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O que é uma fintech? Entenda o termo

Fonte: Redação

Duas fintechs estão sob investigação da Polícia Federal por fazer parte de um sistema bancário ilegal que lavou cerca de R$ 6 bilhões de facções envolvidas com tráfico de drogas, de armas e contrabando. A 2GO Bank e a Invbank supostamente atendiam pessoas interessadas em fazer transferências para o exterior e ocultar dinheiro.

A Operação Hidra, deflagrada nesta terça-feira (25/2), prendeu o policial civil Cyllas Salerno Elia Junior, dono do 2GO Bank, que já havia sido detido em outra operação da PF, em 2024. A Justiça também determinou a suspensão temporária das atividades das duas fintechs.

Em agosto do ano passado, a Operação Concierge apontou que duas fintechs, T10 Bank e InovePay, foram utilizadas por uma quadrilha para movimentar R$ 7,5 bilhões. Elas não tinham autorização do Banco Central para operar e estavam integradas a outras instituições reguladas, o que permitia que o dinheiro fosse transferido de forma a não deixar rastros.

Mas afinal o que é uma fintech? Nesta matéria, PEGN explica o conceito dessas startups, como elas operam e o potencial do segmento.

Startups:

O que são fintechs?

As fintechs são startups que empregam tecnologia nos serviços financeiros, oferecendo soluções como pagamentos digitais, crédito online e antecipação de recebíveis. Elas surgiram em um momento de transformação digital e buscam atender o desejo de consumidores e empresas por alternativas mais simples, rápidas e menos burocráticas aos serviços tradicionais oferecidos por bancos e instituições financeiras.

Em uma primeira onda, os bancos digitais surgiram e diminuíram a desbancarização do brasileiro. O maior exemplo é o Nubank, que foi fundado em 2013 oferecendo cartão de crédito e hoje tem conta digital para pessoas físicas e jurídicas, empréstimo consignado, operadora de celular, entre outros. Em uma década, se tornou o 3º maior banco do país em número de clientes, com 100 milhões de usuários no Brasil – somando as operações da Colômbia e do México, o número chega a 114 milhões.

Mas as fintechs não são apenas bancos digitais. Elas oferecem crédito para pessoas físicas e jurídicas, podem ser carteiras para pagamentos variados, atuar na área de câmbio monetário e até resolver dores de contabilidade. Também existem aquelas que atuam nos bastidores, como o motor para instituições financeiras, integrando tecnologias como inteligência artificial, blockchain, big data e automação.

Como funciona uma fintech?

Para operar, as fintechs precisam cumprir conformidades ou obter licenças específicas para o serviço que desejam prestar. Cada atividade precisa de regulamentação por questões fiscais e de prevenção, e contra abusos econômicos. O Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários são as instituições responsáveis por essas regulamentações.

O procedimento envolve a revisão de documentos para a comprovação da origem dos recursos, a capacidade econômica dos controladores, o detalhamento do plano de negócios e a revisão da estrutura organizacional, entre outros. Para emitir cartões, é preciso ser habilitado como Instituição Emissora, seja uma instituição de pagamento (IP) ou instituição financeira (IF).

Já para oferecer crédito, é necessário obter licença de Sociedade de Crédito Direto (SCD), cooperativa de crédito, empresa simples de crédito (ESC) ou sociedade de empréstimo entre pessoas (SEP).

Setor aquecido

As fintechs costumam receber boa parte dos aportes de investidores de capital de risco. Em 2024, as startups de serviços financeiros da América Latina captaram 53% de todos os investimentos na região durante o ano, US$ 3,9 bilhões, considerando as tomadas de crédito para financiar operações, como Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), de acordo com a plataforma Sling Hub.

Das 10 maiores rodadas de investimento em 2024 no Brasil, três foram captadas por fintechs: Asaas (US$ 150 milhões), Celcoin (US$ 124 milhões) e Agrolend (US$ 55 milhões). As startups que atuam com serviços financeiros também são a maioria entre os unicórnios (empresas que superam o valor de mercado de US$ 1 bilhão) nacionais: das 25 que conquistaram o título, 10 são fintechs.

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