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Quem importa produto não escapa da volatilidade do dólar, mas pode minimizar danos, avaliam especialistas

Fonte: Redação

Na semana entre 5 e 9 de agosto, o dólar oscilou e chegou a uma cotação de mais de R$ 5,80 na terça-feira (6/8). Na sexta-feira (9/8), porém, a moeda americana encerrou em R$ 5,51 — o que representa uma queda de 3,41% na semana. A variação do dólar impacta os empreendedores de diversas maneiras, diz José Carlos de Souza Filho, professor da FIA Business School.

“O impacto mais significativo é para a empresa que depende da importação de produtos para revenda ou de insumos internacionais para a sua produção. O aumento do dólar provoca um um resultado imediato no custo”, afirma. “Como consequência, a organização teria que aumentar o preço, o que impactaria a demanda e causa a perda de mercado. Por outro lado, se não repassar o aumento ao consumidor, a empresa diminuirá sua margem de lucro e comprometerá a sua operação, principalmente na reposição de estoque.”

Guilherme Dietze, assessor econômico da FecomercioSP, lembra que a moeda americana passou por uma forte variação neste ano — em janeiro, estava em torno de R$ 5. “Muitos empreendedores ainda possuem estoque pelo valor que pagaram no começo do ano e conseguem praticar um preço mais baixo até o momento. Porém, vão sentir essa diferença no bolso ao repor estoque para a Black Friday e o Natal”, diz.

Os especialistas alertam que não existe maneira de se proteger totalmente da oscilação do câmbio. “O dólar é muito sensível a diversos aspectos de curtíssimo prazo, além de ser impactado por questões como invasões de países, ataques e aumento da taxa de juros em algum país. Dificilmente um empreendedor terá agilidade para tomar decisões que se adaptem a isso”, afirma o professor.

Oscilações muito grandes, porém, pedem medidas mais incisivas. “Se o dólar variar mais de 10%, é o momento de entrar em alerta e considerar mudanças mais permanentes em seu negócio”, sugere Dietze.

“Nesse caso, o empreendedor deve considerar uma mudança na estratégia da operação”, concorda Souza Filho. “Ele pode buscar novos fornecedores e até aumentar linha de produtos para não depender tanto de um item que está com um custo muito alto.”

Outra solução sugerida pelo professor da FIA Business School é o Hedge Cambial, ou seja, “ter algum ativo em uma moeda forte que protege das flutuações do mercado de curtíssimo prazo”. “É uma estratégia que deve ser muito bem estudada pelo empreendedor para que ele tenha um fundo de garantia para lidar com essas variações. Hoje é muito fácil ter um investimento em dólar”, diz o professor.

Por fim, Dietze lembra que o empreendedor não comprará sempre nas melhores condições — independentemente do quanto fique atento à economia. “O dólar é muito volátil. O momento certo de repor estoque é aquele em que a empresa tem dinheiro em caixa para pagar pelos produtos, evitando situações de estresse [quando a moeda americana está muito alta]. Pode ser que o dólar caia posteriormente, mas não é algo simples de prever”, diz o assessor.

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