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Krispy Kreme terá 1ª loja-conceito no Brasil, vizinha à Faria Lima e com fábrica de donuts 24 horas

Fonte: Redação

Pouco mais de um ano após anunciar que chegaria ao Brasil, a Krispy Kreme — rede americana de donuts, rosquinha de massa açucarada e com cobertura — está perto de concluir as obras de sua primeira unidade no país, que abre em São Paulo no início do trimestre que começa em abril. A filial será uma loja-conceito, contando com uma fábrica, estratégia para alimentar a expansão numa espiral geográfica e cumprir sua principal promessa: donuts frescos, assados e vendidos num mesmo dia.

É mais uma das grandes multinacionais do food service (segmento de refeições fora de casa) a tomar o caminho do Brasil tal como formigas em direção ao açúcar. Essa atratividade é reflexo do nosso mercado populoso e com um potencial de ampliar o consumo nesses restaurantes.

Com perto de 90 anos em atividade e mais de 17,5 mil lojas em 40 países, a Krispy Kreme está botando de pé sua operação no país por meio de uma joint venture com a AmPm, rede de lojas de conveniência da Ipiranga. As duas companhias entendem que há potencial para ter 500 pontos de vendas por aqui, sem detalhar em que prazo se poderiam chegar a esse volume.

Espaço escolhido ‘a dedo’

Paulo Calil, presidente da Krispy Kreme no Brasil, explica que contar com um parceiro com experiência no varejo de alimentação no mercado local é um pilar da marca em seus movimentos de expansão:

— E chega ao Brasil agora porque encontrou o parceiro ideal. É uma das maiores economias do mundo. No segmento de alimentação, é um marco entrar no país — frisa ele.

A AmPm tem não apenas expertise, mas também estrutura logística para apoiar e dar impulso aos planos da parceira americana no Brasil. Ao todo, já são perto de 1.500 lojas de conveniência no país, além de quatro centros de distribuição. A tração virá ao conectar as duas marcas, operando juntas, para impulsionar a expansão, diz Renato Stefanoni, presidente da AmPm e presidente do conselho da Krispy Kreme no Brasil.

Com isso, a primeira bandeira da marca não está fincada na Avenida JK à toa. São Paulo é a região de maior concentração de lojas da AmPm, superando 200 só na capital e alcançando mais de 500 em todo o estado. E as próximas aberturas de lojas, assim como as unidades da rede da Ipiranga que vão receber os donuts, estarão num raio de distância da loja vizinha à Faria Lima, centro financeiro e comercial paulistano.

— O espaço foi escolhido a dedo pela capacidade de produção, de fluxo de pessoas, de logística para distribuição para os demais pontos que virão. Precisa mostrar a produção para o cliente, para ele provar e conhecer — destaca Calil. — A fábrica terá uma das maiores máquinas, comparável a de unidades de pontos de grande movimento, como a de Times Square, em Nova York.

Foco no carro-chefe da marca

Essa filial combina uma flagship, com drive-thru e uma fábrica, que vai operar 24 horas, com capacidade para produzir mais de 50 mil donuts por dia. Ao todo, são 600 metros quadrados, entre a área de produção e o salão, com uma centena de empregados diretos. O executivo destaca que esse formato traz uma experiência a mais. A loja tem o símbolo luminoso Hot Now, que avisa toda vez que sai a fornada do Original Glazed, o donut coberto com calda de açúcar, o carro-chefe da Krispy Kreme.

Além do Original Glazed, vêm outros 11 sabores que, juntos, compõem a caixa de uma dúzia de opções que, por ora, não foram adaptadas ao Brasil, mas são familiares ao paladar do brasileiro, incluindo o doce-de-leite. Os executivos apostam que o donut fresco e as caixas para consumo em momentos de celebração — dá para levar da festinha em casa a eventos — vão fisgar o consumidor.

No ano passado, a companhia americana bateu US$ 1,66 bilhão em faturamento, recuando em 1,2% na comparação com um ano antes, e registrando lucro de US$ 3,7 milhões, ante a um prejuízo de US$ 37,9 milhões no exercício anterior. De um ano para o outro, abriu mais de três mil lojas, com um investimento relevante na expansão internacional. Na América Latina, a Krispy Kreme já está em México, Chile e Equador.

Mercado crescente mesmo com inflação mais alta

Cristina Souza, CEO da Gouvêa Foodservice, empresa da Gouvêa Ecosystem, explica que o Brasil reúne ao menos três características que atraem mais e mais grupos do food service ao país:

— São marcas que já encontram saturação em mercados mais maduros, como EUA, Canadá e México. O Brasil tem um mercado populoso; com baixa barreira gastronômica, ou seja, com pessoas abertas a provar novos sabores, e uma cadeia de suprimentos já bem desenvolvida. Daí estar na mira de empresas que estão fazendo expansão — explica a consultora.

No ano passado, transações de peso movimentaram o setor no país, como as aquisições das operações de Subway e Starbucks pela Zamp, dona de Burger King e Popeye’s. E também a compra de Outback Steakhouse, Abraccio e Aussie Grill pelo fundo de investimento Vinci Partners.

— Temos uma cúpula sofisticada de cadeias de fast-food no Brasil porque elas olham para o nosso mercado como uma grande oportunidade, uma máquina de fazer bons negócios. E com perspectiva de crescer. Perto de 30% da renda do brasileiro vão para alimentação fora do lar. Nos EUA, são 52%; em França e Itália, entre 40% e 42% — diz Cristina, frisando que mesmo com os desafios trazidos pela inflação, a oportunidade se mantém.

Calil e Stefanoni não dão pistas de quando a Krispy Kreme vai atravessar as fronteiras de São Paulo rumo a outros estados. O avanço em lojas, afirmam, vai acompanhar a demanda no país.

Para mais adiante, já prometem que novos sabores virão, incluindo collabs com outras marcas, além de promoções como as que fazem a fama da rede lá fora: donuts de graça em datas festivas ou perfis específicos de clientes. Nos EUA, por exemplo, viralizou a ação que garantia a estudantes com boletim escolar preenchido apenas com conceito “A” levar uma rosquinha sem pagar.

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