A PepsiCo, gigante americana do setor de bebidas e alimentos, está trazendo para o Brasil o seu hub de inovação global PepsiCo Labs. O país está entre os dez maiores mercados da companhia e foi escolhido como sede para liderar o projeto na América Latina.
A companhia não detalha o investimento, mas indica que o objetivo do hub é oferecer a estrutura da companhia para acelerar inovações de startups brasileiras que possam ser exportadas para o mundo.
A iniciativa foi antecipada ao GLOBO e será lançada na noite de hoje durante a quarta edição do Rio Innovation Week, evento de tecnologia e inovação, que acontece no Píer Mauá. Espécie de ponte, o hub conecta os desafios de inovação da multinacional com o que vem sendo trabalhado em startups, universidades, centros de pesquisa e empresas do ramo da tecnologia.
A rede PepsiCo Labs foi criada em 2018 nos Estados Unidos e tem mais de 100 projetos-piloto ao redor do mundo, com presença em 70 países.
Carolina Sevciuc, diretora sênior de Estratégia e Transformação da PepsiCo no Brasil, explica que o país foi escolhido devido a uma combinação de fatores. Além de ser estratégico para a companhia — é o segundo maior mercado da empresa na região —, tem um ecossistema de inovação pujante com 14 mil startups, segundo números da Associação Brasileira de Startups (Abstartups).
— Temos um ecossistema forte e maduro aqui, com mais de 4 mil incubadoras, investidores-anjo e fundos importantes — diz ela. — Foi uma somatória, um encontro de pontos importantes para alavancar o ecossistema a favor da PepsiCo e vice-versa.
Soluções para desafios
O PepsiCo Labs já chega ao país com quatro startups selecionadas. Entre as empresas escolhidas estão a Pix Force, que usa inteligência artificial para otimizar inspeções visuais; a Spectral Solutions, com foco em soluções de software para a indústria 4.0; a E-aware, de tecnologias para a cadeia do agronegócio; e a Checklist Fácil, de software de gestão de processos.
Baseada no método scouting (busca ativa de startups), a primeira seleção ocorreu por meio de pitches, apresentações curtas feitas por representantes de empresas do agronegócio e do setor de tecnologia com o objetivo de vender a ideia do negócio a um interessado.
— Chegamos nas startups via parceiro dentro do mercado brasileiro. E selecionamos estas startups por meio de painéis. Entendemos que não necessariamente as soluções (das empresas) estão prontas, mas que elas têm as pessoas ideais para enfrentar os desafios da PepsiCo — explica a diretora.
As quatro empresas agora têm a missão de propor soluções para três desafios: prevenir perdas no processo agrícola de batatas, com a identificação precoce de anomalias; realizar o monitoramento da qualidade e do beneficiamento até a fábrica; estabelecer uma comunicação mais ágil e sistêmica com produtores. A PepsiCo tem no portfólio marcas de batatas como Lay’s e Ruffles.
O objetivo da gigante do setor de alimentos é otimizar produções agrícolas e reduzir o desperdício. Depois da seleção, as startups terão um período de imersão no dia a dia da PepsiCo e em setembro iniciam a fase de execução dos projetos-piloto. Serão seis meses de projeto, da imersão até a implementação final.
As soluções que atenderem aos critérios de boa performance e escalabilidade também poderão ser levadas ao mercado global. No futuro, a companhia espera expandir o projeto para outros países da América Latina, tais como México, Colômbia, Argentina e Chile.
— Estamos procurando soluções escaláveis para PepsiCo — conclui Carolina.