Portal BEI

Petlove anuncia expansão com franquias e quer faturar R$ 100 milhões com pet shops em bairros

Fonte: Redação

Após quase dois anos tateando o varejo físico em São Paulo, a Petlove anunciou o início de sua expansão com franquias. A empresa é uma das mais antigas e consolidadas nativas digitais do segmento, no ar desde 1999, e com um faturamento estimado em R$ 1,8 bilhão em 2024, 34,5% acima do realizado em 2023. Para este ano, o plano é abrir entre 10 e 20 unidades franqueadas, todas no Estado de São Paulo, e escalar para 100 pontos em 2025.

Talita Lacerda, CEO do Grupo Petlove, diz que o objetivo não é competir com megastores, como Cobasi e Petz, mas sim posicionar as operações como pet shops de bairro. A ideia é atender clientes que precisem de um pacote de ração de última hora ou um remédio com urgência, por exemplo, oferecer serviços como banho e tosa e turbinar a venda dos planos de saúde da empresa. Empreendedores donos de pet shops estão na mira da empresa para potencial conversão das unidades para franquias.

Atualmente, a Petlove tem nove lojas próprias e um quiosque em São Paulo. De acordo com a executiva, a empresa pretende continuar abrindo operações próprias, paralelamente ao projeto de franquias. Com as inaugurações projetadas para este ano, o plano é faturar R$ 100 milhões — ainda uma pequena fração do montante que todo o ecossistema representa.

Quanto custa uma franquia da Petlove?

O investimento para se tornar um franqueado é a partir de R$ 600 mil (o valor pode variar em casos de conversão) e o prazo de retorno é estimado em até 36 meses. A primeira unidade franqueada deve abrir as portas em abril, em Perdizes, na zona oeste paulistana.

Principais aprendizados: omnicanalidade e serviços

Três razões levaram a Petlove das telas para o mundo físico: a demanda dos próprios consumidores; a busca de empreendedores do setor para parcerias ou até mesmo franquias; e o potencial de atender a quem já é cliente, mas deseja compras de última hora. Isso tudo atrelado à maior exposição de marca. Com nomes experientes em franquias no quadro societário, como José Carlos Semenzato, o caminho de expansão pelo canal acabou sendo natural.

Talita Lacerda, CEO do Grupo Petlove — Foto: Claudio Gatti
Talita Lacerda, CEO do Grupo Petlove — Foto: Claudio Gatti

A migração para o varejo físico trouxe alguns aprendizados. O primeiro deles foi enxergar o potencial da omnicanalidade na prática, de acordo com Lacerda. “Até os clientes mais digitais, mais acostumados com o aplicativo, vão à loja”, diz. A importância da oferta aprimorada de serviços foi outro aprendizado, que a marca obteve nesses quase dois anos. “O cliente espera por uma experiência completa e de qualidade [em pet shops]”.

Lacerda diz que as lojas alcançaram os melhores resultados de satisfação do cliente dentro do ecossistema Petlove, tornando-se referência para outras unidades de negócio. No entanto, o maior desafio é manter a qualidade dos serviços. Ao enxergar isso, a empresa optou por abrir uma escola de banho e tosa para formar os profissionais, e se predispôs a ajudar os franqueados no recrutamento e treinamento para manter o nível da qualidade.

De acordo com o Instituto Pet Brasil (IPB), os pet shops de bairro corresponderam a 48,7% do faturamento do setor em 2022 (dado consolidado mais recente divulgado pela entidade). No total, o mercado pet movimentou R$ 60,2 bilhões no período, 16,2% a mais em relação a 2021. Por mais que a venda de rações seja o principal vetor de faturamento deste mercado (56%), pet care tem despontado, com um avanço de 20% em 2022. A estimativa da IPB é que o setor tenha faturado R$ 68,9 bilhões entre janeiro e setembro do ano passado.

Lojas ajudam a impulsionar marca

Ao contrário de marcas que fazem o movimento oposto (vão do físico para o digital), os ganhos experimentados pela Petlove têm sido convertidos para o e-commerce, na avaliação de Lacerda. As vendas digitais correspondem a 20%, em média, do faturamento das lojas físicas, mas o ganho com a exposição da marca faz com que o entorno dos pontos cresça 150% em participação no digital.

Loja da Petlove em São Paulo: ideia é levar operação para bairros — Foto: Rafael Renzo
Loja da Petlove em São Paulo: ideia é levar operação para bairros — Foto: Rafael Renzo

Hoje a Petlove tem quatro centros de distribuição de maior porte espalhados pelo país, além de 17 menores. A ideia é que eles abasteçam as lojas, e que as franquias também sirvam de last mile para atender a demandas do e-commerce e do site para entregas mais ágeis, em até quatro horas, por exemplo.

Em São Paulo, onde a logística da empresa é mais azeitada, a diferença no custo da operação do site e da loja para entregas é tirada no frete – a maior parte das compras digitais não tem essa cobrança. No entanto, a executiva diz que a agilidade do e-commerce na região ainda “compete” com essa possibilidade. O que deve mudar à medida que a marca experimente novos mercados, no futuro.

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Telegram
+ Relacionadas
Últimas

Newsletter

Fique por dentro das últimas notícias do mundo dos negócios!