O deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da reforma tributária na Câmara, disse, nesta terça-feira (12), em entrevista à CNN, que fatiar o texto do Senado, aprovando os pontos de consenso e deixando os mais polêmicos para o futuro, seria frustrar o “desejo do Brasil de avançar”. A medida pode ser votada na próxima quinta-feira (14).
“Depois de 35 anos da última constituinte e quase 50 anos de discussão no parlamento brasileiro, na tentativa de se aprovar uma reforma tributária, eu acho que nós estaríamos frustrando o nosso país, o desejo do Brasil de avançar na sua estrutura tributária. Nós temos um sistema que é altamente complexo”, explicou Ribeiro.
“Eu acho que não concluir a reforma tributária, porque o fatiamento na essência seria melhorar, aperfeiçoar ainda mais o texto e devolver esse texto para o Senado, gerando uma insegurança jurídica que nós iriamos ter ali pontos resolvidos e pontos que iriam estar pendentes, que trariam inclusive uma insegurança do ponto de vista da decisão de investimentos”, prosseguiu.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça que as negociações sobre a reforma tributária estão sendo feitas para ser possível “se debruçar” sobre o texto ainda nesta semana.
“Reformas estruturantes precisam acontecer. A única que não andou é a de contenção de nossas despesas”, completou o presidente da Câmara.
Lira acrescentou que o Brasil não tem que ser “o país do amanhã”, mas sim “o país do hoje”. Ele também afirmou que a Câmara “não tem receio” com “nenhum assunto”.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, voltou a reforçar na última segunda-feira (11) que o governo trabalha para que a reforma tributária seja promulgada ainda em 2023.
“O governo vai continuar trabalhando no diálogo com a Câmara e com o Senado para que a promulgação da reforma tributária aconteça ainda em 2023. Consideramos que é muito importante sacramentar esse avanço: a aprovação dos textos da Câmara e do Senado promulgando a reforma tributária esse ano. Acabar com a balbúrdia tributária no país”, afirmou Padilha.