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Multicoisas aposta em retomada com vending machines e estratégias para fisgar Geração Z

Fonte: Redação

Após fechar 40 lojas na pandemia, a Multicoisas, rede de utilidades domésticas, vem reformulando o seu modelo de negócios com base em três elementos: aumentar o faturamento das unidades existentes, buscar novos franqueados e atrair a Geração Z como consumidora. Uma das principais estratégias, está na instalação de vending machines em locais de grande fluxo. Entram na conta reformulações de mix e até mudança no slogan. As novidades foram antecipadas a PEGN.

A Multicoisas investiu R$ 50 mil na formulação das vending machines, que terão produtos com alta rotatividade, como cabos, power banks, canetas e outros itens. As primeiras duas máquinas entraram em operação há cerca de um mês em dois pontos de São Paulo: um na estação de metrô Oscar Freire e outro no Centro Empresarial Nações Unidas, no Itaim Bibi.

O equipamento funcionará como uma extensão da loja mais próxima e não está disponível para novos franqueados. O custo mensal estimado de manutenção é de R$ 4 mil, considerando aluguel do espaço e a divulgação. Cada equipamento comporta entre 30 e 40 produtos, com tíquete médio de R$ 37, que serão selecionados de acordo com os dados de vendas da região. Além disso, a reposição é feita por um parceiro da Multicoisas, e o estoque é fornecido pelo próprio franqueado.

“As máquinas de vendas oferecem aos clientes a conveniência de adquirir produtos de forma rápida e fácil, sem a necessidade de interação com um atendente. Isso é especialmente útil para compras de impulso ou quando o cliente precisa de um item específico fora do horário de funcionamento da loja”, afirma Denilson Nishida, diretor financeiro e de planejamento da Multicoisas.

Outras redes fizeram apostas parecidas nos últimos meses, com o intuito de “estender o raio” de atuação das franquias. No ano passado, a Cacau Show, por exemplo, instalou a sua primeira vending machine no centro comercial Elev Shopping Brás, na região central de São Paulo. A Piticas, de moda geek, também já apostou no modelo para vendas de coleções específicas.

Reestruturação

Presente em 20 estados e no Distrito federal, a Multicoisas está com 170 lojas, sendo oito próprias. Antes da pandemia, eram 210. No ano passado, a rede voltou a abrir novas unidades e inaugurou quatro, sendo uma em São Paulo e três no Mato Grosso do Sul. Mesmo assim, fechou o ano com uma receita de R$ 380 milhões — uma queda de 7,32% em relação a 2023, quando o faturamento bateu R$ 410 milhões.

Fundada em 1984 por Lindolfo Martin e sua esposa Elza Martin, a rede sentiu fortemente o impacto da crise sanitária. Na época, Lindolfo decidiu sair da presidência, ir para o conselho, e dividir a gestão entre três Co-CEOs: Nishida, que fica no Backoffice; Jair Tavares, focado nas operações e expansão; e Tiago Berno responsável pela área de tecnologia.

Hoje, a rede é administrada por Nishida que fica Backoffice, Jair Tavares focado nas operações e expansão; e Tiago Berno responsável pela área de tecnologia. — Foto: Divulgação
Hoje, a rede é administrada por Nishida que fica Backoffice, Jair Tavares focado nas operações e expansão; e Tiago Berno responsável pela área de tecnologia. — Foto: Divulgação

Juntos, os três passaram a buscar eficiência. Nishida conta que a opção foi por readequar os investimentos e diminuir a ruptura no estoque, que foi de 10% para 5% — segundo especialistas ouvidos por PEGN, as rupturas podem representar de 5% a 15% do faturamento mensal de um negócio.

“O pós-pandemia foi difícil para todo mundo e nós sentimos o impacto também. Agora, resolvemos testar, estamos fazendo uma remodelagem e mapeando novas oportunidades”, conta o executivo.

A marca pretende inaugurar 10 lojas padrão em 2025 e fazer com que a receita volte para os patamares de 2022, quando atingiu R$ 420 milhões. Além disso, a Multicoisas passou a captar novos franqueados em feiras de franquias e está formulando um formato de loja com investimento inicial menor de R$ 350 mil — hoje o menor investimento é R$ 800 mil.

De acordo com Nishida, a primeira loja será pilotada em março em Campo Grande (MS), em um estacionamento de um supermercado. A ideia é oferecer um mix de produtos mais enxuto e preços mais acessíveis, direcionados a um público de classes B e C.

“Com a economia, nós estamos vendo que os investidores estão com capital menor e estão olhando para outros formatos, com locais de grande fluxo”, conta o executivo.

Foco na Geração Z

Além das vending machines, o mix de produtos também vem se transformando para atrair a Geração Z. O foco é em categorias e produtos que estão em alta nas redes sociais, como organizadores e limpeza e lavanderia. De acordo com um estudo feito pela consultoria NielsenIQ, as plataformas impactam a decisão de compra de 42% desse público.

Hoje, a Multicoisas tem uma base de clientes composta por 55% mulheres e 34% homens, com idades entre 31 e 60 — a Geração Z ocupa somente 3% do total de clientes e o objetivo é que chegue a 10% este ano.

“Ainda estamos aprendendo e eu acho que é um perfil desafiador para todos, principalmente para a Multicoisas que é voltada para casa. Mas o Tiktok tem muito esse poder de viralizar e estamos de olhos nas tendências”, destaca Nishida.

O marketing digital também vem sendo uma aposta da marca, que passou a fazer parcerias com influenciadores e mudou seu slogan para “Além das Coisas”. “Queremos servir nossos clientes de forma genuína, ensinando a fazer, a usar e a encontrar soluções”, diz o executivo.

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