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Investidores cautelosos no evento da ABVCAP; KPTL lança fundo para Amazônia: os destaques da semana no ecossistema

Fonte: Redação

A Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) reuniu investidores e agentes do ecossistema em São Paulo nesta semana para o seu congresso anual, com debates sobre o mercado de investimentos alternativos. Estivemos presentes no dia destinado ao venture capital e trazemos os detalhes do que rolou no evento.

A semana também contou com o anúncio do novo fundo da KPTL, em parceria com BID Lab, para investir na bioeconomia da região amazônica. O veículo já captou US$ 11 milhões e pretende chegar aos US$ 30 milhões para aportar em startups em estágio inicial.

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Raio x do venture capital

A Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) realizou o seu congresso anual nesta semana, em São Paulo. PEGN esteve presente no VC Day (10/6) e acompanhou os painéis com investidores e especialistas, que indicaram as barreiras do ecossistema, mas pontuaram que o momento é positivo.

Para Priscila Rodrigues, presidente da ABVCAP, ainda não é possível dizer que a primavera das startups chegou. “O caminho da queda dos juros estava mais rápido e hoje está mais conservador. Isso pode atrasar a retomada”, disse. Entre os entraves apontados pelos participantes do evento estão a falta de capital para crescimento (growth) e de visibilidade para saídas futuras, por meio de abertura de capital na Bolsa de Valores ou M&As – o que historicamente afasta investidores do país.

O congresso também divulgou números atualizados sobre o ecossistema. De acordo com o relatório da ABVCAP com a TTR Data, as startups brasileiras receberam R$ 4,1 bilhões de investimento de fundos de venture capital entre janeiro e maio de 2024. O valor representa uma queda de 4,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O total foi investido em 166 rodadas, sendo 101 em estágios anjo e seed, e 65 em early e late stage, com queda de 30% da quantidade de deals

A ABVCAP ainda anunciou o Projeto ONE, criado em parceria com a Heidrick & Struggles e a International Finance Corporation (IFC) para diminuir a desigualdade de gênero na indústria de investimentos alternativos no Brasil. Gestoras interessadas podem inscrever profissionais para participar de um programa de capacitação, oferecido pela IFC, sobre melhores práticas para a promoção da igualdade de gênero no setor.

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Mais capital

KTPL. A gestora de venture capital anunciou nesta quarta-feira (12/6) o lançamento de um fundo para fomentar a bioeconomia dos sete países de influência da Floresta Amazônica, incluindo o Brasil. O veículo, batizado de Amazonia Regenerate Accelerator and Investment Fund, tem o apoio do BID Lab, e busca startups de bioeconomia em estágio inicial com alto potencial de escalabilidade. US$ 11 milhões já estão disponíveis para aporte, mas a gestora almeja captar US$ 30 milhões para o veículo.

PUC angels. Alunos e ex-alunos da Pontifícia Universidade Católica (PUC) criaram uma nova rede de investimentos e aceleração para escalar startups. O grupo pretende fazer aportes em cinco empresas de base tecnológica neste ano e tem R$ 1 milhão como capital disponível. A iniciativa prevê mentorias, além de espaço para incubação de novos negócios. Com tese agnóstica, a rede busca startups com soluções B2B e B2B2C que já apresentem faturamento.

Aportes

a55. A fintech brasileira, que concede crédito para empresas de tecnologia, recebeu um aporte de valor não divulgado da Paysecure, plataforma britânica de orquestração de pagamentos. Com o investimento, a a55 planeja expandir sua carteira de crédito e adiantamento para R$ 200 milhões e sua orquestração de pagamentos para mais de US$ 40 milhões por ano. As empresas já trabalhavam em parceria, com a fintech sendo peça importante na expansão da Paysecure para o Brasil e o mercado latino-americano, para oferecer serviços bancários, soluções de crédito e métodos de pagamento para empresas de diferentes setores.

Litipay. A fintech jurídica levantou R$ 7,5 milhões com a SRM Ventures. A startup usa tecnologia para identificar processos judiciais parados, de consumidores ou previdenciários, e oferece crédito para advogados e pessoas com ações a receber, tomando as peças jurídicas como garantia. Até o fim de 2024, pretende conceder o valor captado em crédito e antecipar mais de 1 mil processos, com a expectativa de registrar um crescimento de 400% no número de operações.

M&A

Incode e Meta Map. A startup norte-americana Incode, que fornece soluções de verificação e autenticação de identidade, adquiriu a MetaMap, empresa do mesmo setor sediada no Vale do Silício. Apesar de as companhias serem estrangeiras, o M&A terá impacto na América Latina e no Caribe, onde já atendem clientes, com destaque para o Brasil. O valor da transação não foi divulgado.

A de Agro e Bart Digital. A agfintech e a plataforma de formalização de títulos e garantias agrícolas anunciaram a sua fusão nesta semana, resultando na criação da Sette, empresa que pretende aumentar a segurança para credores do agro com soluções de inteligência artificial, fornecendo insights aos tomadores de decisão e ajudando a esteira de crédito a ser mais precisa e ágil. Com a movimentação, mais de 400 clientes passarão a utilizar os produtos da nova empresa, que atuará em mais de 1.200 cidades de 20 estados brasileiros.

Brex e o IPO

Desde que Henrique Dubugras e Pedro Franceschi fundaram a Brex, em 2017, os dois atuavam como coCEOs. Agora, os fundadores da fintech, que trabalha com cartões de crédito corporativo e gestão de custos para empresas, declararam que a startup vai adotar um modelo mais tradicional de liderança, com apenas um CEO. O cargo será ocupado por Franceschi. Dubugras assumirá a cadeira de presidente do conselho da Brex.

Em entrevista ao TechCrunch, os cofundadores afirmaram ter percebido que ter dois CEOs criava um gargalo no crescimento da empresa por diminuir a velocidade da tomada de decisão. Eles também disseram que o modelo de liderança poderia afastar investidores no processo de abertura de capital da Brex, que deve acontecer a partir de 2025.

“Não queremos ser uma empresa pública de alta volatilidade. É uma distração para a execução e a missão principal do negócio. Uma parte importante disso é manter o caixa positivo e gerar lucro, o que historicamente planejamos para 2025. Então, se isso acontecer, o IPO virá logo em seguida”, afirmou Franceschi.

A Brex atende mais de 30 mil clientes, de startups a companhias de grande porte, como DoorDash, Flexport, Roblox e Shein. No portfólio de produtos estão cartões corporativos, pagamento de contas e gestão de custos. Ao longo da trajetória, a fintech levantou US$ 1,5 bilhão em investimentos, com gestoras como Tiger Global Management e Y Combinator no captable.

Oportunidades

Amazônia. A plataforma Jornada Amazônia abriu as inscrições para a segunda edição do programa Sinergia Investimentos e busca até dez negócios para aceleração. As startups aprovadas terão acesso a uma rede de investidores e podem receber aportes que vão de R$ 300 mil a R$ 1 milhão, além de entrar para o portólio da Darwin Startups, que apoia o programa. Para se inscrever, é preciso ter CNPJ ativo e soluções que contribuam para a bioeconomia e biodiversidade da região amazônica. As inscrições vão até o dia 1º de julho por meio deste link.

Empreendedorismo. O fundo global de venture capital Antler deu início à quinta edição do seu programa de residência no Brasil. A iniciativa ajuda pessoas empreendedoras a criarem startups ou escalarem projetos iniciados. Com duração de dez semanas, o programa acontece de maneira presencial, em São Paulo, onde os aprovados receberão treinamentos e conhecerão pessoas relevantes do ecossistema de inovação. Ao fim da residência, as startups que mais se destacarem podem receber um investimento da Antler. As inscrições estão abertas até 13 de setembro pelo site da gestora.

Mulheres fundadoras. A Sororitê, rede de investidoras-anjo, vai promover o evento online Sororitê Conecta, roda de conversa entre mulheres fundadoras de startups em estágio inicial e investidoras da rede. A ideia é oferecer mentorias em áreas como estratégia, marketing, vendas, produtos, captação de investimento e recursos humanos. O evento é gratuito e acontece em 20 de junho, às 19h. Interessadas devem se inscrever por meio deste formulário.

Apoio. O programa Zoho for Startups busca hubs de inovação do Rio Grande do Sul para indicar empresas de base tecnológica que possam se beneficiar com o uso gratuito das ferramentas de gestão e software da Zoho, por um ano, para reerguer suas operações. Aceleradoras, incubadoras, parques tecnológicos e instituições de fomento ao empreendedorismo podem se inscrever por meio deste link. As startups só serão elegíveis mediante indicação feita por uma instituição.

Curtas

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