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IF conversou com CEO da Biomm (BIOM3), que vai lançar ‘Ozempic brasileiro’; confira

Fonte: Aluisio Alves

A empresa brasileira de biotecnologia Biomm (BIOM3) anunciou nesta quarta-feira (17) que fechou acordo com a Biocon (BION.NS) para produção de um concorrente do Ozempic.

A Biocon é a maior farmacêutica da Índia e tem ações listadas na bolsa de Nova York.

Indicada para ajudar a controlar a glicemia no tratamento de diabetes e reduzir o risco de infarto e AVC, a semaglutida se popularizou nos últimos anos no tratamento para a obesidade.

Em entrevista à Inteligência Financeira, o diretor-presidente da Biomm, Heraldo Marchezini, disse que o acordo abre para a companhia um mercado estimado em cerca de R$ 3 bilhões por ano no Brasil.

A produção de um similar depende de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que só deve acontecer depois de vencer a patente do Ozempic, em 2026.

Esse acordo vai complementar nosso portfólio para tratamento de diabetes, disse Marchezini na entrevista.

Após o anúncio do acordo, a ação da Biomm disparava 36,7% por volta das 14h (horário de Brasília), valendo R$ 15,19.

O papel é listado no Bovespa Mais, braço da B3 para ações de menor porte.

Quem é Biomm, a biotech brasileira

Oriunda da cisão da Biobrás, que foi vendida para a Novo Nordisk, a Biomm emergiu comercialmente em 2014, especializada na produção de insulina.

Mas foi só após várias aprovações regulatórias, a última delas neste ano, que a companhia mineira passará a competir abertamente contra rivais no setor.

Na próxima semana, a Biomm (BIOM3) vai inaugurar sua fábrica em Nova Lima (MG), um projeto de R$ 800 milhões.

A cerimônia de inauguração deve ter a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A nova fábrica permitirá que a Biomm (BIOM3) produza com base de custos muito mais competitiva o Glargilin, biossimilar da insulina glargina.

O que é quebra de patente

A patente garante que uma pessoa ou instituição tenha exclusividade para produzir e vender um produto ou serviço.

Vencido o prazo, acontece a quebra de patente, ou seja, a suspensão do direito de exclusividade.

Assim, terceiros podem produzir similares, no caso de um medicamento, com base no mesmo princípio ativo.

A patente do Ozempic pertence à farmacêutica europeia Novo Nordisk e vence em 2026.

Medicamentos brasileiros contra câncer e trombose

Além disso, nos últimos anos, a Biomm (BIOM3) começou a produzir medicamentos para o tratamento de câncer de mama e colo retal e trombose.

Marchezini avalia que cada um desses mercados no Brasil gira em torno de R$ 1 bilhão de reais por ano.

Assim, a companhia tem potencial para crescimento da receita (hoje na casa de R$ 200 milhões anuais) na casa de dois dígitos por vários anos.

“Hoje o mercado está vendo só a ponta do iceberg”, disse ele.

Biomm (BIOM3) no mercado tradicional da B3?

Com a gradual entrada numa variedade de mercados promissores, a Biomm passou a ter um grupo crescente de investidores especializados.

Além de Walfrido dos Mares Guia, principal acionista e também investidor da Cogna (COGN3), a companhia passou a ter como sócios veículos do BTG Pactual e da XP. Por último, o Banco Master entrou na sociedade da Biomm (BIOM3) neste ano.

De acordo com Marchezini, uma listagem da companhia no mercado tradicional da B3 pode acontecer mais adiante, mas ainda não há uma data prevista para isso.

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