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GP em SP: 5 lições de negócios da Fórmula 1 para atender e fidelizar novos públicos

Fonte: Redação

A corrida principal do Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1 de 2024 acontece neste domingo (3/11), no Autódromo José Carlos Pace, popularmente conhecido como Autódomo de Interlagos. A São Paulo Turismo (SPTuris) projeta que o evento, que ocorre entre 1º e 3 de novembro, deverá gerar um impacto econômico de cerca de R$ 2 bilhões para o município. O espaço oferece diversas atividades para o público, como ativações de marcas, apresentações de DJs e, neste ano, uma programação para celebrar Ayrton Senna, que faleceu há 30 anos.

“É um evento muito grande, com cerca de 100 mil pessoas por dia. O público é bastante qualificado, formado por grandes empresários, CEOs e personalidades públicas. Eles querem uma experiência muito boa, porque a F1 é símbolo de excelência. A exigência é sempre muito alta”, diz Alan Adler, CEO do GP São Paulo de Fórmula 1 desde 2021.

A gestão da Fórmula 1 traz lições relevantes para empresas e líderes em diversas áreas, e foi um dos assuntos abordados no evento GPSP Academy by HSM, que discutiu todo o modelo de negócio que envolve a concepção da maior competição de automobilismo. Confira 5 lições empreendedoras que podem ser aplicadas no seu negócio:

1. Novas experiências para o público

Um consenso dos profissionais envolvidos na organização é que o público da Fórmula 1 tem mudado nos últimos anos, com uma base mais jovem e diversificada, impulsionada pelo sucesso da série “Drive to Survive”, da Netflix.

Segundo Adler, a chegada desse público forçou a organização a se adaptar. “Este público não é como o fã que vem há 20 anos e quer sentar na primeira fileira do autódromo. Ele está acostumado a um formato de festival, então quer consumir produtos que gosta enquanto está participando de ativações e ouvindo música”, diz o CEO. “Essas áreas que criamos, como Fanzone e Heineken Village, têm esse propósito”, diz Adler.

Na Fanzone, que está sendo realizada pela primeira vez neste ano, o público poderá ficar próximo a um palco que terá os pilotos e chefes de equipe, além de diversas atividades de entretenimento. Já a segunda edição do Heineken Village contará com apresentações de DJs, tirolesa e ativações que homenageiam Ayrton Senna. “É uma forma de atender este comportamento do público, que chega cedo no Autódromo para passar o dia. O espaço vai além da corrida”, diz Guilherme Bailão, diretor de Brand Experience e patrocínios da Heineken Brasil.

2. Uso de dados para entender o negócio

Muito se fala sobre as empresas serem data driven, ou seja, baseadas em dados. “Na minha visão, o esporte que mais representa isso é a Fórmula 1”, diz Reynaldo Gama, CEO da plataforma de educação corporativa HSM e SingularityU Brazil. Equipes monitoram, em tempo real, aspectos dos carros e do comportamento dos pilotos, permitindo ajustes rápidos. “Existe toda essa engenharia por trás, para aumentar a performance. E os empresários podem entender esse paralelo para levarem isso aos seus times”, afirma.

Alan Adler, durante o GPSP Academy by HSM — Foto: Divulgação
Alan Adler, durante o GPSP Academy by HSM — Foto: Divulgação

3. Sustentabilidade

O público mais jovem também cobra muito a questão da responsabilidade ambiental e social, afirma Adler. “Nos últimos anos tivemos que investir muito neste sentido. Neutralizamos todo o evento, que emite 7,5 mil toneladas de carbono por ano. Montamos uma central de triagem permanente no autódromo para fazer a seleção de resíduos ao longo do ano, o que gera renda para as comunidades locais. Instalamos placas solares para ter uma energia mais limpa”, diz.

4. Novas formas de contato

A Senna Brands, criada em 1990 para gerenciar todos os produtos licenciados com a marca do piloto Ayrton Senna, consegue se manter relevante 30 anos após a morte do piloto. Segundo Ana Simões, CMO da Senna Brands, a maior ferramenta da marca são as redes sociais.

“Apesar de não termos ele [Ayrton Senna] criando conteúdos, conseguimos gerar conteúdo relevante para uma base de fãs que não viu ele correr, mas viu os pais se emocionarem. Conseguimos contar quem era e porque ele era tão amado”, diz.

Também para atingir mais pessoas, a empresa investe em novos pontos de contato com o público. Um deles é a série “Senna”, que estreia na Netflix no final de novembro, e o projeto “Senna Driven”, um álbum produzido por DJs e lançado na última sexta-feira (1/11).

5. Cuidado ao fazer parcerias

Simões diz que recebe contato de diferentes tipos de empresas para fazer parcerias ligadas ao Ayrton Senna. Porém, é preciso realizar um processo de curadoria para aceitar o licenciamento. “É um desafio, mas tem alguns pilares que baseiam as escolhas. Deve ser uma parceria autêntica, então priorizamos marcas que têm storytelling com Ayrton, e já realizaram algum trabalho dele. Também priorizamos qualidade e inovação, já que ele estava sempre buscando ser o melhor”, afirma.

“Acima de tudo, o nosso cuidado é com o Ayrton, e jamais podemos fazer parceria com algo que prejudique a sua imagem. Se fizéssemos algo negativo, o público ficaria indignado. Essa preocupação facilita na hora de dizer ‘não’.”

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