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Vai Voando, de turismo para classes C e D, fatura R$ 157 milhões e acelera expansão neste ano

Fonte: Redação

Desde que foi fundada, em 2009, a Vai Voando passou por algumas escalas até chegar ao modelo de negócio atual. Focada em turismo para a população de baixa renda, com pagamentos em boletos e sem consulta a programas de proteção de crédito, a empresa “renasceu” como uma franqueadora em 2019 e foi adquirida pela BeFly (dona da Flytour, da STB e da BeFly Travel, entre outras marcas) em 2022.

Agora, após faturar R$ 157 milhões em 2024, quer acelerar a expansão, de olho na maior demanda por viagens, e pretende passar das atuais 353 para 550 franquias até o fim do ano. A meta é cravar uma receita de R$ 202 milhões.

De acordo com Luiz Andreaza, 44 anos, cofundador e diretor da Vai Voando, as turbinas já estão aquecidas no departamento de expansão desde o começo do ano: só em 2025, 21 lojas já foram inauguradas.

“Tem muito a ver com a visão cross selling que vem sendo implementada. O fato de a BeFly dispor de outros negócios no segmento abre espaço para trabalharmos diferentes produtos e ampliar o leque de oportunidades, o que é interessante para os franqueados também”, afirma.

O empreendedor explica que a ampliação de portfólio é decisiva no plano de expansão da companhia. Se antes a Vai Voando era mais focada em produtos aéreos, com alguma atividade ligada ao rodoviário e hospedagem, tudo no âmbito nacional, agora ampliou o cardápio. “Hoje, acrescentamos produtos para destinos internacionais, pacotes de hospedagem e transporte e experiências, entre outros. Oferecemos ingressos e traslados com horário marcado para eventos como o The Town [festival de música que acontece em São Paulo] e Fórmula 1, por exemplo”, conta Andreaza.

Ele afirma que os produtos mais premium, como os ligados a esse tipo de experiência, não são os campeões de venda, já que o foco do negócio é o público de baixa renda, mas performaram bem. “O importante é empoderar os franqueados para vencer o estereótipo, e deixar de lado a ideia de que essas pessoas não podem consumir e comprar coisas mais caras. Eles podem e fazem isso”. A ideia de a gente definir o que o consumidor deve comprar não faz mais sentido”, diz.

O que permite realizar esses e outros sonhos, segundo Andreaza, é o meio de pagamento que a empresa disponibiliza: o boleto pré-pago. “Por meio dele, é possível planejar a viagem e pagar escalonado. Quanto maior a antecedência, maior o número de parcelas. Quando embarca para as férias ou para visitar parentes, viaja sem dívidas, o que é a cereja do bolo”, conta. Nesse modelo, não é necessário passar por análise de crédito (Serasa e SPC), nem precisa comprovar renda e, segundo o diretor da empresa, de 55% a 60% das vendas são pagas dessa forma.

Ainda falando sobre o cardápio variado de produtos, vale citar que a Vai Voando também oferece seguro-viagem (pode custar R$ 5 por diária de viagem em território nacional, e atende quem, em geral, não é CLT e não tem seguro-saúde), locação de carro e cruzeiros.

“Estamos perto de lançar vendas de intercâmbio com alguns produtos de entrada, como pacotes para quem quer trabalhar como au pair [programa de intercâmbio cultural que envolve trabalhar, em geral como baby sitter, e estudar em outro país, morando em uma casa de família local] na América do Sul, em busca de renda”, conta Luiz Andreaza.

Franquias:

Conquista geográfica

Além da ampliar o portfólio de produtos, a expansão da Vai Voando inclui avançar para mais territórios e captar novos empreendedores qualificados. Atualmente, a marca possui presença em diferentes regiões, com destaque para o Norte do Brasil. Cidades como Manaus, Porto Velho, Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Boa Vista possuem lojas consolidadas. Muitas vezes, deslocar-se para essas cidades é complicado, com acesso dependente de barcos, por isso, contar com viagens aéreas é fundamental.

De acordo com informações da Vai Voando, no Sudeste, a região metropolitana de Belo Horizonte é prioridade na estratégia de expansão, e o Nordeste continua em fase ascendente desde 2023. O Sul avança em ritmo mais moderado, mas há ações específicas, como a participação em eventos de microfranquias para mudar isso.

A captação de novos franqueados é uma peça-chave para acelerar o crescimento da rede. Além de estar em eventos para promover a marca e de parcerias estratégicas, a Vai Voando vem se dedicando a identificar empreendedores qualificados.

“Muitos potenciais clientes veem passagens e produtos nas redes sociais e na internet, inclusive nos pontos de contato digitais da nossa marca, mas querem comprar em um ponto físico para tirar dúvidas e se sentirem mais seguras. Essa segurança pode ser oferecida pela franquia daquele local, já que em diversos casos, o empreendedor é próximo da comunidade”, explica Andreaza.

O investimento necessário para se tornar um franqueado da Vai Voando fica entre R$ 15 mil e R$ 20 mil. “O empreendedor sai com a franquia, o conhecimento e as ferramentas para desenvolver o trabalho. E nós prestamos assistência o tempo todo”, afirma o cofundador.

Nos últimos dois anos, a média de faturamento das unidades cresceu 2,5 vezes, impulsionada pelo aumento do portfólio de produtos e pelo incremento das soluções oferecidas pela companhia.

Andreaza destaca que a Vai Voando tem ganhado mercado ao levar oportunidades para quem precisa ou quer viajar e, ao mesmo tempo, gera empregos e renda para periferias e comunidades. “Como qualquer negócio, ele traz lucro para o acionista, o investidor e o empreendedor. Mas também tem esse lado de impacto social muito importante”, conclui.

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