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Telavita, startup de saúde mental para empresas, chega ao ponto de equilíbrio

Fonte: Redação

Quando Andy Bookas e Lucas Arthur decidiram empreender na área de saúde mental, eles não antecipavam que uma pandemia levaria o setor a se digitalizar rapidamente. A Telavita nasceu em 2017 para diminuir as barreiras de entrada para o tratamento com psicólogos e psiquiatras e, sete anos depois, chegou ao ponto de equilíbrio. A notícia foi antecipada com exclusividade a PEGN.

“A Telavita surgiu para democratizar o acesso à saúde mental de qualidade, muito baseado em taxas de depressão, burnout, estresse, ansiedade no ambiente de trabalho e absenteísmo”, aponta Bookas. A psicóloga Milene Rosenthal completa o time fundador, como responsável técnica.

A plataforma funciona como uma clínica digital, com cerca de 720 profissionais cadastrados para acompanhar os casos, fazer discussões clínicas e desenhar planos de ação assistenciais aderentes à saúde ocupacional. Os especialistas são remunerados por atendimento a partir da faixa de experiência e tem progressão na remuneração pela performance que apresentam. Os números não foram divulgados.

A healthtech afirma que sua metodologia possibilitou 87% de melhora em sintomas de depressão e ansiedade. “Não somos um marketplace. Passamos pela mesma regulamentação de um hospital. Temos o nosso próprio corpo clínico e metodologia para, dessa forma, conseguir entregar cuidado de forma padronizada, com o compartilhamento de dados com empresas, hospitais e planos de saúde”, acrescenta Bookas.

Startups:

Segundo dados do Ministério da Previdência obtidos com exclusividade pelo g1, mais de 470 mil afastamentos foram concedidos em 2024 por transtornos mentais – sendo 141 mil por ansiedade e 113 mil por depressão —, um aumento de 68% em relação a 2023. “O mercado mudou muito, mas essa crise não é novidade. Temos um aumento assustador, um crescimento significativo de soluções, mas ainda é insuficiente. O estigma está menor, mas o problema continua crescendo”, lamenta Arthur.

Com R$ 20 milhões captados em investimentos desde a fundação, os cofundadores contam que a Telavita sempre operou próxima do breakeven, podendo diminuir o investimento em publicidade e participação em eventos para equilibrar as contas. Em 2023, eles decidiram que esse seria um dos principais objetivos de 2024. A startup cresceu 62% no ano passado e atingiu o breakeven em outubro.

“O equilíbrio entre investimento e eficiência econômica é uma escolha diária. Felizmente tivemos o apoio de investidores nos últimos anos que nos permitiu aportar em equipe, tecnologia, pesquisa científica, expansão, capilaridade da equipe comercial. Agora estamos crescendo organicamente com nosso próprio fluxo de caixa”, pontua Bookas.

A estratégia foi encontrar formas de crescer sem depender do aumento de pessoas no time. Para isso, a Telavita usou mais inteligência artificial e tecnologia para automatizar processos e ganhar eficiência. A IA é aplicada na identificação e diagnóstico de pacientes, trazendo mais insumos para que a intervenção seja mais precisa, além da transcrição e sumarização de consultas e análise de dados mais rapidamente.

A startup estima dobrar o faturamento de 2024 neste ano, apostando no crescimento da carteira de clientes com a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que exigirá que as empresas avaliem os riscos psicossociais em seus ambientes de trabalho a partir de 26 de maio. A Telavita aprimorou a plataforma para possibilitar que as companhias não apenas identifiquem e gerenciem os riscos, mas acompanhem os funcionários com conteúdo, ações preventivas e atendimentos.

Entre os clientes da healthtech estão Hospital Israelita Albert Einstein, Petrobras, Hospital Infantil Sabará, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, GOL Linhas Aéreas, Omint e Fabel-Castell. A Telavita afirma que consegue um engajamento de 50% a 60% dos funcionários para o mapeamento dos riscos, identificando que entre 10% e 15% dos colaboradores precisam de intervenção pontual – desses, o engajamento sobe para 85%, em média.

“Os problemas de saúde mental são geracionais e as soluções atuais não vão atender toda a demanda. Com o breakeven, ganhamos autonomia para atender empresas de vários segmentos, além do setor público. Essa independência abre muitos caminhos para nós”, conclui Bookas.

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