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Ovo de Páscoa de sushi ganha espaço no cardápio de restaurantes

Fonte: Redação

Não é de hoje que a criatividade é uma característica bem explorada pelos empreendedores brasileiros. Em épocas como a Páscoa, as confeitarias não são as únicas a aproveitar o interesse de clientes por produtos temáticos: os ovos de sushi, por exemplo, ganharam espaço no cardápio de restaurantes asiáticos, impulsionados por postagens virais nas redes sociais. Segundo especialista, a tendência pode trazer resultados, mas é preciso fazer algumas análises antes de aderir à tendência.

Às vésperas da Páscoa, a rede Japamania vende em média 360 ovos de sushi por dia, somando a operação das 12 lojas espalhadas pelo Ceará e Piauí. Segundo Renato Oliveira, 42 anos, sócio e CEO da rede de franquias de comida japonesa, as vendas acontecem apenas na semana da celebração pascal. Em sete dias, são produzidas aproximadamente 2,5 mil unidades, que são vendidas a partir de R$ 32,40.

A marca incorporou a produção dos ovos Páscoa de sushi em 2021. “Foi uma aceitação total [por parte dos clientes]. Todos queriam experimentar a novidade”, afirma Oliveira. O CEO da rede de franquias aponta que a inclusão do ovo e Páscoa de sushi aumentou em 15% o faturamento da empresa em relação a um mês comum.

De acordo com Renato, o restaurante já vinha apostando em inovações para o cardápio. Em 2015, por exemplo, chegou a lançar coxinha, hot dog e hambúrguer de sushi, com o objetivo de captar mais atenção do público cearense. Em 2021, a rede decidiu embarcar na onda dos ovos de Páscoa de sushi a fim de concorrer com os tradicionais chocolates.

Apesar dos bons resultados, o lançamento também trouxe um desafio: conciliar a demanda com o ritmo da produção artesanal. De lá para cá, os restaurantes implantaram uma gestão mais organizada para não deixar os pedidos acumularem. Também é preciso evitar sobras, já que o produto tem curta durabilidade, e garantir que ele chegue em bom estado até o cliente.

“Limitamos a venda diária a 30 ovos de sushi por loja, mas, na prática, sempre atendemos mais pedidos do que o informado. Assim que vendemos as 30 unidades [pré-estabelecidas], orientamos [os funcionários] a abrir o sistema e liberar mais pedidos”, conta.

Localizada em Santo Amaro, zona sul da cidade de São Paulo, a MAM Sushi é outra empresa que aposta no produto. O negócio foi fundado por Camila Castro, atualmente com 27 anos, e Michael Albuquerque, 28. O item entrou no cardápio em 2019, antes mesmo da tendência dos ovos de Páscoa de sushi se disseminar.

Segundo Camila, a ideia surgiu a partir de uma conversa em família. “A ideia inicial foi do meu sobrinho Augusto, que me pediu para fazer um ovo de sushi para ele. Isso me despertou curiosidade, e postei no Instagram da MAM Sushi. Foi uma febre”, explica. “Os nossos clientes adoraram. [É atrativo] principalmente para quem ama sushi e quem não é tão adepto ao chocolate”, conta.

A empresária também cita o desafio de manter a conservação do alimento nas vendas por delivery. “Tivemos de desenvolver uma embalagem específica”, conta.

A tendência gera uma alta procura no estabelecimento, aumentando em 30% o faturamento do mês. Segundo Castro, o estabelecimento vende em média mil ovos de Páscoa de sushi durante o período de celebração. Os ovos podem ser encontrados a partir de R$ 69,90.

Potencial da Páscoa para o food service

Em entrevista a PEGN, Simone Galante, fundadora e CEO da Galunion, consultoria especializada em alimentação e food service, explica que a inclusão de produtos como esse no cardápio tem potencial de impulsionar as vendas, mas é preciso analisar alguns fatores antes de dar esse passo.

“Em tempos em que algumas criações podem trazer relevância por meio de mídias sociais, é muito compreensível sermos impactados cada vez mais pela criatividade de alguns negócios. No entanto, temos de saber que nem sempre a audiência reflete em mais faturamento sustentável para o negócio. Se algum produto criado não gerar de fato uma ótima experiência de consumo, ele se torna apenas uma moda ou até mesmo [motivo de] rejeição daquela marca”, aponta.

Galante afirma que é necessário que os empreendedores façam um teste antecipado do produto a ser lançado. A partir da análise dos resultados, é possível avaliar se a novidade é, de fato, uma inovação que poderá gerar bons resultados financeiros ao negócio. Se planejado, o lançamento pode ajudar a aproveitar um período com grande potencial. “A Páscoa é extremamente significativa para alguns tipos de negócios em alimentação. Em alguns casos, chega a refletir 20% do faturamento anual. É uma oportunidade de melhorar as vendas e relevância da marca”, explica.

A CEO da Galunion também diz ver com bons olhos o hábito de “abrasileirar” receitas tradicionais, algo comum em estabelecimentos de culinária asiática. “Vemos que os [bares e restaurantes] que implementam tendências colhem resultados superiores. ‘Abrasileirar’ pode ser uma estratégia importante para dar mais acesso a algo, e sim, pode ser positivo”, diz.

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