Jovens pernambucanos entre 18 e 24 anos de idade foram preparados para desenvolver soluções inovadoras para os pequenos negócios.
Após 12 meses de capacitações, 70 jovens do Recife em situação de vulnerabilidade social chegam ao final do ciclo de atividades do Projeto Ninho de Inovação, iniciativa inédita no país, fruto de uma parceria entre o Sebrae e a Fundacentro, órgão vinculado ao Ministério do Trabalho. A formatura dos alunos será realizada no dia 18 de dezembro, no Mar Hotel, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Durante um ano de curso, os estudantes foram qualificados nas áreas de empreendedorismo, inovação, saúde e segurança do trabalho e tecnologia da informação, com foco em linguagem computacional.
Participaram da primeira turma do Projeto Ninho alunos de baixa renda, de 18 a 24 anos de idade, moradores da capital pernambucana, matriculados em escolas públicas e que já tiveram contato ou estão inseridos em algum curso técnico. O objetivo da iniciativa é acolher jovens economicamente e socialmente vulneráveis, apoiando-os no ingresso no mercado de trabalho. A ideia também é gerar impacto social já que, ao final do curso, os participantes devem apresentar soluções inovadoras que podem ser incorporadas aos pequenos negócios.
“O ninho é aquele lugar que acolhe os pássaros. Então, nós acolhemos esses jovens para que eles sejam livres para alçar voos mais altos e consigam desenhar o seu próprio destino, ajudando a comunidade onde eles vivem”, destaca Érika Benevides, diretora de pesquisas da Fundacentro e idealizadora do projeto.
Durante as capacitações, os alunos tiveram contato com profissionais gabaritados, adquirindo informações atualizadas de mercado, com visitas técnicas a grandes empresas locais e vivenciando o ritmo de metodologias aplicadas no mundo empreendedor. Enquanto estavam no projeto, os participantes foram beneficiados com uma bolsa de estudos no valor de R$ 694,36, além de auxílio transporte de R$ 220. O propósito da iniciativa é mudar a vida de jovens de baixa renda por meio da educação técnica e empreendedora.
“A principal motivação de chegar até aqui foram as capacitações a que tivemos acesso e a possibilidade de imersão no mercado de trabalho, com uma ampla formação e a possibilidade de dar upgrade no futuro”, destaca Thiago Lima, participante do Ninho. “Normalmente, a gente é podado para não ser tão criativo e aqui conseguimos usar e abusar da nossa criatividade, conhecendo de perto os desafios e as oportunidades do pequeno negócio e desenvolvendo soluções para o mercado “, acrescenta Izabella Campelo, que também participou do projeto.
O Projeto Ninho é uma oportunidade de ouro para que jovens vulneráveis possam crescer, aprender, criar e voar, mudando suas histórias de vida. As aulas começaram em janeiro deste ano e serão finalizadas no último 15 de dezembro. Os alunos tiveram acesso a 56 metodologias do Sebrae de empreendedorismo e inovação. Como última etapa, foi proposto um desafio, que visa desenvolver soluções reais para empresas.
“A formatura é o encerramento deste ciclo, mas não para por aí. Já temos dois estudantes que estão participando de uma seleção para uma bolsa no Cesar School, alguns estão sendo contratados por empresas e outros que estão prestes a entrar no ensino superior. Plantamos a semente e percebemos que o desenvolvimento intelectual abre portas. Hoje temos cidadãos que se transformaram em profissionais e futuros empreendedores”, destaca Danilo Lopez, analista do Sebrae que coordena o Projeto Ninho em Pernambuco.
O projeto-piloto deu certo e a previsão é abrir uma nova turma no segundo semestre do próximo ano, não só no Recife, mas em outras cidades brasileiras. A capital de Pernambuco foi escolhida para abrigar a primeira edição por conta da vocação da cidade na área de tecnologia. “Consideramos começar pelo Recife exatamente pela cidade abrigar o Porto Digital e por essa questão da inovação estar muito bem aflorada no local”, destaca Luciana Ferrari, presidente da Fundacentro.