A inDrive, plataforma de mobilidade urbana, está aumentando a aposta no mercado brasileiro. A categoria de entregas para last mile, disponível no país desde a pandemia, registrou avanço de 36% na quantidade de pedidos entre 2022 e 2023, de 1,09 milhão para 1,39 milhão, com capitais como São Paulo, Recife, Curitiba, Brasília e Campo Grande como os principais mercados.
“Somos 7% do negócio mundial, existe muito potencial para crescer. Outros países não receberam nem 100% do investimento do ano anterior e o Brasil está recebendo 250% a mais para investir em marketing para a realização de campanhas digitais para aquisição de usuários e motoristas. Temos um plano agressivo de crescimento”, revela Fernando Lucas Santos, gerente sênior de desenvolvimento de negócios de entrega na inDrive Brasil.
Fundada em 2013 na cidade de Yakutsk, na região da Sibéria, na Rússia, a empresa surgiu como uma forma de driblar os altos preços cobrados por taxistas quando as temperaturas ficam extremas. O grupo Independent Drivers se comunicava por uma rede social local, oferecendo caronas e negociando valores. A ideia foi transformada em um aplicativo de mobilidade para ganhar escala. Atualmente, está presente em 46 países, sendo 15 na América Latina.
A vertical de entregas surgiu durante a pandemia para atender a necessidade do mercado que dependia do delivery para se manter funcionando, sendo uma alternativa para pequenas empresas para distâncias curtas. Inicialmente testado por três meses na Ásia, o serviço chegou ao Brasil no fim de 2020. Assim como na versão para passageiros, a categoria de entregas permite a negociação entre solicitante e motorista sobre valores a serem pagos pelo trajeto.
“O aplicativo propõe um preço baseado no histórico daquela quilometragem e o usuário decide se vai seguir ou negociar. Essa informação é distribuída para a rede de entregadores e o prestador de serviço aceita ou continua a negociação. Não usamos algoritmos complexos”, diz Santos.
A modalidade permite a entrega de pacotes de até 20 kg a qualquer hora do dia, de até 100 pedidos simultâneos. O usuário pode visualizar o perfil do entregador antes de aprovar o valor final e dar início à corrida, mas também existe a possibilidade de selecionar a opção de autolance para quem prefere escolher baseado no valor. Segundo o executivo, o desvio de entregas é de 1%.
Atualmente, o serviço de entregas no Brasil representa 7% do negócio da inDrive no mundo, e está disponível em cerca de 200 cidades – em 2020, quando a categoria chegou ao país, só podia ser solicitada em 10 cidades.
Além disso, a empresa estruturou uma área com profissionais especializados em vendas para escalar a categoria e lançar uma subvertical focada em empresas maiores, batizada de inDrive Delivery. A solução para clientes corporativos está limitada para São Paulo e Rio de Janeiro no momento e funciona sob medida. “Fazemos o rastreamento de clientes com grande volume de entregas a partir da nossa base de inDrive Entregas e visitamos para oferecer o serviço, que podemos moldar de acordo com as necessidades de cada empresa”, pontua Santos.
Aposta no Brasil:
Entre os diferenciais para a versão mais ampla de entregas estão integração com o sistema utilizado pela empresa, preço fixo por quilômetro, método de pagamento diferenciado a longo prazo, suporte dedicado, interface web e seguro. O executivo afirma que a subvertical representa 25% das entregas solicitadas em São Paulo e 10% no Rio de Janeiro. A primeira cidade fora do Brasil a receber o serviço na América Latina será Lima, no Peru.
A base de entregadores ativos na plataforma é de 100 mil – qualquer motorista cadastrado pode realizar entregas, de carro, moto ou bicicleta. De acordo com Santos, a base cresceu 25% entre 2023 e 2024. A meta mensal é incluir mil novos profissionais na plataforma. Do lado dos clientes, a meta é crescer a base de usuários em 95% neste ano.
No ano passado, a inDrive lançou o New Ventures, braço de capital de risco e fusões e aquisições, e está buscando empresas que possam se somar ao universo de soluções que oferece. Santos diz que sugeriu nomes de brasileiras para um potencial M&A no futuro.
