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Morre Pedro Herz, dono da Livraria Cultura, aos 83 anos

Fonte: Redação

Empresário e escritor sofreu parada cardíaca na madrugada desta terça-feira (19)


Livraria Cultura
Livraria Cultura — Foto: Wikimedia Commons

Morreu, nesta terça-feira (19), aos 83 anos, o empresário e escritor Pedro Herz, dono da Livraria Cultura. O falecimento foi confirmado ao GLOBO por seu filho Sérgio Herz, CEO da Cultura, que afirmou que o pai teve um ataque cardíaco durante a madrugada. Ainda não há informações sobre o velório.

Herz nasceu em São Paulo em 28 de maio de 1940, em uma família de judeus alemães que se refugiaram do nazismo no Brasil no ano anterior. A mãe dele, Eva, foi quem deu início, em 1947, à Biblioteca Circulante, serviço de empréstimo de livros que funcionava na casa da família e foi o embrião da Livraria Cultura. Herz contou essa história em sua autobiografia, “O livreiro”, escrita em parceria com a jornalista Laura Greenhalgh lançada em 2017 pela Planeta.

A Biblioteca Circulante se transformou definitivamente em Livraria Cultura em 1969, quando se mudou para uma loja do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista. Herz trabalhou na Livraria Basileia, em São Paulo, e viveu um tempo na Europa — lavou pratos e foi locutor da BBC.

Em 2001, com a morte de Eva, Herz assumiu definitivamente a empresa e comandou sua expansão. A Cultura teve mais uma dezena de megalojas em várias cidades do país (sendo a joia da coroa a unidade do Conjunto Nacional, em São Paulo), um catálogo de nove milhões de livros e passou a vender não apenas livros, mas também CDs, DVDs e equipamentos eletrônicos. A estratégia se intensificou quando os filhos de Herz, Sérgio e Fabio, assumiram a empresa e depois foi apontada como uma das razões dos problemas financeiros enfrentados pela rede.

Até 2018, a Cultura foi uma das principais redes de livrarias do país, mas entrou em recuperação judicial naquele ano (ao mesmo tempo que a Saraiva) e reportou uma dívida de R$ 285 milhões. Em 2019, o próprio Herz pediu à Justiça para entrar na lista de credores da rede. Ele alegou ter sido avalista de um empréstimo de R$ 511 mil contraído pela Cultura junto ao Itaú. Quando a empresa entrou em recuperação judicial, o banco executou a cobrança das cotas de um fundo de investimento que Herz havia cedido como garantia.

No ano passado, a falência da Cultura foi decretada e revertida duas vezes.

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