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Quem é o CEO da Esportes da Sorte? Conheça os negócios do empresário preso em operação da Polícia Civil

Fonte: Redação

Darwin Henrique da Silva Filho, proprietário da plataforma de apostas Esportes da Sorte, e sua esposa, Maria Eduarda Quinto Filizola, se entregaram à Polícia Civil de Pernambuco na manhã de quinta-feira (5/9). O casal é alvo da mesma operação que prendeu a influenciadora Deolane Bezerra e investiga uma organização criminosa suspeita de envolvimento em jogos ilegais e lavagem de dinheiro.

Com sede em Curaçao, um paraíso fiscal caribenho, o site Esportes da Sorte é operado pelo grupo HSF Gaming e está sob investigação da Operação Integration, deflagrada na quarta-feira (4/9). A operação mira uma suposta organização criminosa acusada de movimentar cerca de R$ 3 bilhões provenientes de atividades ilícitas. Fundada em 2018, a Esportes da Sorte foi uma das pioneiras no mercado de apostas esportivas no Brasil, aproveitando o crescimento desse setor no país.

Darwin Filho comanda a empresa com capital social de R$ 65 milhões, registrada como Esportes Gaming Brasil Ltda. Além disso, ele possui diversos outros empreendimentos, a maioria sediados no Recife, onde sua família construiu um império no ramo de jogos.

O empresário herdou do pai, homônimo, uma rede de operações do jogo do bicho no Recife. Seu pai, proprietário da banca de bicho denominada Caminho da Sorte, foi responsável por modernizar e digitalizar o negócio. Desde então, o crescimento da Esportes da Sorte também se reflete nos investimentos da empresa no futebol brasileiro.

Hoje, a plataforma patrocina grandes clubes como Corinthians (R$ 103 milhões por ano), Bahia (R$ 19 milhões por ano), Athletico (R$ 17 milhões por ano), Grêmio (R$ 23 milhões por ano), e o futebol feminino do Palmeiras (R$ 20 milhões por ano). Além disso, a marca está presente em clubes de outras divisões, como Ceará, Náutico e Santa Cruz.

Paralelamente à Esportes da Sorte, Darwin Filho já iniciou o processo para obter licença de operação para outra casa de apostas, a Onabet. Ele também é dono da empresa HSF Entretenimento e Promoção de Eventos, que teria recebido R$ 10 milhões da Pay Brokers Cobrança e Serviços em Tecnologia, também investigada na operação.

Outro alvo da investigação são vendas de carros de luxos feita por Darwin Filho. Tanto a pessoa jurídica da Esportes da Sorte quanto Darwin Filho adquiriram uma Ferrari e uma Lamborghini Urus Performante. De acordo com o inquérito, os dois veículos foram vendidos à vista por R$ 8 milhões em 2023, embora o processo não revele quem comprou os carros. No entanto, em depoimento à polícia após sua prisão na quarta-feira (4/9), a influenciadora Deolane Bezerra confirmou ter adquirido de Darwin Filho uma Lamborghini Urus Performante no ano passado por R$ 3,85 milhões.

Veja detalhes da Operação Integration, que prendeu Deolane Bezerra

A Operação Integration investiga a prática de jogos ilegais e lavagem de dinheiro. Na quarta-feira (4/9), a operação prendeu a influenciadora e advogada pernambucana Deolane Bezerra, além de sua mãe, Solange Bezerra. Já na quinta-feira (5/9), Darwin Filho, proprietário da plataforma Esportes da Sorte, e sua esposa, também alvos da ação, se entregaram à polícia.

De acordo com o Secretário Estadual de Defesa Social, Alessandro Carvalho, em entrevista à TV Globo, as plataformas de apostas têm origem em grupos que anteriormente atuavam no “jogo do bicho”, uma prática ilegal no Brasil.

“A origem dos principais sócios dessa organização está no jogo do bicho. Quando as apostas foram legalizadas, observamos a migração de pessoas que exerciam atividades no jogo do bicho, que é ilegal, para o setor de apostas”, afirmou.

Carvalho também explicou que a estratégia dessas empresas era contratar influenciadores para alcançar o público de forma rápida e eficaz, utilizando a imagem dos contratados para promover jogos ilegais associados às apostas, que são legalizadas por lei.

O que diz a Esportes da Sorte e Darwin?

Para a imprensa, a Esportes da Sorte afirmou que ainda não teve acesso à decisão judicial que autorizou a busca e apreensão em suas instalações. No entanto, informou que, desde março de 2023, vem colaborando com o inquérito policial, fornecendo os esclarecimentos necessários por meio de petições e documentos apresentados pelo escritório Rigueira, Amorim, Caribé e Leitão – Advocacia Criminal.

“As operações de apostas de cotas fixas da empresa estão em total conformidade com as Leis nº 13.756/2018 e nº 14.790/2023, seguindo os mais altos padrões de regulação jurídica, auditoria independente e um robusto sistema de compliance,” declarou a empresa em nota, ressaltando que permanece à disposição das autoridades competentes.

Por sua vez, Darwin Filho afirmou em uma carta aberta que segue colaborando com as as investigações. “Sigo colaborando com todas as investigações, inclusive ficando surpreso com a ausência de motivos que levaram a uma medida tão rigorosa quanto a que a mim foi aplicada. Dado que sempre me coloquei à disposição das autoridades. De qualquer forma, irei cumprir os ritos legais e observar todas as nuances jurídicas”, afirmou o empresário.

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