Ele vendia creatina de porta em porta e hoje tem empresa de R$ 250 milhões

Fonte: Redação

Em 2014, Yuri Abreu tinha acabado de ser demitido de uma multinacional de TI e descobriu que seria pai. Sem emprego e sem dinheiro, começou a vender creatina comprada a granel na Zona Cerealista de São Paulo. O início foi artesanal: ele embalava os produtos na casa da mãe, selava os pacotes com uma faca quente e entregava de moto, porta a porta. “Eu não tinha pretensão de montar uma empresa. Era uma forma de pagar as contas”, diz.

Logo depois do início, a demanda cresceu rápido. Primeiro entre os amigos da academia, depois pela internet, quando começaram a chegar pedidos de outros estados. Foi assim que começou a profissionalização do negócio e a saída do modo improvisado, com Abreu registrando a marca Soldiers e passando a emitir nota fiscal. A consolidação veio em 2016, quando as vendas migraram para o Mercado Livre. Um ano depois, o faturamento mensal já chegava a R$ 10 mil. “O que era um hobby virou um sustento, e depois um propósito”, diz o fundador.

A Soldiers nasceu com um modelo de venda direto ao consumidor (D2C), opção que, segundo Abreu, foi decisiva para o crescimento. “O D2C me permite ouvir quem realmente importa, que é o cliente. Cria relacionamento, não só transação”.

Em 2022, a empresa ganhou um impulso quando um laudo da Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) classificou a creatina da marca como a terceira mais pura do Brasil, atrás apenas de duas concorrentes que cobravam o dobro. “As vendas explodiram, crescemos 800% em um único dia. Foi a consagração do nosso trabalho”, conta. A Soldiers encerrou aquele ano com R$ 12 milhões em faturamento. Dois anos depois, o grupo alcançou R$ 250 milhões e projeta chegar a R$ 300 milhões em 2025.

O avanço foi acompanhado por um investimento em estrutura: a nova planta de Cajamar (SP), de 10 mil m², triplicou a capacidade de produção para 330 toneladas por mês. “Essa fábrica marca nossa virada de promissora para referência industrial”, diz Abreu. O projeto consumiu R$ 30 milhões, o dobro do previsto, e foi financiado integralmente com capital próprio. O espaço também abriga o programa “Soldiers de Portas Abertas”, que oferece visitas guiadas gratuitas à fábrica. “A confiança se conquista mostrando. Queremos que o público veja o cuidado que existe por trás de cada produto.”

Hoje, o Grupo Soldiers reúne três marcas: a Soldiers Nutrition, carro-chefe dos suplementos; a Next10, lançada em parceria com Neymar Jr.; e a SOWD, marca de moda esportiva liderada por sua esposa e sócia, Fabiula. “O consumidor quer mais do que performance, quer se sentir parte de um movimento. A SOWD nasce pra vestir com propósito”, diz.

Abreu resume o desafio de crescer rápido num mercado competitivo: “Aprendi que crescer é ótimo, mas crescer estruturado é essencial. A gente ainda está aprendendo, e o crescimento ensina. Quero que o Grupo Soldiers seja reconhecido como o principal ecossistema de saúde, performance e bem-estar do Brasil. Esse é só o começo.”

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Telegram
+ Relacionadas