Portal BEI

Fundo que tem Nelson Tanure entre os cotistas arremata Emae por R$ 1 bilhão – NeoFeed

Fonte: Jose Eduardo Barella

O Fundo Phoenix, administrado pela Trustee DTVM, e que tem entre seus cotistas o empresário Nelson Tanure, arrematou em leilão na B3, nesta sexta-feira, 19 de abril, a compra da estatal paulista Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), que fazia parte de plano de desestatização do Governo de São Paulo, por R$ 1,04 bilhão.

O Fundo Phoenix pagou 33,68% acima do preço mínimo definido, de R$ 52,85 por ação. Além do Fundo Phoenix, outros dois grupos participaram do leilão, a Matrix Energy e o Grupo EDF.

Pela modalidade do leilão, em lote único, foram ofertadas 14,7 milhões de ações da empresa. Desse total, 14,4 milhões eram de titularidade do Estado de São Paulo e outras 350 mil da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô).

O leilão começou com ações da Emae em alta, mas, ao longo da disputa, os papeis começaram a derreter. Às 16h56, a ação da empresa era negociada por R$ 56, com queda de 26,3%.

O vencedor do leilão vai gerir um ativo com 906 megawatts (MW) em geração hidrelétrica suficiente para abastecer 825 mil residências na Grande São Paulo. Até o fim de 2023, a Emae gerou receita líquida de R$ 603 milhões, atingindo um valor de mercado de R$ 2,3 bilhões.

A empresa atua no planejamento, construção, operação e manutenção de sistemas de produção, armazenamento e comercialização de energia, bem como na operação de sistemas de controle de inundações.

Com 360 funcionários, a Emae opera quatro usinas hidrelétricas, oito barragens e duas usinas elevatórias, localizadas em São Paulo, Salto, Cubatão e Pirapora do Bom Jesus.

A empresa foi criada em 1998 com origem na Light, após o processo de cisão da Eletropaulo, e desempenha um papel essencial no controle de cheias no Estado de São Paulo, regulando os níveis dos rios Pinheiros e Tietê, por meio do bombeamento das águas do Rio Pinheiros para o Reservatório Billings.

Em outra frente, a Emae atua no desassoreamento e de remoção de lixo do Rio Pinheiros, que prejudica a operação do canal, porque obstrui o sistema de bombeamento das usinas elevatórias.

Portfólio de Tanure

Com a aquisição da Emae pelo Fundo Phoenix, o empresário Tanure amplia ainda mais seu vasto portfolio de investimentos, que inclui participações em empresas do setor de saúde, geração de energia, bens de capital, serviços industriais, petróleo e gás, setor financeiro, imprensa, telecomunicações e setor imobiliário.

Conhecido pela sua estratégia adquirir empresas com dificuldades para fazer o turnaround (reestruturação) e vender mais caro depois, Tanure é acionista da Light, Alliança Saúde, Gafisa, PRIO, Docas Investimentos, Sequip (Serviços de Engenharia e Equipamentos) e Ligga (nova nomenclatura do grupo das ex-estatais Copel Telecom e Sercomtel e Horizons e Nova Fibra), entre outras empresas.

Em outubro, o empresário virou réu em um processo administrativo aberto pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) envolvendo a Gafisa. A ação acusa os conselheiros da Gafisa de aprovarem, em 15 de abril de 2019, um aumento de capital com condições de preço em desacordo com a Lei das Sociedades Anônimas.

Teste para Sabesp

O leilão da Emae foi considerado o primeiro grande teste do governo paulista antes da venda da Sabesp, que deve ocorrer ainda no primeiro semestre.

Após o fechamento do leilão, o governador Tarcísio de Freitas repetiu o gesto que viralizou no ano passando, batendo o martelo com força no palanque da B3.

Antes da venda da Emae, o governo paulista já havia fechado a concessão do Lote Litoral de Rodovias, que liga a região do Alto Tietê à Baixada Santista e ao Vale do Ribeira, com previsão de investimentos de R$ 4,3 bilhões para obras de duplicação, ampliação e melhorias das rodovias SP-055 (Rodovia Padre Manuel da Nóbrega), SP-088 (Mogi-Dutra) e SP-098 (Mogi-Bertioga). A concessão terá prazo de 30 anos.

Estão previstas também as licitações da Sabesp e do Túnel Santos-Guarujá, além da concessão de serviços lotéricos estaduais, da PPP para construção de 33 novas escolas e de projetos de mobilidade urbana, rodovias e habitação.

Inicialmente prevista para o dia 2 de abril, a licitação do leilão do antigo prédio da Imprensa Oficial foi suspensa por tempo indeterminado para “análise interna de alguns pontos do edital”.

Fique Por Dentro

Emae fechou 2023 com valor de mercado de R$ 2,3 bilhões

Tanure é acionista da Light, Alliança Saúde e Gafisa

Leilão da Emae serviu de teste antes da privatização da Sabesp

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Telegram
+ Relacionadas
Últimas

Newsletter

Fique por dentro das últimas notícias do mundo dos negócios!