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Empreendedora cria agência de turismo focada em viagens em família

Fonte: Redação

Formada em administração e com experiência em multinacionais, Claudine Blanco, 48 anos, começou a empreender com uma agência de viagem focada em destinos exóticos em 2001. Treze anos depois, a partir de uma necessidade pessoal de fazer viagens com seus filhos, ela teve a ideia de fundar uma nova empresa — focada em viagens com crianças. Batizado de Grupo Viajar, o negócio hoje também atende outras faixas etárias, mas mantém o foco em famílias.

“Depois que me divorciei e fui fazer a primeira viagem sozinha com os meus filhos, percebi que não havia crianças em destinos de natureza”, lembra. Mas a empreendedora sempre acreditou que seria possível reunir os gostos dos adultos e das crianças em um mesmo destino. “Em viagens, as famílias acabam se conectando de uma forma diferente, sem Wi-Fi, sem quartos diferentes. É um momento que não acontece no cotiano”, complementa.

Quando Blanco se divorciou, os filhos tinham por volta de nove anos e ela tinha vontade de levá-los para passeios que não tinham tantas crianças — Foto: Arquivo Pessoal
Quando Blanco se divorciou, os filhos tinham por volta de nove anos e ela tinha vontade de levá-los para passeios que não tinham tantas crianças — Foto: Arquivo Pessoal

Ela começou o novo empreendimento, então chamado de Viajar com Crianças, enquanto ainda era sócia da outra empresa, em 2014. Um dos principais desafios dessa nova aposta foi convencer os fornecedores da ideia que fugia do comum. “Por conta da minha experiência, eles estavam abertos a me ouvir. Mas precisei explicar muito bem a proposta e fazê-los acreditar que daria certo”, conta Blanco. No ano seguinte, ela saiu da sociedade da agência e passou a se dedicar integralmente ao novo projeto.

Mães empreendedoras:

Todas as viagens são personalizadas e contam com a presença de guias. “No meu outro negócio eu já movimentava a empresa para uma parte de consultoria. Sempre acreditei na importância da personalização, porque não tem como concorrer com grandes sites do setor”, opina. Além do roteiro, a agência oferece jogos e atividades que podem ser realizadas pelas crianças durante a viagem.

Para isso, ela conta com profissionais da área de pedagogia. “Os pedagogos orientam no sentido do que é possível oferecer em cada faixa etária, com personagens que contem as histórias de um local de forma lúdica, por exemplo”, explica Blanco.

A adaptação do itinerário varia de acordo com o destino. A empreendedora cita como exemplo uma visita a uma vinícola. Neste momento, os pais podem curtir a degustação, enquanto as crianças participam de um piquenique e andam de bicicleta nos arredores.

Com o tempo, o portfólio da empresa aumentou. Hoje, possui o Viajar com Adolescentes, que leva em conta a personalidade e os gostos de cada filho; e a Family Trip Magazine, uma plataforma de informações e dicas gratuitas para que as pessoas possam organizar suas próprias viagens. Com os novos braços, o negócio passou a ser chamado de Grupo Viajar.

Blanco conta que a plataforma, inclusive, foi desenvolvida durante a pandemia — já que não era possível organizar viagens. Fora isso, os serviços do período ficaram estagnados por alguns meses e voltaram com a flexibilização de viagens nacionais. “Eu trabalhava com destinos como Pantanal, Amazônia e Lençóis Maranhenses. Então, quando essas viagens foram liberadas aqui no Brasil, eu vendi muito”, lembra.

Além das viagens nacionais, alguns dos destinos comuns, segundo a empreendedora, são países da Europa e Ásia, África do Sul e Canadá. “A viagem que menos vendemos é para a Disney”, brinca.

A maior parte das vendas vem de viagens individuais, para apenas uma família, mas a empresa também realiza viagens em grupo para destinos como Patagônia, na Argentina, e Lençóis Maranhenses e Chapada Diamantina, no Brasil.

Recentemente, a empresa lançou o Viagens do Bem, que foca em roteiros que trazem algum tipo de conscientização social ou ambiental, por meio da visita a ONGs, por exemplo.

Segundo Blanco, as experiências viraram um produto de luxo. “Não no sentido de ostentar um hotel cinco estrelas, mas de ser uma experiência de verdade, de você vivenciar momentos diferentes”, diz. Assim, o negócio acaba atraindo um público de classe alta.

Apesar de não revelar o faturamento, a empreendedora conta que a expectativa para 2023 é fechar com um crescimento de 30% em relação ao ano anterior — o que equivale a um crescimento de 90% em relação ao faturamento pré-pandemia, em 2019. No próximo ano, a expectativa é manter o crescimento de 30%.

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