O volume investido em startups brasileiras em maio teve crescimento de 259%, de acordo com os dados da Sling Hub, totalizando US$ 548 milhões. O movimento foi puxado pelos FIDCs, no valor de R$ 1,6 bilhão, estruturados pelo unicórnio CloudWalk.
No Rio Grande do Sul, o Instituto Caldeira marcou a sua reabertura para a próxima segunda-feira (10/6). O hub, fortemente atingido pelas enchentes que assolaram o estado, está fechado há mais de um mês e estima um prejuízo de R$ 35 milhões.
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O sol voltou a brilhar
Os números indicam que a primavera parece ter chegado mesmo para o ecossistema de inovação brasileiro. Os relatórios divulgados pelas plataformas de dados que acompanham o mercado, Distrito e Sling Hub, mostram crescimento expressivo no volume de capital aportado em startups durante o mês de maio.
De acordo com a Sling Hub, as empresas brasileiras de inovação em tecnologia captaram US$ 548 milhões no último mês, em 48 rodadas. A quantia é 259% maior que o valor registrado no mesmo período do ano passado. Já a América Latina registrou aumento de 179% no volume de investimentos, com o total de US$ 847 milhões captados. Depois do Brasil, os países com maior volume de captação em maio foram México, com US$ 225 milhões, e Chile, com US$ 58 milhões.
Já o relatório do Distrito contabiliza US$ 232,1 milhões em investimentos, em 33 rodadas, durante o mês de maio. O levantamento não considerou algumas captações, como os quatro Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) estruturados pela fintech CloudWalk, que somam R$ 1,6 bilhão.
Outros aportes relevantes no último mês foram a Série B da CRMBonus (US$ 77 milhões) e a Série A da Indicium (US$ 40 milhões). “As empresas late-stage voltaram a movimentar grandes rodadas. Esse é um sinal que indica um retorno do apetite dos fundos por boas oportunidades e sinaliza a resiliência das startups que se adaptaram ao momento mais desafiador do mercado e que agora voltam a captar”, opina Gustavo Gierun, CEO e cofundador do Distrito, em nota à imprensa.
SOS RS
Instituto Caldeira. Pouco mais de um mês após precisar fechar as portas por causa das enchentes, o hub de inovação localizado no 4º Distrito, em Porto Alegre, anunciou o retorno das atividades para a próxima segunda-feira (10/6), inicialmente com a liberação do segundo e do terceiro andares. O Caldeira, que ficou submerso, com água a dois metros de altura, recebeu mutirões de voluntários para limpeza e reparo nas estruturas nos últimos dias. Segundo Pedro Valério, diretor executivo do hub, o trabalho de recuperação continuará no térreo e no primeiro andar. O prejuízo é estimado em R$ 35 milhões.
South Summit Brazil. O evento de inovação lançou nesta semana uma campanha de crowdfunding para apoiar o Instituto Cultural Floresta e o Instituto Caldeira, que estão ajudando os moradores do Rio Grande do Sul afetados pelas enchentes. A edição 2024 do evento, em Madri, começou na quarta-feira (5/6). Para facilitar o processo de doações de fora do país, uma plataforma foi criada pela Brazil Foundation.
Vittude. A startup de saúde mental para empresas atendeu cerca de 1,5 mil colaboradores do Rio Grande do Sul em situação de emergência humanitária. São pessoas do quadro de 12 empresas que utilizam os serviços da healthtech, como Sodexo, BRF e Zamp. Entre os benefícios oferecidos pela plataforma a pedido das companhias estão psicólogos especialistas em catástrofes e extensão de terapia para dependentes legais e familiares.
100 Startups to Watch
Você já está sabendo que a lista 100 STW, que reúne as startups mais promissoras do ecossistema de inovação brasileiro, está com as inscrições abertas até 15 de julho? A iniciativa, que chegou à sétima edição, é promovida por Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época NEGÓCIOS, em parceria com EloGroup e Innovc.
Na quarta-feira (5/6), PEGN realizou uma live para responder às principais dúvidas sobre o projeto. Participaram do bate-papo Hudson Mendonça, cofundador da Innovc; Jaime Frenkel, sócio da EloGroup; Juliana Ventura, editora-executiva de Pequenas Empresas & Grandes Negócios; e Mariana Iwakura, editora-chefe de Pequenas Empresas & Grandes Negócios.
A lista 100 STW é uma importante vitrine para as startups selecionadas, que passam por um processo rigoroso de avaliação. “É uma chancela que chama a atenção de investidores e de grandes empresas que buscam startups como fornecedoras ou para investir”, afirma Iwakura.
Na matéria publicada no site, respondemos dúvidas frequentes sobre o processo de inscrição e contamos como funciona a avaliação. Leia aqui.
Aportes
Kanastra. A plataforma de backoffice para fundos estruturados e securitizações levantou uma Série A de R$ 110 milhões, liderada pela Kaszek, e acompanhada por Atlântico, Valor Capital Group, Quona Capital, QED Investors e Actyus. Uma instituição financeira global de nome não divulgado também aportou na rodada. A startup vai utilizar o dinheiro para investir em pessoas e tecnologia para as frentes de serviços para fundos, securitização e bancarização, visando a expansão do negócio. Há um ano, a Kanastra captou uma rodada seed de US$ 13 milhões. Em abril, anunciou a aquisição da Limine DTVM, focada em administração e custódia de FIDCs, com foco na ampliação do portfólio de serviços.
Loopify. A solução de re-commerce para o varejo criada pela Semexe captou R$ 4 milhões com a Hiker Ventures. O capital será destinado para expandir o negócio, que atua no formato white label com dois produtos: programa de conversão de itens usados em créditos para novas compras e plataforma para venda de produtos usados, devolvidos e recondicionados. Entre os clientes estão marcas como Bayard, Nautika e Garmin.
Restin. A foodtech que operacionaliza a revenda de alimentos próximos ao vencimento para restaurantes comerciais e cozinhas industriais como forma de combater o desperdício concluiu uma rodada de equity crowdfunding de R$ 610 mil pela plataforma EqSeed. Os recursos serão destinados para a área de tecnologia, com foco no desenvolvimento de uma plataforma de análise de produtos vinculados ao ERP da indústria fornecedora, e para o fortalecimento dos departamentos de marketing e comercial, com objetivo de aumentar a captação de restaurantes clientes.
A importância do networking
A executiva brasileira Bedy Yang é um exemplo de como o networking pode abrir diferentes portas. Ao construir uma rede de empreendedores e investidores para conectar o ecossistema nacional de startups ao do Vale do Silício, nos Estados Unidos, ela se aproximou da 500 Global, então chamada 500 Startups, uma das maiores aceleradoras e gestoras de venture capital (VC) da região. A brasileira faz parte da companhia desde 2011.
Neste ano, a 500 Global anunciou um novo fundo para investir em startups da América Latina – até agora, cerca de 300 receberam aportes da gestora, das quais 43 são brasileiras. Embora não revele o montante a ser captado, Yang diz que há interesse em ver negócios brasileiros na lista. “O país vai continuar sendo um dos melhores mercados da América Latina para investimento”, afirma, em entrevista a PEGN.
Em entrevista publicada nas páginas da edição de março de PEGN, Yang falou sobre sua visão sobre o ecossistema brasileiro e os próximos rumos do mercado. Também sugeriu caminhos para que outras mulheres tirem melhor proveito da sua rede de contatos: “Mesmo sem sentir que está 100% pronta para aquilo, é importante ter exposição constante”. Agora, o bate-papo está disponível para a leitura no site, no link.
Oportunidade
Inovação. O Sem Parar abriu as inscrições para a terceira edição do programa Inova Sem Parar, realizado em parceria com a Liga Ventures. A iniciativa tem como foco encontrar pelo menos duas startups com soluções que resolvam dois desafios: inteligência para o processo de credenciamento de conveniados e novos serviços automotivos digitais para o aplicativo Sem Parar. Após avaliação inicial, as selecionadas passarão por um programa de aceleração, com testes de solução, e terão acesso a mentores. Startups interessadas podem se inscrever até 14 de julho pelo site.