Jayla decidiu não informar sua deficiência para evitar o capacitismo, e contou como foi a reação das pessoas ao conhecê-la no primeiro dia
Uma jovem norte-americana em cadeira de rodas viralizou nas redes sociais após compartilhar um momento que antecedia seu primeiro dia no novo emprego. O detalhe foi que, durante todo o processo seletivo, Jayla (ela não revelou seu sobrenome) decidiu não informar sua deficiência no formulário de inscrição, como uma forma de evitar o capacitismo na decisão dos possíveis empregadores.
O relato de Jayla, publicado no começo de dezembro, já acumula mais de 1,6 milhão de visualizações no TikTok. No vídeo, ela aparece em sua cadeira de rodas sorrindo e ajustando um suéter colorido. Na legenda, a jovem escreveu: “Verificação de aptidão antes de aparecer no meu primeiro dia de trabalho na minha cadeira de rodas depois de marcar ‘Não, eu não tenho deficiência’ no formulário de emprego.”
A estratégia, conforme explicou a jovem à Newsweek, foi pensada para driblar práticas de exclusão muitas vezes presentes nas descrições de vagas de emprego. “Decidi marcar ‘não’ porque, em meus três anos como usuária de cadeira de rodas, aprendi como a sociedade frequentemente vê pessoas com deficiência — como inconveniências”, afirmou Jayla.
Ela destacou que muitas empresas incluem requisitos desnecessários nas vagas, como a necessidade de levantar pesos ou permanecer de pé por longos períodos, mesmo quando essas habilidades não são essenciais para a função. “É uma maneira codificada de manter pessoas como eu de fora”, disse.
O primeiro dia de Jayla no novo emprego, no entanto, superou suas expectativas. Em um vídeo de acompanhamento, ela contou que foi bem recebida pelo chefe e pelos colegas de trabalho, que não fizeram comentários sobre sua cadeira de rodas. “Este é realmente o lugar mais acessível em que já trabalhei. Foi incrível”.
Além disso, as rodas iluminadas de sua cadeira chamaram a atenção e receberam elogios. “Compartilhei o vídeo porque achei engraçado, mas também porque é de partir o coração ter que fazer isso”, desabafou. “Quero que pessoas com deficiência se sintam inspiradas a ir atrás do que querem. E quero que pessoas sem deficiência deem um passo para trás, verifiquem seu capacitismo e nos ouçam.”