Portal BEI

W20 defende políticas públicas focadas em mulheres para fomentar a economia

Fonte: Redação

Criar políticas públicas que beneficiem as mulheres é o caminho para melhorar a economia. Essa proposta será defendida pelo Women 20, grupo de engajamento que discute questões relacionadas a mulheres dentro do G20 (fórum de cooperação internacional composto por 20 países e presidido pelo Brasil em 2024), no Summit Internacional W20 2024, em 1º de outubro, no Rio de Janeio.

O assunto foi tema do painel “W20 na prática: o protagonismo feminino transformando a agenda global”, que reuniu cinco delegadas do grupo durante a 13ª edição do Festival Rede Mulher Empreendedora 2024, em São Paulo (SP), nesta sexta-feira (13). O tema entrou na programação mesmo não sendo diretamente ligado ao empreendedorismo, destacou Ana Fontes, fundadora da RME e chair do W20, que ela presidiu de 2017 a 2023. “Precisamos conectar temáticas que parecem teóricas, mas que causam um impacto real”, disse.

O W20 defende que, para melhorar a economia, as medidas governamentais devem atuar em cinco pontos principais: mais acesso de mulheres empreendedoras ao mercado e a financiamento, maior atenção à economia do cuidado, enfrentamento da violência de gêneros, presença feminina na tecnologia e justiça climática.

Uma das ideias é fomentar a inclusão de empreendimentos fundados e liderados por mulheres nas listas de fornecedores de empresas que mantêm negócios com o governo. “Nos Estados Unidos, por exemplo, qualquer empresa que queira fazer negócio com o governo tem que ter um mínimo de compras feitas de fornecedores de mulheres ou outros grupos minorizados. Ter uma legislação dessa, tanto nos municípios como estados e governo, mostra um olhar especial. É preciso ter essa intencionalidade”, afirmou Adriana Carvalho, diretora executiva do Instituto Consulado da Mulher. “Porém, é preciso rever as lógicas dessas negociações para não prejudicar a operação dos pequenos negócios”, disse, defendendo ações como diminuição da burocracia e de prazos de pagamento.

Abertura de empresas:

Linhas de crédito personalizadas e programas específicos para empreendedoras também entraram na pauta. “É preciso um sistema financeiro que olhe dados além dos bancários para fornecer soluções de crédito que não necessitem de tantas garantias baseadas em volume de vendas. Não basta saber quantas mulheres são bancarizadas, mas quais são os produtos e linhas de crédito mais usados”, disse Carvalho.

A forma de enxergar a economia do cuidado também deve mudar, argumentou Adriana Rodrigues, diretora de relações institucionais da RME e especialista na área de comércio, gênero e desenvolvimento sustentável. “Todos temos direito ao cuidado, mas isso não é visto como um setor da economia. As mulheres são responsáveis pelo trabalho invisível, ou seja, as tarefas domésticas e o trato de crianças, idosos e outras pessoas que necessitam”, falou, ao defender remuneração dessas atividades. “Tendo mais renda, elas podem também comprar de outras mulheres, e a economia crescerá cada vez mais.”

“A economia do cuidado não conta para o PIB, um dos indicadores mais importantes para qualquer país. É como se o trabalho que as pessoas fazem em casa não importasse, e isso precisa mudar”, concorda Maria Spina Bueno, conselheira da Anjos do Brasil.

Mulheres empreendedoras:

A crise climática foi abordada por Kamila Camilo, empreendedora social e ativista. “As mulheres são as que mais sofrem quando um evento climático extremo acontece, porque demora mais tempo para se recuperarem e voltarem ao mercado de trabalho. Além disso, elas que se organizam na sociedade para cuidar das pessoas.”

Uso inteligente das redes sociais

Voltado a empreendedoras de todos os segmentos e estágios de negócios, o Festival RME teve como um dos destaques o marketing digital para expansão dos negócios. Bianca Andrade, influenciadora digital e CEO da Boca Rosa Company, que lançou uma linha de maquiagens em meados de 2024, falou sobre gestão de crises em redes sociais. Ela foi alvo de críticas depois que clientes relataram problemas com as embalagens da sua marca.

“Sabemos que um produto ruim vira conteúdo para outras pessoas, e que isso viraliza na internet e dá engajamento”, disse a empreendedora. “Isso acontece com todas nós, que ficamos em pânico sem saber o que fazer. Mas precisamos resolver o problema primeiro.”

Em outra conversa, Liliane Ferrari, consultora de estratégias de marketing e professora da Esalq-USP, defendeu o uso das plataformas para interação com clientes e impulsionamento da marca. “Dê um cartão e peça que ele poste uma foto e marque a marca, oferecendo benefícios como desconto”, sugere. “Depois, monitore e acompanhe a hashtag para detectar postagens. Por fim, republique o conteúdo.”

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Telegram
+ Relacionadas
Últimas

Newsletter

Fique por dentro das últimas notícias do mundo dos negócios!