O mercado pet brasileiro movimenta bilhões e segue em expansão. Com um faturamento próximo de R$ 70 bilhões em 2023, o Brasil ocupa a terceira posição no ranking global do setor, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Aproveitando essa tendência, empreendedores estão explorando nichos inusitados dentro do segmento, desde animais exóticos até serviços personalizados de transporte e cremação.
Fernando Mendes e André Saldanha apostaram em um nicho específico ao criar um aplicativo chamado Meu Exótico voltado para o cuidado de animais não convencionais, como cobras sucuri. “O carro-chefe da empresa é o aplicativo, que organiza a rotina com o animal, traz informações e facilita o cuidado veterinário”, diz Mendes.
A ferramenta oferece alertas para troca de pele, alimentação e cuidados gerais, seguindo as regulamentações de posse de animais exóticos impostas por órgãos ambientais. O aplicativo já alcança um faturamento mensal de R$ 7 mil a R$ 8 mil. Além da ferramenta, a dupla desenvolveu um dispositivo que monitora temperatura, umidade e ventilação no recinto dos animais, ajustando luz e climatização conforme a espécie. “Ajuda a manter o ambiente do pet ideal, garantindo a qualidade de vida dos animais”, destaca Saldanha.
Outro empreendedor que encontrou uma oportunidade no mercado pet é Caio Lagrota, que largou o mercado financeiro para abrir o primeiro crematório pet de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, com um investimento inicial de R$ 850 mil. “Se você tem amor incondicional pelo seu animal, o fechamento da vida dele deve ser feito de forma digna”, afirma Lagrota.
O serviço inclui opções de personalização, como porta-retratos, urnas com cinzas e manutenção de mechas de pelo, permitindo que os donos guardem memórias de seus animais de estimação. O crematório fatura cerca de R$ 80 mil mensais.
A advogada Ludmilla Pereira encontrou um nicho promissor ao criar uma empresa de transporte especializado para animais de estimação, após a experiência pessoal de não conseguir uma opção confiável para transportar seu cachorro em uma emergência. Com um investimento de R$ 120 mil, Pereira desenvolveu um serviço que vai além do simples transporte, seus veículos são equipados com água filtrada, aromaterapia, tablets com desenhos animados e ar-condicionado.
Os empreendedores refletem a evolução do mercado pet, que cresce aproximadamente 10% ao ano no Brasil, impulsionado por consumidores cada vez mais exigentes em relação ao bem-estar de seus animais. “A chave está em oferecer produtos e serviços diferenciados que criem uma conexão com o cliente”, conclui Saldanha.
A reportagem completa foi ao ar no programa Pequenas Empresas & Grandes Negócios. Veja a seguir:
Empreendedores investem no mercado pet e faturam até R$ 40 mil por mês