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Empreendedores recuperam restaurante carioca e preveem faturamento de R$ 20 milhões neste ano

Fonte: Redação

Pão de alho com linguiça toscana. Pastel de coração de frango, pastel de maminha com queijo. Picanha com fritas, arroz e molho à campanha. Esses e outros quitutes estão no cardápio do Baixo Araguaia, rede de restaurantes que está em curva ascendente: além de uma unidade na cidade do Rio de Janeiro, possui uma loja em Armação dos Búzios, na região dos Lagos fluminense, e deve inaugurar mais dois pontos ainda neste ano.

O restaurante original data de 1980 e viveu dias de glória na Freguesia de Jacarepaguá, bairro da Zona Oeste da capital carioca. Era famoso pelas filas intermináveis e pela disposição da clientela de esperar vagar mesa. Foi decaindo com o tempo e, em 2023, Raphael Martins, 40 anos, e Daniel Bittencourt, 42, resolveram apostar na sua recuperação. Com outros dois sócios, Eduardo Bruno, 40, e Vinícius Chita, 42, compraram o Baixo Araguaia.

“Tinha sido um negócio muito bom, mas o antigo dono já passava dos 70 anos, estava cansado, querendo passá-lo adiante. Daniel e eu fizemos duas visitas. Na primeira, uma sexta-feira à noite, não havia nenhum cliente, nenhum barulho. Pedimos uma caipirinha e ela era supergostosa. Na outra vez, levamos a família e todos se surpreenderam com o atendimento cordial e com a comida boa. Mesmo com uma dívida de R$ 1 milhão, sentimos que havia potencial”, conta Raphael Martins.

A primeira providência foi dar uma repaginada na área externa do imóvel para mostrar ao público que algo havia mudado. Depois, inscreveram-se para participar do evento “Comida di Buteco” (concurso que premia os melhores petiscos dos botecos pelo Brasil). Martins conta que os sócios passavam no bar diariamente para falar com os clientes, explicar que eram os novos donos e dar sugestões de drinks e comidas.

“Criamos novidades, como a ‘Terça da Lagosta’, uma receita na brasa, premium, que pegou. Nas terças, o faturamento passou a ser igual ao das sextas”, conta. Outra inovação: chope e batata portuguesa distribuídos gratuitamente na fila de espera – para Martins, vale mais diminuir a margem do que perder o cliente e ele ir embora. E mais um agrado: a tradição da saideira por conta da casa. “Pediu o último drink, o Baixo Araguaia o oferece grátis, virou um compromisso público”, diz o empresário.

Eles ainda “reativaram” a agenda do estabelecimento. Se antes ele era conhecido por funcionar nos almoços nos finais de semana, passou a atender também durante a semana. “Deu supercerto: em quatro meses, saímos da dívida de R$ 1 milhão e começamos a distribuir lucros”, conta o empreendedor.

Negócios de alimentação:

Para Martins, isso foi possível graças aos três pilares que os sócios prezam: gestão de pessoas, investimento em marketing e respeito aos processos. “A primeira coisa que fizemos foi abraçar a equipe. Mantivemos 100% dos funcionários e resgatamos alguns que tinham deixado a empresa. Em relação ao marketing, que estava obsoleto e praticamente inexistia, investimos pesado nas redes sociais, levando nossa presença, no caso, eu, para mostrar nossa ‘casa’ humanizada. Ou seja, implantamos um marketing de convivência e de relacionamento”, explica Raphael Martins.

Por último, ele conta que criaram processos para garantir lucratividade, como o cuidado com as finanças, com fornecedores e tudo o que envolve a administração.

Crescimento, o caminho natural

A inauguração da segunda unidade, na icônica Rua das Pedras, em Búzios, em dezembro do ano passado, veio para consolidar o bom momento e o crescimento do negócio. De novo, os sócios renovaram um ponto que andava caído e o transformaram em mais um Baixo Araguaia.

A inovação, marca registrada dos empresários, também faz parte desse empreendimento. A ideia veio de uma viagem que Daniel Bittencourt fez a Florença, na Itália. “Lá, você bate em uma janelinha, toca a campainha e recebe uma taça de vinho na hora. Isso cria uma experiência diferenciada, e achei que poderíamos adaptar ao público brasileiro”, diz.

No Baixo Araguaia de Búzios também há uma janelinha por onde o cliente pede e recebe bebidas – o foco são vinhos, mas também saem de lá caipirinhas (as de pé de moleque, bala de tamarindo e jambu com limões são as mais famosas), cervejas e qualquer outra bebida do menu. “Virou um ponto turístico e os viajantes adoram tirar fotos ali, porque o local é totalmente instagramável”, conta Raphael Martins.

O empreendedor afirma que o Baixo Araguaia valoriza conceitos bem trabalhados. A janelinha é um deles. “Causa burburinho, faz os clientes pararem”, pontua. O espaço infantil, nos dois restaurantes, é outro destaque, porque conta com pedagogos para entreter a criançada. “Esse conforto para os pais é bastante importante para nós”, diz Martins.

A rede mira faturar R$ 20 milhões neste ano. Para chegar a esse resultado, conta com a inauguração de mais um ponto, desta vez, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, no próximo mês. Ainda em 2025, vão abrir uma loja no Shopping Nova Iguaçu, na região metropolitana do Rio. “Com nossa cultura e nosso jeito de fazer, nossos negócios vão ficando cada vez melhores”, afirma.

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