O Ibovespa (IBOV) quebrou a sequência positiva que vinha mantendo nos últimos pregões e engatou queda nesta quarta-feira (20), seguindo a piora de humor em Wall Street.
O índice fechou a sessão com desvalorização de 0,79%, a 130.804,17 pontos. Nem mesmo o avanço de Petrobras (PETR4) impediu que o humor azedasse.
Na máxima do pregão, o Ibovespa chegou aos 132.340,75 pontos.
Hoje, o dólar voltou a subir, ficando novamente acima dos R$ 4,90, em movimento de realização de lucros, em um dia de avanço das cotações também no exterior.
Enquanto isso, as taxas futuras de juros caíram de novo, após divulgação de dados fracos de atividade econômica no Brasil e do recuo dos rendimentos dos títulos de 10 anos nos Estados Unidos.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) recuou 0,06% em outubro ante setembro, em dado dessazonalizado, ficando abaixo da expectativa de economistas, que esperavam alta de 0,10%, segundo pesquisa da Reuters.
Uma atividade econômica mais fraca contribui para uma inflação menor no Brasil, o que explica o movimento da curva de juros hoje.
Reforma tributária toma conta
Nesta quarta, o Congresso Nacional promulgou nesta quarta a emenda da reforma tributária, após mais de 40 de discussão.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária teve a sua tramitação concluída na sexta, quando a Câmara dos Deputados finalizou sua última votação.
A implementação ocorrerá, de fato, após um período de transição e ainda dependerá da aprovação de leis complementares de regulamentação.
Em linhas gerais, a PEC propõe a substituição de cinco impostos (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), nos estados e municípios, e pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), na esfera federal.
IBS e CBS são impostos do tipo IVA (imposto de valor agregado), que visa evitar a tributação cumulativa ao longo das cadeias de produção.
Também será criado, com cobrança federal, o Imposto Seletivo (IS), para desestimular a comercialização de produtos e serviços prejudiciais à saúde e à sustentabilidade ambiental.
Outros tributos também sofrem alterações, como o IPVA e o ITCMD, além dos municipais IPTU e Contribuição sobre Iluminação Pública.
A reforma tributária foi citada pela S&P Ratings em sua elevação de nota do Brasil a “BB”, com perspectiva estável. De acordo com a agência de classificação de risco, a aprovação da reforma tributária estende o histórico de implementação de “políticas pragmáticas” no Brasil nos últimos sete anos.
*Com informações da Reuters.