Depois de atravessar um ano abaixo das expectativas de expansão, a rede paranaense de sorvetes especiais Soft Ice Cream prevê um crescimento exponencial para 2025. Para isso, apostou em uma revisão do modelo adotado até então e, por um reposicionamento e estratégia de diferenciação, deu adeus aos sabores mais clássicos, como chocolate e baunilha. Agora projeta faturar R$ 8 milhões até o final do ano — um crescimento de mais de 200% em comparação com 2024, quando a empresa faturou R$ 2,6 milhões.
Atualmente com 10 lojas em operação, em Curitiba (PR), Ponta Grossa (PR), Apucarana (PR), Guaratuba (PR), Balneário Camboriú (SC), Florianópolis (SC), Varginha (MG), Itabuna (BA) e Ubatuba (SP), a rede se prepara para inaugurar mais seis unidades nos primeiros meses de 2025. Segundo Matheus Krauze, sócio-fundador da marca, a expectativa é encerrar o ano com 30 unidades, entre comercializadas e em operação, com foco na expansão nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Para o empresário, a projeção otimista de crescimento está atrelada a um modelo de negócio eficiente, com lojas em formatos flexíveis, baixa metragem e foco no consumo rápido. “Essa abordagem reduz custos operacionais e mantém margens atrativas para os franqueados”, aponta.
Franquias:
Além disso, ele aposta nos resultados após um ano de arrumação da casa. De acordo com Krauze, a expansão abaixo da projeção do ano passado teria sido consequência de um “mercado que estava mais lento para a adesão a franquias”, além de dificuldades durante a implementação de algumas unidades. Dessa forma, o plano de inaugurar novas lojas no primeiro semestre de 2024 acabou sendo adiado para os últimos seis meses do ano.
“Hoje, internalizamos o processo de implantação, que no início era terceirizado, então trouxemos uma equipe interna de análise de pontos, de acompanhamento de obra e que nos auxilia na fase de compra de equipamentos e da parte burocrática de abertura de empresa”, diz Krauze. Com isso, o empresário afirma que as expectativas para este ano estão alinhadas com um planejamento mais tangível.
O empreendedor diz que a produção centralizada em fábrica própria também deverá permitir um maior controle de qualidade e escalabilidade. Agora, a empresa envia cerca de 70% da receita em pó para as unidades finalizarem os sorvetes na loja, dispensando a operação de logística fria. Com isso, ele diz que a fábrica opera perto da capacidade mínima, facilitando a expansão.
“Hoje nós também terceirizamos alguns processos, como o da casquinha, por exemplo. Fechamos parceria com uma indústria para atender as nossas redes depois de um ano inteiro de implantação para eles desenvolverem produtos para a nossa marca. Já estamos operando assim e, com isso, eliminamos um possível gargalo na produção, já que esse item demanda processos mais complexos”, diz Krauze.
Adeus, baunilha
Além das novas unidades previstas para este ano, outra novidade para 2025 é a descontinuidade dos sabores mais tradicionais, como baunilha e chocolate. O novo cardápio traz opções que, inicialmente lançadas como sazonais, conquistaram o público e passam a integrar o menu fixo, como o pistache e o caramelo salgado.
De acordo com Krauze os sabores sazonais já representavam até 50% das vendas nas lojas. Em contrapartida, os sorvetes de baunilha e chocolate tendiam a fazer sucesso apenas nas primeiras semanas da operação de uma unidade, sendo logo substituídos pelos consumidores por outros sabores.
O empreendedor afirma que a decisão de mudar o cardápio está ancorada no branding da marca, que visa se posicionar e ser conhecida por trabalhar com sabores diferentes dos concorrentes. “Decidimos focar no que sabemos fazer de melhor, que é criar sabor, criar tendência e trazer inovação”, aponta.
Com um tíquete médio de R$ 25, a empresa projeta fechar o ano com um faturamento de R$ 8 milhões. O investimento inicial para uma loja da marca é a partir de R$ 269 mil, com um prazo médio de retorno de 24 meses.