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Obra de Picasso avaliada em R$ 36 milhões é encontrada após passar 60 anos com vendedor de sucata

Fonte: Redação

Um quadro original de Pablo Picasso (1881-1973) foi encontrado por um vendedor de sucata enquanto ele limpava o porão de uma residência na cidade de Capri, localizada no sul da Itália. O caso, que aconteceu em 1962, só se tornou público décadas após a descoberta. Segundo especialistas italianos, a pintura foi, de fato, produzida pelo artista espanhol.

O vendedor Luigi Lo Rosso recolhia os entulhos de um porão alheio, quando se deparou com um retrato até então curioso. Ele decidiu levar a obra desconhecida para sua casa, na cidade de Pompeia, também na Itália. O presente inusitado gerou um estranhamento por parte de sua esposa, que achou a arte “horrível”.

Anos após o recolhimento da obra no porão, Andrea Lo Rosso, filho de Luigi, passou a questionar o pai sobre a real veracidade da pintura. Após muitas pesquisas feitas em livros de arte e em enciclopédias, o jovem suspeitou de que o item “comum” poderia ser algo bem mais valioso do que o esperado.

Luigi, então, buscou a avaliação de uma equipe de especialistas, sendo um deles o detetive de arte Maurizio Seracini. Algum tempo depois, Cinzia Altieri, grafóloga e membro do comitê científico da Arcadia Foundation (instituição que analisa obras de artes originais) confirmou que a pintura era de Pablo Picasso. Hoje, a peça é avaliada em € 6 milhões (cerca de R$ 36 milhões).

“Depois que todos os outros exames da pintura foram feitos, me deram a tarefa de estudar a assinatura. Trabalhei nela por meses, comparando-a com algumas das obras originais de Pablo Picasso. Não há dúvidas que a assinatura é dele. Não havia nenhuma evidência sugerindo que ela fosse falsa”, diz Altieri, ao The Guardian. As pesquisas levam a crer que a obra foi produzida entre os anos de 1930 a 1936. Na época, Picasso era um grande frequentador da ilha de Capri.

Também ao The Guardian, Andrea conta mais detalhes por trás da descoberta do histórico da peça. “Meu pai era de Capri e colecionava lixo para vender por quase nada. Ele encontrou a pintura antes mesmo de eu nascer e não tinha a mínima ideia de quem era Picasso. Ele não era uma pessoa muito culta. Enquanto lia sobre as obras de Picasso na enciclopédia, olhava para a pintura e comparava com sua assinatura. Eu ficava dizendo ao meu pai que era parecida, mas ele não entendia. Mas, conforme eu crescia, ficava me perguntando. Inclusive, minha mãe não queria ficar com ela [obra de arte], pois dizia que era horrível”, diz.

Andrea explica que entrou em contato diversas vezes com a Fundação Picasso, no entanto, segundo ele, a instituição não teria demonstrado interesse em examinar a obra, alegando que a peça seria falsa. Agora, após toda a investigação, a organização recolheu a obra e a guardou em um cofre em Milão. Luca Marcante, presidente da Arcadia Foundation, deve apresentar as evidências à Fundação Picasso.

“Estou curioso para saber o que eles dizem. Éramos apenas uma família normal, e o objetivo sempre foi estabelecer a verdade. Não estamos interessados ​​em ganhar dinheiro com isso”, diz Andrea.

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