“Nossa força está em estarmos conectadas. Se as mulheres têm menos acesso a ambientes de inovação, porque o jogo é controlado por homens. Nós criamos o nosso próprio jogo”, diz Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME), que promove a sexta edição da Mansão das Empreendedoras. “O nosso objetivo é oferecer formas para as mulheres acessarem esses ambientes”, apontou Fontes, em entrevista a PEGN.
Realizado nesta quinta-feira (18/4), o evento oferece palestras, mentorias e networking para mulheres do ecossistema na cidade de São Paulo. O destaque deste ano está no público, que conta com mais mulheres que ainda não estão empreendendo, além de empresárias à frente de grandes empresas. Para Fontes, a presença dessas duas frentes são um ganho para o evento, que, com a pluralidade de público, passa a oferecer ainda mais oportunidades de networking.
Com a participação de empreendedoras e investidoras, o encontro discutiu estratégias de crescimento e captações de investimento, com exemplos práticos do que deve ser feito desde o early stage para atrair clientes e investidores. O evento ainda marca a conclusão da turma de 2023 do RME Acelera, programa de aceleração de startups e negócios fundados por mulheres, e a abertura da edição de 2024, que fica com inscrições abertas até 7 junho.
Buscando clientes
Uma das palestrantes foi Luiza Leite, Partnership & ACE Summit Manager, da ACE Ventures – investidora early stage. Em sua visão, buscar estratégias para angariar clientes e vendas deve estar entre as preocupações dos empreendedores desde o início do negócio. Ela destacou o uso do growth marketing, método focado no rápido crescimento de empresas.
De acordo com Leite, conhecer e entender os canais de aquisição é o primeiro passo. A dica da especialista é selecionar até seis canais e escolher três para colocar em prática já no início da operação, sempre tendo em vista uma aplicação teste de, no mínimo, três meses. A palestrante indicou 12 canais que podem ser considerados:
- Assessoria de imprensa;
- Marketing de ativação;
- Anúncios online;
- SEO;
- Blog;
- Comunidade;
- Palestras;
- Publicidade;
- Eventos;
- E-mail marketing;
- Engenharia de marketing;
- Marketing de conteúdo.
O melhor canal depende de cada negócio — e deve passar por testes. “Isso é caro, dá trabalho, mas é a única maneira. Também é importante lembrar de documentar tudo para entender o que não funcionou e ter todos os processos registrados”, aponta Leite.
Métricas para atrair investimentos
Além de conquistar os clientes, é necessário provar para os investidores que você os tem. É o que afirma Marcelo Lemos, CEO da Frota 152. Para o empreendedor, apresentar métricas que comprovem o potencial da empresa é indispensável ao buscar capital para o negócio.
“Medindo você vai ter a possibilidade de entender o que não está dando certo e mudar. Existe métrica para tudo, daria para passar o dia construindo números. É importante ter foco, já que temos recursos humanos e financeiros limitados. É preciso escolher uma ou outra métrica para ser o farol”, indica Lemos.
Outra tática é focar nas métricas de crescimento e, não necessariamente, em números absolutos. “Aumento de receita é mais importante que lucro, por exemplo. É o que mostra que você tem capacidade atrair novos cliente, mostra que você tem constância e oportunidade de crescimento”, aponta.
A relação com os investidores também foi debatida por outras empreendedoras. Erika Pelaez, fundadora e CEO da Lovel, empresa especializada em treinamento e seleção, destacou a importância de entender o estágio da sua startup para ter certeza de que a captação faz sentido. A empresária sugere realizar um mapeamento de prioridades. “É preciso ter a startup na mão de vocês, ver quais são as dificuldades, definir as prioridades e ter um mapeamento sobre para onde vai o recurso. Isso precisa estar na ponta da língua, é o que os investidores vão te perguntar”, diz.