseguirmos essa semana aprovar uma medida legislativa. Lira falou que terá hoje reunião de líderes. Falei com o presidente Lula hoje. E todo o nosso trabalho político é pedir o apoio da bancada do governo do estado para que a gente crie as condições políticas de até quarta-feira aprovar uma medida. Vai ter uma MP, mas ela não vai adiantar se não tiver mecanismos para o dinheiro cair amanhã e o governo poder gastar”, ressaltou o ministro Paulo Pimenta.
(Com informações de Leonardo Ribbeiro)