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Tardezinha: Como o projeto de Thiaguinho se tornou um negócio de sucesso em 5 fases

Fonte: Redação

Com um público de 750 mil pessoas e um faturamento de R$ 200 milhões em 2023, a Tardezinha é considerada uma das maiores turnês do Brasil. O projeto, idealizado e comandado pelo cantor Thiaguinho, o ator Rafael Zulu e o empresário Rafael Liporace, completa dez anos em 2025, quando fará uma turnê comemorativa, passando por 22 cidades brasileiras e quatro internacionais.

Hoje, a marca tem parceria com empresas, como Reserva e Umbro, e prevê até o lançamento de cursos profissionalizantes, graduação e MBA para 2025. Porém, antes de se tornar gigante, o projeto começou pequeno, apenas como uma ideia, como muitos negócios. Para sair do papel e decolar, foi dividido em cinco fases:

  1. Teste;
  2. Crescendo aos poucos;
  3. Parada;
  4. Retomada;
  5. Liderança.

Rafael Liporace, CEO e cofundador do projeto, contou um pouco do caminho durante sua palestra “Tardezinha – O encontro de amigos que se tornou a maior turnê brasileira da história” no RD Summit, evento anual da empresa RD Station que aconteceu em São Paulo nesta semana.

1. Teste (2015)

Tudo começou em um domingo qualquer, com uma ideia que Thiaguinho teve, em 2014, durante um encontro com os amigos. “Thiago olhou para todos e falou: ‘Irmão, vou ficar no Rio quatro domingos por conta de um programa da Globo. Vamos fazer um pagode?’ Nós ficamos sem entender” contou Liporace.

Segundo o empresário, no início a ideia parecia absurda, mas que como “todo negócio grande nasce do nada”, os amigos sentiram que precisavam acreditar na ideia. E assim, deram o pontapé inicial na fase que chamaram de “Teste”.

Em 2015, no primeiro show, realizado no clube de um dos fundadores, Rio Beach Club, os empresários abriram 1 mil ingressos e venderam somente 650. A estrutura ainda era bem pequena, deixando Thiaguinho cantando a cinco metros das pessoas.

“Depois que Thiago saiu do palco ele nos olhou e falou que tinha certeza que tínhamos feito algo que duraria muito tempo. Se esse cara, que estava acostumado a tocar para milhares de pessoas, falou isso, e o Zulu acreditou na ideia, quem sou eu para não acreditar?”, comenou Liporace.

2. Crescendo aos poucos (2016 – 2018)

A partir dali, o empresário passou a trabalhar no formato e ir aos poucos escalonando. No segundo show, eles abriram 2 mil ingressos, venderam todos e aumentaram as datas. Depois, foram para a Marina da Glória, um dos locais mais tradicionais de festas na capital fluminense, com capacidade para 5 mil pessoas.

Depois que viu o potencial, o cofundador conta que percebeu que era a hora de ir para outros estados. “O gênero era nacional, o artista era nacional, então a gente tinha que ser nacional”, diz Liporace. Porém, antes de ir para uma metrópole, os empresários decidiram testar em Divinópolis, município de Minas Gerais com 230 mil habitantes.

“Nós queríamos crescer, mas crescer é difícil, dá trabalho e por isso escolhemos começar devagar”.

3. Parada (2019)

Após 162 shows, arrecadando R$ 1,6 bilhão nos últimos quatro anos, com edições em grandes estádios como Mineirão (MG) e Maracanã (RJ), quando vendeu 50 mil ingressos, a equipe da Tardezinha resolveu que era hora de parar. Sendo assim, em dezembro de 2019, o último show aconteceu para que todos ali pudessem dar “um respiro”. Só não imaginavam que no ano seguinte chegaria a pandemia.

“Nós resolvemos parar e em seguida o mundo para. E apesar de vários aspectos negativos, a pandemia fez com que as pessoas passassem a valorizar os momentos de felicidade. A diversão naquele momento era ligar uma live, juntar as pessoas e ficar bêbado no sofá. Isso mostrou que o que fazemos têm valor”, contou o empresário.

Segundo Liporace, a parada foi estratégica porque deixou saudade e permitiu que o público “precisasse de uma Tardezinha”.

4. Retomada (2023)

Após quatro anos, o projeto voltou para os palcos em 2023. Com 28 shows e um especial no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro, que reuniu 80 mil pessoas. A temporada atraiu 750 mil pessoas e faturou R$ 200 milhões.

“Independentemente do tamanho, a experiência sempre foi a mesma: Thiaguinho cantando cinco horas, sem pirotecnias ou palcos enormes, somente o bom e velho pagode. Esse é o formato que a gente criou, testou e sempre vamos manter”, diz Liporace.

A marca também criou, em parceria com a Itaipava, a sua própria cerveja. A ITA-Draft Tardezinha vendeu, em 2023, 21 milhões de unidades, sendo 2 milhões nos shows. “A gente começou a entender que a Tardezinha tinha passado dos portões do evento e começamos a pensar mais para a frente”.

Projeto já alcançou mais de 750 mil pessoas — Foto: Alisson Demetrio
Projeto já alcançou mais de 750 mil pessoas — Foto: Alisson Demetrio

5. Liderança (2025)

Hoje, a marca conta com quatro álbuns e dois documentários lançados. Além disso, os empresários têm parcerias com marcas de roupas como Reserva e Umbro. A partir de 2025, o projeto terá cursos profissionalizantes, graduação e MBA em parceria com a Estácio. Serão cursos de produção de eventos musicais, gestão de eventos e entretenimento e gestão estratégica de entretenimento.

Liporace conta que o Tardezinha quer ser o líder e ficar ali. “Se manter no topo sempre será um desafio tão grande quanto começar do zero”, diz.

Os empresários estão com a meta ambiciosa de ir para todos os continentes em 2025. Por enquanto o projeto tem quatro países confirmados: Lisboa (Portugal), Luanda (Angola), Sydney (Austrália) e Miami (Estados Unidos).

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