Os empresários Eduardo Parrillo e Fernando Parrillo, donos da Prevent Senior, foram denunciados pelo Ministério Público do Estado de São Paulo nesta quarta-feira (5/6), junto a um grupo de executivos de alto escalão da empresa, por homicídio culposo e uma série de crimes cometidos nos hospitais da empresa durante a pandemia de covid-19. As informações são da GloboNews e do G1.
Em dois anos e oito meses de investigação, o MP apontou indícios de que sete pacientes morreram após passar por tratamento e internações nas unidades da Prevent Senior em São Paulo, por erros e conduta da diretoria da empresa.
Eduardo Parrillo e Fernando Parrillo fundaram a Prevent Senior, operadora de saúde focada no público idoso, em 1997. Segundo o site da empresa, Eduardo é médico e Fernando, administrador. Os dois iniciaram a empresa com a compra de uma ambulância, usada na remoção de pacientes graves até hospitais.
A empresa chegou a ter uma frota de três ambulâncias, mas foi vendida pelos irmãos para a compra de uma clínica em Santo Amaro, em São Paulo (SP). Atualmente, a empresa divulga ter mais de 45 unidades, 550 mil beneficiários e 14 mil colaboradores em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Santos. No quadro societário da empresa também constam Andrea Parrillo e Maria Aparecida Fagundes Parillo.
Fernando é CEO da operadora de saúde e Eduardo é sócio e diretor clínico. Os dois ganharam evidência nos últimos anos devido às investigações relacionadas à conduta da empresa na pandemia.
Roqueiros, os irmãos também são conhecidos pela veia musical. Fernando é guitarrista da banda de rock Doctor Pheabes, e Eduardo é vocalista das bandas Armored Dwan e Doctor Pheabes. Desde o início das investigações, os grupos já tiveram participações em shows e festivais canceladas.
De acordo com o jornal O Globo, a Doctor Pheabes fez seu primeiro show para funcionários da Prevent Senior em 2013. A banda abriu shows relevantes na última década, como Guns N’Roses, Black Sabbath e Rolling Stones. Em 2017, o grupo tocou no Lollapalloza e no Rock in Rio, dois dos maiores festivais musicais do país.
Como noticiado pelo G1, os irmãos foram denunciados pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, junto a um grupo de executivos, por homicídio culposo, omissão de notificação obrigatória de doença, perigo à vida pela distribuição do chamado “kit covid” e uso de medicação sem indicação para o tratamento de covid-19.
O caso foi investigado pela CPI da Covid no Senado, em 2021, após revelação das suspeitas de irregularidade feita por TV Globo, Globo News e G1. Posteriormente, o caso foi investigado também na CPI da Prevent Sênior na Câmara Municipal de São Paulo. O relatório final, em 2022, propunha indiciamento de 20 pessoas por crimes durante a pandemia.
Em nota, a Prevent Senior afirma que “não foi citada sobre a denúncia do Ministério Público de São Paulo”. “A empresa sempre respeitou e colaborou com os promotores, mas reitera que seus médicos, funcionários e sócios sempre agiram para atender da melhor forma pacientes e beneficiários e jamais cometeram crimes, o que ficará comprovado no âmbito judicial no exercício do contraditório”, diz o texto.