Em colunas passadas, eu trouxe informações e dados sobre os golpes financeiros. Para você, querido(a) leitor(a), que chegou aqui hoje, vou refrescar sua memória. Segundo a Agência Brasil, a cada 1 minuto ocorrem aproximadamente 2,8 mil tentativas de golpes. Somente em 2023, mais de 8 milhões de brasileiros já foram vítimas de golpe financeiros.
Também falei dos principais tipos de golpes, bem como algumas formas de se proteger.
A resposta dos(as) leitores(as) foi instantânea! Inúmeras mensagens nas redes sociais – o que eu particularmente, adoro! Inclusive, convido a quem ainda não me segue, a me seguir nas redes sociais.
Os relatos de golpes foram os mais diversos, tanto de pessoas que já foram vítimas, quanto de pessoas que conhecem quem já foi.
Entretanto, dentre as mensagens, algumas se destacaram por solicitar orientações para casos de emergência… o famoso: “Putz! Eu caí no golpe, e agora?
Então, este artigo é um guia do que fazer após você perceber que “era uma cilada”.
Deixa que eu te ajudo!
O que fazer em caso de golpe financeiro
Pelos contatos que recebi, deu para perceber que poucas pessoas conhecem o Mecanismo Especial de Devolução (MED).
O MED é uma ferramenta criada pelo Banco Central pela Resolução nº 103/21. O objetivo é possibilitar a comunicação entre instituições participantes do Sistema de Pagamentos Instantâneo (PIX) para que reparem as fraudes identificadas.
O Banco Central tem um material bem didático que explica como o MED funciona, e que você pode conferir neste link.
Logo, saber como solicitar a devolução de valores é essencial na ação contra os golpes e crimes cibernéticos. Isso porque o objetivo da ferramenta é auxiliar vítimas de fraudes financeiras no sistema Pix.
O MED pode ser utilizado em duas situações:
1. Confirmação de uso do Pix para aplicação de golpe;
2. Falha operacional nos sistemas das instituições envolvidas na transação.
Como pedir o dinheiro de volta
Para fazer a solicitação do MED, a vítima precisa registrar um boletim de ocorrência e, no ambiente Pix, fazer o MED.
Caso não localize o link para o MED, você pode fazer isso através do canal de atendimento oficial do seu banco, como SAC ou Ouvidoria.
Então, agora vamos às orientações…
As orientações sobre o que fazer se você cair em um golpe financeiro vão depender da forma que o crime foi aplicado.
Mas na lista abaixo, procurei fazer uma trilha, um passo a passo para você se orientar.
Toda a sequência de orientações é para seguir no momento que você identifica que é golpe.
Vamos lá?
- Imediatamente, troque a senha de acesso a conta;
- Contate o banco pelos canais oficiais e solicite bloqueio da conta ou cartão de crédito, se for o caso. Se você tiver um gerente de conta, contate-o diretamente;
- Abra um boletim de ocorrência online. Cada Estado possui uma delegacia online;
- Preencha imediatamente o MED;
- Tenha tudo documentado, faça prints e/ou backup das conversas;
- Escreva de forma cronológica como tudo aconteceu, pois provavelmente você precisará relatar os fatos diversas vezes;
- Permaneça em contato com o banco para saber os próximos passos;
- Verifique se você tem seguro para operações bancárias;
- Busque orientação jurídica de um especialista em Direito Bancário ou em Crimes Virtuais.
Não há garantias
Embora as instituições financeiras tenham a responsabilidade e o dever de garantir a segurança e a legitimidade de suas operações, a notificação e a solicitação através do mecanismo especial de devolução (MED) não garantem a recuperação do valor enviado. Mesmo quando a instituição recebedora concorda com o pedido.
O fato é que a investigação e a comprovação de golpes e fraudes eletrônicas podem ser um processo complexo e demorado. Assim, acionar um advogado pode agilizar o processo.
Fragilidade psicológica
Ser vítima de um golpe financeiro, além de te fazer perder dinheiro, gera trauma psicológico e uma insegurança contínua que pode permanecer por muito tempo, afetando a sua saúde mental.
Se ter um rendimento abaixo do esperado ou prejuízo pela desvalorização de um ativo é ruim, cair em um golpe é pior ainda e pode ser muito devastador.
Por isso, estar atento, conhecer os tipos de golpes e saber agir em casos de emergência são as melhores formas de proteção.
E, lembre-se: a maioria dos golpes tem como alvo seus familiares ou amigos próximos.
Então, caiu em um golpe financeiro? O que fazer? Previna-se estabelecendo com eles uma palavra-chave que vai funcionar como uma senha ou código de segurança para casos de emergência.
Ratifico que, lamentavelmente, não há receita pronta para se proteger, mas o conhecimento é a melhor forma de prevenção. Faça circular as informações.
Até a próxima coluna!