Em menos de um ano de operação, a Loyalme, spin-off da Cuponeria que é especializada em fidelização de clientes, atingiu 20 milhões de pessoas com suas soluções e registrou R$ 30 milhões transacionados mensalmente. Na carteira, estão empresas como Bradesco, Ticket e Natura.
“Muitas áreas de marketing ainda gastam muito com aquisição. Nós conversamos bastante sobre organização de orçamento, para elas não medirem apenas clientes novos, mas clientes ativos”, afirma Thiago Brandão, CEO e cofundador da startup, que esteve na lista das 100 Startups to Watch 2024.
A Loyalme oferece soluções de fidelização, como clubes de vantagens, gamificação e cashback, no formato SaaS white label, personalizando a identidade visual para cada marca. A plataforma conecta 2 mil varejistas, que oferecem produtos para compra com dinheiro ou com pontos.
Embora a maioria dos projetos seja voltada para o consumidor final, como o cashback para clientes do Bradesco e a gamificação com benefícios para alunos da Estácio, a Loyalme adaptou suas soluções a partir das demandas do mercado, abraçando também o B2B. A Natura, por exemplo, usa gamificação em ações de troca de pontos por prêmios para revendedoras.
“Grandes nomes dos cupons quebraram, como Peixe Urbano e Groupon. O grande desafio de empreender é estar aberto a se adaptar. Prospectamos com a Natura, e eles comentaram sobre a vontade de engajar revendedoras. Nosso time tem a cultura de ouvir o cliente e oferecer o que ele quer”, declara Brandão.
A ideia para a Loyalme surgiu justamente de uma percepção sobre o mercado. Brandão fundou a Cuponeria ao lado de Nara Iachan e Lionardo Nogueira em 2011, quando ainda estavam na faculdade. Em 2018, a Cuponeria recebeu um investimento do Bradesco por meio do InovaBra.
Startups:
“Existia uma regulação que prendia muito os consumidores no Brasil. Era difícil trocar de operadora, de banco, a fidelização era forçada. Quando as regulações começaram a ser mais pró-consumidor, as empresas começaram a perder clientes, e essa é a maior dor para um negócio”, aponta.
A Cuponeria auxiliava na aquisição de clientes com oferta de descontos, mas os sócios perceberam que o mercado precisava de mais. Eles ampliaram o portfólio e passaram a criar clubes de benefícios em 2021. Apesar da expansão, a marca Cuponeria ainda estava fortemente associada aos cupons, o que gerava dificuldades para comunicar a diversidade de soluções que a empresa estava oferecendo às empresas.
Brandão afirma que, após a oficialização como spin-off em julho de 2024, a Loyalme se tornou 10 vezes maior do que a Cuponeria em faturamento e em número de pessoas — a equipe tem cerca de 70 pessoas atualmente. “O que ajudou o crescimento é ter empreendido antes. Foi rápido para se movimentar, ir atrás, se posicionar e vender”, opina.
A Loyalme é responsável por clubes de benefícios de 30 instituições, sendo 20 clientes até então atendidos pela Cuponeria. Para 2025, a Loyalme tem como objetivo dobrar o número de clientes, expandindo para novos setores como seguros, educação e telecomunicações. A startup também está focada em redes de franquias — a Cacau Show é um dos clientes.
O objetivo agora é investir na individualização para gerar mais conversões. “É a tendência do consumo digital. Não adianta ter um marketplace igual para todos os clientes. É preciso prever o que o consumidor quer e trazer a oferta ideal. Isso já é utilizado para cashback, cupom”, destaca. A ideia é aproveitar a quantidade expressiva de dados gerada pela gamificação para alimentar a tecnologia de inteligência artificial preditiva.
A startup já gera caixa e não depende de investimentos externos para financiar sua operação. No entanto, Brandão não descarta a possibilidade de uma captação: “Temos recebido propostas e estamos abertos a conversas, mas no momento não estamos buscando ativamente investimentos”.