Dez unidades processadoras de carnes de aves e de suínos do Rio Grande do Sul estão paralisadas ou com dificuldades de operar pela impossibilidade de processar insumos, ou transportar funcionários, como consequência dos problemas gerados pelas enchentes, afirmou em nota nesta segunda-feira a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Segundo a associação, há ameaça ainda ao abastecimento até a normalização das operações.
“Com a inviabilização temporária de núcleos que representam a maior parte da produção de carne de frango e grande parte da carne suína do Estado, há temor de que, além dos problemas já vivenciados hoje, a população gaúcha deverá enfrentar desabastecimento de produtos até a retomada do sistema de produção — o que poderá demorar mais de 30 dias”, disse a ABPA.
A Reuters informou na semana passada, com base em informações de associações locais, que indústrias de carnes suína e de frango do Rio Grande do Sul pararam abates, com a região do Vale do Taquari entre as mais afetadas.
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A associação acrescentou que “a prioridade, neste momento, é salvar vidas e permitir o necessário à sobrevivência daqueles que foram mais impactos e perderam tudo neste momento — entre colaboradores do setor, há relatos de perdas de todos os bens para as cheias”.
Segundo a associação, também está na prioridade a alimentação dos animais que estão no campo.
“Núcleos de produção enfrentam não apenas perdas estruturais, mas também itens básicos como água, luz e telecomunicações.”
O Rio Grande do Sul produz 11% da produção de carne de frango e 19,8% da produção de suínos nacional, que são direcionados para consumo nas gôndolas do próprio Estado e para a exportação.
Nesta segunda-feira, o Conselho Diretivo da ABPA realizou uma reunião virtual para o mapeamento de medidas de apoio ao enfrentamento da crise. “As ações a serem adotadas estão em estudo — o foco de todos, neste momento, está no apoio às vítimas.”