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Este negócio de impacto fatura R$ 3 milhões com modelo autossustentável para apoiar ONGs

Fonte: Redação

Em 2015, com o objetivo de conectar e capacitar pessoas dispostas a “fazer a diferença”, Izadora Mattielo e Lorhan Caproni idealizaram a Phomenta, um negócio de impacto social que oferece soluções para fortalecer Organizações da Sociedade Civil (OSCs) – também conhecidas como Organizações Não Governamentais (ONGs) – por meio de educação em gestão e inovação, além de conexões com empresas e potenciais parceiros.

Formados em biologia e com experiência em ONGs, os empreendedores perceberam que muitos projetos de impacto enfrentavam dificuldades, sobretudo para manter uma gestão adequada da organização. Para solucionar o problema, decidiram estruturar um negócio que, a partir de apoio e orientação, criasse uma ponte entre quem precisa de ajuda e quem está disposto a ajudar.

Atualmente, o negócio trabalha em diferentes frentes, que permitem uma gestão autossustentável financeiramente. Entre as atividades, oferecidas de forma gratuita, estão programas de aceleração para ONGs, criação de conteúdo digital e voluntariado corporativo. Para angariar capital sem a dependência de doações, a empresa também trabalha com a venda de treinamento e consultoria para empresas, institutos e fundações empresariais ou familiares.

“O ecossistema de negócios de impacto está crescendo no Brasil, mas ainda existe um grande desafio com relação às possibilidades de modelo de negócio. No nosso caso, conseguimos oferecer serviços gratuitos graças às parcerias pagas, que viabilizam nossa operação”, explica Rodrigo Cavalcante, CEO da Phomenta.

Desde a fundação, e empresa já apoiou mais de 5 mil ONGs, sendo mais de 540 apenas em 2023, quando atingiram organizações de 25 estados e 212 cidades. De acordo com a Phomenta, a aceleração de ONGs consiste em um processo formativo focado na gestão, captação de recursos e inovação.

Com uma equipe de 28 pessoas, espalhadas por oito estados, em um modelo inteiramente remoto, a empresa desenvolve os programas com as organizações por meio do voluntariado corporativo – no qual empresas dedicam tempo, recursos e habilidades para causas sociais. Já passaram pela iniciativa marcas como Magalu, Petz e Johnson & Johnson – apenas esta última mobilizou, desde 2018, mais de mil colaboradores para o apoio de mais de 130 ONGs.

Apesar da presença de grandes organizações, as atividades de voluntariado corporativo não se restringem às empresas de grande porte. “Os programas são muito customizáveis, já fizemos ações com cinco colaboradores até mais de 400. Por exemplo, trabalhamos com uma agência de marketing que tinha menos de 30 funcionários e formamos uma equipe de 10 pessoas para ajudar uma ONG que trabalhava com pessoas em situação de altíssima vulnerabilidade social. Os colaboradores ajudaram a pensar em como comunicar com um público que, em parte, não conseguia ler. Esse é só um exemplo de um projeto pontual, feito da expertise de uma empresa relativamente pequena”, conta Cavalcante.

O programa de voluntariado corporativo é realizado de forma gratuita, e as ONGs atendidas são escolhidas a partir da combinação entre a demanda da organização e área de atuação priorizada pela empresa voluntária. Para isso, as ONGs interessadas devem fazer um pré-cadastro no site de Phomenta, que faz o convite para a participação quando surge um projeto compatível. A ação ativa do voluntariado dura de um a dois meses.

“Acaba sendo uma relação de ‘ganha-ganha-ganha’. O colaborador se beneficia desenvolvendo soft skills e habilidades emocionais, a ONG tem acesso a um conhecimento que ela poderia ter dificuldade de acessar pela falta de recursos e a empresa consegue gerar impacto social, engajar os colaboradores e mostrar para os consumidores e investidores que esse é um tema relevante e estratégico para ela”, aponta o CEO.

Em 2023, 303 voluntários corporativos foram mobilizados para o atendimento de 50 ONGs. Durante o ano, cada voluntário dedicou em média 16 horas ao trabalho dentro das organizações – do total, a maior parte é ligada a educação (28%), assistência social (21%), cidadania e defesa de direitos (10%), cultura e artes (10%) e direito das mulheres (10%). Desde que a Phomenta foi fundada, mais de 1,5 mil colaboradores de empresas se tornaram consultores de impacto de ONGs assistidas.

Na frente de oferta de serviços para empresas, institutos e fundações empresariais ou familiares, a Phomenta trabalha com a orientação sobre como gerar transformação em territórios — na cidade em que a instituição está localizada ou nas proximidades de uma fábrica, por exemplo — ou no apoio da gestão de causas prioritárias para o negócio, estabelecendo, inclusive, conexões com ONGs. Em 2023, a Phomenta alcançou um faturamento de R$ 3 milhões, e a expectativa é manter a média de faturamento anual.

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