A Solfácil, ecossistema de soluções solares, voltou ao mercado de capitais e levantou um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) de R$ 1 bilhão para financiar a instalação de mais placas fotovoltaicas. Esse não foi o único aporte de peso da semana: a insurtech Azos captou R$ 170 milhões e a N5 conseguiu R$ 114 milhões.
Também houve a divulgação de M&As, como a aquisição da Connekt pela Jobecam, que PEGN noticiou com exclusividade. Com a compra, a HRTech passa a oferecer uma jornada completa de recrutamento e seleção.
Nesta edição da newsletter, você fica sabendo mais sobre os números de 2024 consolidados pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP).
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Aportes
Solfácil. A startup anunciou a captação de R$ 1 bilhão por meio de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) para financiar a instalação de placas solares no Brasil, beneficiando 50 mil clientes nos próximos seis a nove meses. A startup, que surgiu como fintech para financiar instalações solares em residências, tem ampliado suas ofertas, incluindo a venda de equipamentos, seguros e dimensionamento de projetos, com uma jornada digital e sem cobrança de entrada. Com crescimento expressivo nos últimos anos e já tendo captado R$ 4 bilhões anteriormente em diversos instrumentos financeiros, a Solfácil é a maior emissora de títulos verdes do Brasil.
Azos. A insurtech especializada em seguros de vida levantou R$ 170 milhões em uma rodada Série B, liderada pela Lightrock, com participação de Kaszek, Prosus, Munich Re Ventures e Maya Capital. O objetivo do aporte é acelerar o crescimento da empresa e aprimorar sua tecnologia. A Azos, que já tem R$ 60 bilhões em capital segurado e mais de 9 mil corretores parceiros, se destaca pela simplicidade na contratação de seguros, utilizando inteligência artificial para emitir apólices rapidamente. Em 2024, a empresa dobrou seus títulos e multiplicou por mais de 2,5 vezes o valor dos prêmios.
N5. A multinacional de tecnologia, focada no setor financeiro, anunciou a extensão de sua rodada de investimento, captando cerca de US$ 20 milhões (em torno de R$ 114 milhões). O novo aporte veio de Alexia Ventures e Scale-Up Ventures, e do follow-on dos fundos Illuminate Financial, Exor Ventures, Madrone Capital Partners, LTS Investments, Arpex Capital e Overboost. O investimento será direcionado para impulsionar o desenvolvimento de suas soluções de inteligência artificial e expandir sua presença global – a N5 já está presente em 18 países e atende clientes como Itaú e Santander.
V360. Especializada em gestão de pagamentos B2B, a startup recebeu um aporte de R$ 40 milhões em uma rodada Série A liderada pelo fundo Cloud9, com participação do Honey Island by 4UM e follow-on de outros investidores. A empresa, que já transaciona mais de R$ 400 bilhões anuais, planeja investir no desenvolvimento de soluções para a gestão de duplicatas escriturais, aproveitando as novas regulamentações do setor. Com crescimento acelerado desde sua fundação em 2019, a V360 oferece uma plataforma que automatiza todo o ciclo de pagamentos a fornecedores, ajudando grandes empresas a reduzir erros e atrasos, além de otimizar a antecipação de recebíveis. Com uma carteira de clientes como Raízen, Vale e Suzano, a empresa projeta faturamento de R$ 60 milhões em 2025 e R$ 100 milhões em 2026.
Advolve.ai. A startup de marketing digital automatizado levantou US$ 5 milhões (cerca de R$ 30,1 milhões) em uma rodada seed liderada pelo Canary e com a participação de Valor Capital, Prosus Ventures, Valutia e Scale-Up Ventures. Fundada em 2023, a empresa usa inteligência artificial generativa e machine learning para otimizar todo o processo de marketing digital, desde a criação de peças até a análise de desempenho das campanhas. Com clientes como iFood e Cogna Educação, a Advolve.ai busca expandir sua presença global, com foco inicial no mercado norte-americano.
M&A
Jobecam. A startup especializada em entrevistas de emprego anônimas anunciou na segunda-feira (17/2) que realizou o seu primeiro M&A: a aquisição da Connekt , empresa responsável por um software de Applicant Tracking System (ATS). O valor da transação não foi revelado. Com a aquisição, a Jobecam incorpora a tecnologia da Connekt, incluindo testes comportamentais e inovações em inteligência artificial, tornando-se uma plataforma completa de recrutamento e seleção. Com o movimento, a HRTech prevê dobrar o faturamento em 2025.
Yooga. A startup com soluções de gestão para o setor de food service adquiriu a Kuppi, especializada em impulsionar vendas pelo WhatsApp, com o objetivo de fortalecer a autonomia dos restaurantes e ampliar suas fontes de receita. O valor e o formato do M&A não foram divulgados. Com o movimento, a Yooga pretende ajudar os restaurantes a reduzir a dependência de marketplaces, como o iFood, e aumentar suas vendas pelo WhatsApp para o crescimento de suas receitas. A empresa planeja continuar investindo no desenvolvimento de soluções inovadoras para o setor e pode fazer novas aquisições em 2025.
Ecossistema em recuperação
A Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) divulgou nesta semana os números consolidados de investimentos em 2024. Segundo o relatório realizado pela TTR Data, os aportes de venture capital cresceram 17%, alcançando R$ 9 bilhões, impulsionados principalmente pelo quarto trimestre, que viu um aumento de 59% no valor investido em relação ao mesmo período no ano anterior. No entanto, o número de transações caiu 46%, de 228 para 123, refletindo uma maior seletividade dos fundos.
“Esta recuperação do venture capital vem se desenhando há alguns trimestres, porque vemos as diligências ocorrendo e os empreendedores apresentando boas teses aos gestores. Obviamente, a seletividade está maior em razão de termos menos capital disponível, especialmente se compararmos com o biênio de 2020-21”, comentou Priscila Rodrigues, presidente da ABVCAP.
Já o Corporate Venture Capital (CVC) teve um aumento de 36% em 2024, subindo de R$ 2,2 bilhões para R$ 3,5 bilhões.
Movimentações
Agro. O BR Angels estruturou seu 7º batch de investimentos, com foco no agronegócio, e um aporte estimado de R$ 5 milhões, a ser investido dentro do período de 12 a 18 meses. Com foco em tecnologias disruptivas, como soluções para eficiência, sustentabilidade e produtividade no agro, o grupo de anjos selecionará empresas com modelos de negócios escaláveis e equipes qualificadas para proporcionar mentorias e networking com especialistas do setor. O BR Angels já conta com duas startups do agronegócio em seu portfólio e espera fortalecer sua posição como um dos principais investidores-anjo do Brasil, promovendo o impacto positivo e a inovação no setor.
Ensino. A Ânima Educação lançou o Titans Lab, um programa de aceleração de startups criado para apoiar projetos empreendedores fundados por estudantes universitários. Com um investimento inicial de R$ 3 milhões, o programa vai apoiar 20 startups de alunos das universidades do ecossistema Ânima (Universidade Anhembi Morumbi, UniBh, UniRitter, UniCuritiba e Unifacs), oferecendo mentorias, infraestrutura e acesso a uma rede de empreendedores e investidores. O programa é dividido em três etapas: criação, aceleração e alavancagem, com foco no desenvolvimento de soluções inovadoras e impacto socioeconômico. Além disso, os alunos podem contar com o apoio de professores como sócios investidores, com 20% do capital das startups destinadas ao fundo Ânima.
Saúde. O Hospital Albert Einstein lançou um programa de aceleração de startups focado no Sistema Único de Saúde (SUS), visando incentivar o desenvolvimento de inovações tecnológicas para o setor público. A iniciativa, inédita em sete anos da aceleradora Eretz.bio, busca soluções que melhorem a gestão e o acesso à saúde, com foco na eficiência e custo-efetividade. As startups selecionadas passarão por capacitação e mentorias específicas sobre o SUS, sua regulamentação e aspectos da gestão pública, além de realizar provas de conceito em unidades públicas geridas pelo Einstein. As inscrições estarão abertas em breve.
Oportunidades
Food service. O programa Fogo Alto, desenvolvido pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em parceria com FabLab Hub e iFood, abriu o seu primeiro edital em busca de soluções inovadoras para melhorar a gestão e a eficiência do setor de food service. Com duração de seis meses, o programa conecta startups, operadores, investidores e indústria. As selecionadas terão oportunidade de participar de eventos nacionais e internacionais, além de apresentar suas ideias para potenciais clientes. As inscrições vão até 16 de março pelo site oficial.
Sustentabilidade. O Programa de Políticas sobre Mudança do Clima do Brasil (PoMuC), fruto da parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério Federal de Economia e Ação Climática da Alemanha, lançou o Hub de Inovação Climática para acelerar soluções tecnológicas para a região amazônica. A iniciativa quer impulsionar startups que já atuam na região para resolver desafios climáticos e socioambientais. As empresas selecionadas passarão por aceleração de cinco meses e as três mais bem avaliadas participarão da COP30, em Belém (PA). As inscrições se encerram em 10 de março e devem ser feitas pelo site.
Sustentabilidade 2. A Bosch lançou o desafio global CarbonCapture para encontrar startups em estágio inicial (pré-seed ou seed) com soluções voltadas à economia circular de carbono, como captura, utilização e armazenamento, comércio e gestão de certificados. As selecionadas receberão 15 mil euros, sem contrapartida de equity, para validar a ideia. As inscrições vão até 28 de fevereiro pelo link.
Do zero. O Sebrae-SP quer mostrar para universitários que é possível empreender com tecnologia. O programa Spark está recebendo inscrições até 31 de março e tem 10 mil vagas abertas para todo o estado de São Paulo. Os participantes passam por workshops, atendimentos com especialistas do mercado e apresentação de pitch para banca avaliadora. Interessados podem se inscrever pelo site.