Portal BEI

Idec pede investigação de campanha de Pix de 1 centavo do Burger King no Ministério da Justiça e Banco Central

Fonte: Redação

Zamp, que controla o Burger King no Brasil, diz que ainda não foi notificada


Restaurante do Burger King na Avenida Paulista, em São Paulo
Restaurante do Burger King na Avenida Paulista, em São Paulo — Foto: GettyImages

A campanha de envios de Pix de 1 centavo, promovida pelo Burger King para a Black Friday 2024, é alvo de um pedido de investigação de conduta na Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e na Secretaria de Direitos Digitais, ambas vinculadas ao Ministério da Justiça, e no Banco Central. O autor do pedido foi o Instituto de Defesa de Consumidores (Idec), que enviou as notificações nesta quinta-feira (12/12).

De acordo com o Idec, a ação publicitária do Burger King fere artigos da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), do Marco Civil da Internet e do Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Em resposta, a Zamp, que controla o Burger King no Brasil, diz que ainda não foi notificada e que está à disposição para esclarecimentos. Durante a veiculação da campanha, a empresa afirmou que apenas usuários do clube de fidelidade, o Clube BK, que conta com cerca de 19 milhões de inscritos, receberam as transferências.

De acordo com o Idec, a falta de consentimento de uso dos dados para envio de campanhas fere artigos da LGPD e o Marco Civil da Internet. Na ocasião, o tema foi tratado em uma reportagem de PEGN. O instituto diz, ainda, que a campanha viola o CDC por “prática comercial abusiva efetivada por meio da publicidade assediosa”.

Por fim, o Idec também enviou uma cópia do documento para o Banco Central do Brasil pedindo a averiguação da conduta da Transfeera Pagamentos S.A., que operacionalizou as transferências. O instituto também questiona a possibilidade do desenvolvimento de novas resoluções que limitem oferta de produtos e serviços no sistema Pix.

Campanha de Black Friday do Burger King enviava mensagens por Pix para os clientes — Foto: Divulgação
Campanha de Black Friday do Burger King enviava mensagens por Pix para os clientes — Foto: Divulgação

De acordo com Luã Cruz, coordenador do programa de Telecomunicações e Direitos Digitais do Idec, a campanha é “problemática por diversas razões”. Além de enviar mensagens por um canal criado para transações bancárias, a empresa passa a fazer publicidade em extratos bancários, algo que não é previsto e que pode atingir crianças e adolescentes.

Cruz afirma, ainda, que o envio de campanhas por meio da ferramenta prejudica a infraestrutura pública do Pix, comparando a ativação pelo canal como um envio de spam por outros meios, como WhatsApp e e-mail. “Como se já não bastasse sermos perturbados em vários outros meios, não deveríamos ter que nos preocupar com mais um”, diz.

Mais recente Próxima Mulher encontra pérola rara ao comer ostras em restaurante dos Estados Unidos

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Telegram
+ Relacionadas
Últimas

Newsletter

Fique por dentro das últimas notícias do mundo dos negócios!