De olho na busca pela conveniência, a rede de franquias farmacêuticas FarMelhor anunciou um investimento de R$ 1 milhão para desenvolver vending machines, que começarão a ser instaladas em até 60 dias. A ideia é que os primeiros 20 pontos, todos próprios, sejam dispostos em locais de alta circulação, como hospitais, estações de metrô, aeroportos, universidades, entre outros. A novidade foi antecipada a PEGN.
O movimento faz parte de um projeto de expansão iniciado pela FarMelhor no ano passado, quando passou a implantar franquias em atacarejos, aeroportos e outros pontos alternativos. Em 2024 o faturamento da rede foi de R$ 650 milhões, e a projeção é ter um crescimento de 13% em 2025. Hoje a marca tem 450 unidades em funcionamento. Agora, as vending machines são uma aposta para a empresa entrar no mundo das microfranquias — formato que demanda investimento inicial de até R$ 135 mil.
“Já temos negociações fechadas com clubes, faculdade, hospitais. Então, dentro dos próximos meses iniciaremos nossa operação. Vamos pilotar em pontos distintos, com fluxo e características diferentes, para que possamos levantar as informações e depois levar isso como um modelo de microfranquia”, explica o CEO da FarMelhor, Renan Reis.
As vending machines têm sido uma estratégia crescente dentro do sistema de franquias. Só nos últimos meses, marcas como Cacau Show e Multicoisas anunciaram formatos parecidos. No entanto, o formato da FarMelhor não precisa ser atrelado a uma loja existente, como o das duas marcas citadas.
Segundo Reis, a proposta tem o objetivo de contemplar a demanda por conveniência e oferecer comodidade aos clientes em pontos de grande circulação no país. Nesses locais, a marca oferecerá uma seleção de 50 produtos de higiene, primeiros socorros, vitaminas, cosméticos, identificada por meio de um sistema inteligente da empresa. Ou seja, a ferramenta fará o levantamento da demanda de consumo em cada estabelecimento.
“Queremos dar conveniência a esse cliente que está transitando no aeroporto, que está de passagem por uma rodovia. Vamos colocar produtos que vão ter saída e fazer sentido para esse público a partir da identificação dos perfis de consumo daquele local. Por exemplo, estamos fechando um ponto em um hospital e identificamos que o público busca creme dental, xampu, fralda geriátrica. Então, a gente adequa um mix de produto para aquela necessidade”, pontua.
O empresário ainda reforça que a oferta de produtos nas máquinas vai respeitar a legislação brasileira, que proíbe a venda de medicamentos isentos de prescrição (MIP) em vending machines. “Não vamos andar uma vírgula fora da legalidade no nosso negócio, não vamos fazer nada que a lei não nos permita fazer”, frisa.
Reis explica que o projeto é um teste para avaliar sazonalidade e demanda antes do início da expansão pelo sistema de franquias. Esse processo de experimentação será de seis meses. Com foco em microfranqueados, a projeção da FarMelhor é que o investimento total para abrir o negócio não ultrapasse R$ 50 mil. O CEO ainda explica que o modelo apresenta um custo mais baixo em comparação com outras opções de franquia da empresa. Uma loja de 70 metros quadrados, por exemplo, fica em torno de R$ 500 mil.
“Além do capital, o franqueado precisa indicar pontos ou locais de alto fluxo, porque ele tem que ter um relacionamento, seja com o síndico de um condomínio ou um gestor de um hospital para operar com a vending machine”, aponta.
Dentro desse modelo de negócio, o franqueado poderá recuperar o valor investido em, no máximo, um ano, de acordo com o CEO. Reis explica que a máquina contará com uma tela interativa lateral que permitirá a geração de receita adicional por meio de “retail mídia”, também conhecida como mídia de varejo, exibindo anúncios de produtos disponíveis na própria vending machine. Os franqueados serão responsáveis pela reposição dos itens.
“Como é tudo muito novo, temos estimativas de faturamento distintas para modelos diferentes, como hospitais, faculdades ou aeroportos, por exemplo”.
Franquias:
Novos modelos de loja
Além do projeto de vending machine, a FarMelhor tem investido em novos modelos de loja em atacarejos, rodovias e aeroportos. Atualmente, a rede conta com unidades dentro de varejistas como o Assaí e está em fase final de negociação com marcas nacionais e das regiões Norte e Nordeste.
Outra novidade da marca é a instalação de farmácias em contêineres e aeroportos. A primeira neste formato está prestes a ser inaugurada no Lago Azul, às margens da Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo. O modelo, que será operado pela franqueadora, servirá como piloto para análise de desempenho antes da abertura para novos franqueados.
A rede também já possui nove unidades em aeroportos, entre elas Guarulhos (SP), Galeão (RJ), Viracopos (SP) e Curitiba (PR). A expectativa da FarMelhor é fechar este ano com a abertura de 25 lojas em atacarejos, rodovias e aeroportos.
