Em processo de reestruturação, a Mei Mei, rede de franquias de culinária asiática, está com um novo sócio e CEO desde abril de 2024. O empresário Marcelo Cordovil, ex-diretor de expansão da Mania de Churrasco, comprou 40% do negócio e agora está em busca de reorganizar a casa e, futuramente, levá-la para todo o Brasil. Seu trabalho já tem surtido efeitos: em 2024, a rede faturou R$ 115 milhões, um crescimento de mais de 20% sobre o ano anterior.
A marca foi fundada em 1991 por uma empresa do setor de alimentação, e posteriormente passou a ser gerida por um fundo de investimento — por questões contratuais, a Mei Mei não revela o nome dos primeiros donos. Em 2002, a empresária Erica Chen, que fornecia hashis para a marca, assumiu a última unidade restante no shopping Pátio Paulista, em São Paulo. “Entrei de cabeça no negócio e fomos bem-sucedidos”, diz a empreendedora. Pouco anos depois, em 2008, a Mei Mei iniciou o seu processo de expansão pelo franchising.
Cordovil conheceu a rede, e a empreendedora, por meio de sua esposa, que é franqueada da marca desde 2017. “A Erica já conhecia meu trabalho e me fez o convite quando soube que eu tinha saído da Mania de Churrasco. Busquei entender o que ela queria para a Mei Mei e percebi que nossos propósitos estavam muito alinhados”, conta o executivo, que comprou 40% da rede e se tornou CEO. Chen continua como sócia-investidora do negócio.
De acordo com o empreendedor, que tem 15 anos de experiência no franchising, sua gestão tem sido conduzida com o intuito de recomeçar a rede. Cordovil afirma que a falta de estrutura na gestão, a ausência de processos claros e a dificuldade em padronizar o modelo de franquia foram alguns dos obstáculos enfrentados pela rede nos últimos anos.
Franquias:
“A marca cresceu no modelo de franquia, mas com pouca estrutura, sem áreas bem definidas. Era muito familiar, com amigos indicando franqueados e cada um gerenciando o próprio negócio, sem padronização”, conta Cordovil. “A Erica sempre teve vontade de profissionalizar o negócio, de fazer com que os franqueados tivessem orgulho da marca e ganhassem cada vez mais dinheiro”, acrescenta.
Para reformular a Mei Mei, Cordovil criou 30 novos cargos, implementou uma área de suprimentos, padronizou o buffet e criou um fundo de marketing. O executivo também está investindo no delivery, que atualmente representa apenas 6% do faturamento.
A padronização do modelo de franquia tem sido um dos principais pontos trabalhados por Cordovil, que vem focando na qualidade dos produtos e na experiência do cliente e dos franqueados. “A gente quer abraçar e acolher quem já estava aqui trabalhando duro, dando a eles as ferramentas necessárias para que possam crescer”, destaca. Agora, também passa a olhar para novas oportunidades de expansão.
Atualmente são 40 restaurantes abertos, todos em shopping centers no Estado de São Paulo, localizados na capital, região metropolitana, litoral e ABC. Apenas um dos estabelecimentos é próprio e a franqueadora tem participação em mais quatro.
De acordo com Cordovil, o objetivo é preparar a rede para abrir cerca de 15 unidades franqueadas por ano, em cidades do interior do estado de São Paulo, no Rio de Janeiro e no Distrito Federal – em fevereiro, a rede vai inaugurar a primeira unidade na capital fluminense. A meta é atingir uma receita de R$ 170 milhões em 2025. O tíquete médio atual é de R$ 49.
“Temos um baita trabalho pela frente e isso [reestruturação da rede] demora. Existe uma série de coisas que precisam ser feitas, mas a marca tem um potencial incrível. Queremos impactar cada vez mais a vida das pessoas. Queremos crescer junto com os franqueados”, diz.
O investimento inicial para se tornar um franqueado é de aproximadamente R$ 1 milhão. O retorno do valor é previsto entre 30 e 48 meses, de acordo com a franqueadora. O faturamento mensal alcançado pelas operações pode chegar a R$ 250 mil e são necessários, aproximadamente, 15 colaboradores para o desenvolvimento das atividades.