Pix Automático para MEI: o que é e quando vale a pena utilizar

Fonte: Redação

O Pix automático entrou em vigor em todos bancos na segunda-feira (16/5), permitindo que usuários autorizem pagamentos periódicos a empresas e prestadores de serviços, incluindo microempreendedores individuais (MEIs). Especialistas consultados por PEGN dizem que a novidade tende a simplificar a gestão financeira dos empreendedores em casos de receitas recorrentes, como pagamentos de clientes frequentes ou assinaturas. Porém, é preciso analisar quando a modalidade é vantajosa.

Com o modelo, o cliente autoriza a transação uma única vez, e os débitos ocorrem automaticamente na conta do pagador. De acordo com o Banco Central (BC), o serviço beneficiará até 60 milhões de brasileiros sem cartão de crédito.

“Nem todos os bancos e sistemas de cobrança estão plenamente prontos. A adoção pelas empresas deve ocorrer aos poucos, conforme a habilitação da função e o aprendizado de uso pelos negócios”, diz Hugo Cayuela, professor de Estratégia e Inovação da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi). “É uma novidade tecnológica que envolve coordenação entre diversos agentes, então é normal enfrentar ajustes técnicos iniciais.”

Você é MEI e pretende utilizar o Pix automático em seu negócio? Entenda abaixo tudo o que é necessário saber sobre a nova modalidade.

O que é Pix Automático?

O Pix Automático permite que consumidores autorizem pagamentos recorrentes a serem debitados de forma automática. A cobrança será feita denos vencimentos seguintes, com base nos parâmetros definidos – valor, data e periodicidade.

Em que casos o MEI pode utilizar o Pix Automático?

Principalmente quando tem receitas recorrentes, como pagamentos de clientes frequentes ou assinaturas, e deseja facilitar a cobrança sem precisar gerar manualmente uma chave pix a cada operação, explica Heloísa de Castro, vice-presidente de administração e finanças do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRCSP). “Isso é comum para negócios que possuem mensalidades, serviços contínuos ou entregas periódicas.”

Para utilizar o Pix Automático, o MEI deve verificar as condições da modalidade em cada um dos bancos. “As instituições podem ter requisitos como CNPJ ativo há mais de seis meses, análise do histórico de movimentações e compatibilidade da atividade com o uso do serviço”, diz Lohaine Batista, especialista em gestão tributária na consultoria SOUZAMAAS.

Quanto o MEI precisa pagar para usar o Pix Automático?

O BC definiu que os bancos e outras instituições financeiras podem cobrar das empresas para oferecer o Pix Automático. Então, o microempreendedor individual deve contatar as empresas em que tem conta para saber quais são as condições.

Para pessoas físicas, o uso do Pix Automático será gratuito.

Quais são os benefícios do Pix Automático para MEIs?

A principal vantagem é a praticidade, diz Batista. “Depois que o cliente autoriza, os pagamentos recorrentes são feitos automaticamente, o que reduz a inadimplência e facilita o controle financeiro. O MEI pode definir limites de valor e periodicidade, o que garante mais segurança e organização nas cobranças”, afirma.

Utilizar o Pix Automático é vantajoso para MEIs?

Depende do caso. Segundo os especialistas, o empreendedor deve sempre considerar os custos. “Informe-se sobre a política do seu banco para Pix Automático. Se houver tarifas por cobrança, calcule o impacto no seu faturamento e avalie alternativas. Em muitos casos, a taxa pode valer a pena pelos benefícios como a redução de inadimplência, por exemplo”, diz Cayuela, que recomenda uma comparação entre os bancos.

“O microempreendedor individual tem opções de contas digitais e tradicionais. Ele deve buscar aquela que ofereça menores custos e bom suporte tecnológico, negociando pacotes de acordo com o volume de transações. Custos menores significam margem maior, mas também considere a qualidade do serviço e segurança oferecida pela instituição.”

Batista recomenda que o empreendedor compare as tarifas também com outras formas de cobrança, como boleto ou link de pagamento. “Uma vez ativado o Pix Automático, o MEI deve acompanhar de perto as movimentações, revisar os lançamentos com frequência e sempre conferir se as cobranças recebidas são legítimas”, afirma. “Esse cuidado evita surpresas e garante uma gestão financeira mais segura e eficiente.”

Como utilizar o Pix Automático?

Segundo o Banco Central, o empreendedor deverá:

  • Entrar em contato com uma instituição financeira que ofereça a modalidade de pagamento;
  • Verificar com a instituição escolhida o que é necessário fazer para a implementação do Pix Automático;
  • A cada cliente que optar pela funcionalidade, configurar os parâmetros da recorrência a ser autorizada pelo pagador (como data, periodicidade e valor);
  • Receber as permissões dos clientes para o pagamento.

O professor de Estratégia e Inovação da Fipecafi lembra que é importante ajustar o planejamento financeiro de acordo com as novas datas previsíveis de recebimento. “Por exemplo, se várias assinaturas serão cobradas todo dia 15, saiba que nessa data entrará um montante X em conta. Ajuste os pagamentos de contas do negócio e reposição de estoque considerando esses ciclos”, sugere.

O docente lembra ainda que o cliente tem o direito de cancelar a autorização a qualquer momento pelo app do banco. “Essa liberdade é ótima para o consumidor, mas significa que o MEI não tem garantia contratual de longo prazo e a continuidade depende da satisfação do cliente. Se o consumidor cancelar a recorrência ou se fechar a conta bancária, o recebimento cessa até que outra forma de pagamento seja combinada”, diz.

A recomendação é que o MEI acompanhe ativamente a sua base de cobranças para, em casos de cancelamento, entrar em contato com o cliente para entender o motivo ou oferecer meios alternativos de pagamento. “A ferramenta automatiza a cobrança, mas não substitui a atenção ao relacionamento: a fidelização do cliente e a qualidade do serviço continuam sendo cruciais para que ele mantenha a autorização ativa.”

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