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Ela empreendeu com reparos domésticos para mulheres, mas resolveu ensiná-las a fazer — e aumentou os ganhos

Fonte: Redação

Filha de marceneiro, a museóloga May Barros, de 38 anos, sempre foi encorajada pela família a manusear ferramentas e fazer alguns consertos dentro de casa, como trocar torneiras e até a resistência do chuveiro. Em 2016, ela resolveu empreender e oferecer o serviço exclusivamente para outras mulheres ao criar sua empresa de reparos domésticos, a Entre Minas, em Salvador (BA). O investimento foi de R$ 17 mil para dar início à empreitada.

Após dois anos à frente do negócio, Barros viu a possibilidade de compartilhar o conhecimento com as clientes e inseriu no escopo do negócio as oficinas de capacitação de manutenção residencial, pintura e marcenaria. A empresária conta que já ministrou aulas para mais de 49 turmas.

“Em 2018 percebi que tinha demanda. Toda vez que ia fazer atendimento residencial, eu sempre observava que as mulheres ficavam interessadas em saber como se manuseava a furadeira, como se trocava uma resistência, por exemplo. Então, quando ela vê uma mulher fazendo, meio que é uma representação, uma inspiração para ela”, afirma.

Além da ampliação de serviços da empresa, Barros destaca que a ideia das oficinas também nasceu do desejo genuíno de potencializar e incentivar outras mulheres a fazerem o que quiserem na vida. A empresa ainda possui oficinas especiais para as crianças.

“Eu era até questionada no início porque as pessoas falavam: ‘Ah, mas se você ensina, não vão te chamar para fazer, não vai ter mais trabalho para você’. Mas as oficinas também perpassam por uma questão política, porque enquanto os homens se fortalecem, as mulheres estão rivalizando com as outras. Então, quero desconstruir isso e mostrar que a gente pode se unir e aprender umas com as outras”, ressalta.

A realização das oficinas levou a empresária a ministrar aulas em outros estados do país e até no exterior, e impulsionou o faturamento da empresa. Barros conta que o montante aumentou quatro vezes em comparação a quando criou o negócio. “No início, eu tirava, em média, uns R$ 3,8 mil por mês, mas foi bem no começo. Hoje, o valor aumenta de três a quatro vezes”, diz.

Alunas inscritas na oficina de manutenção residencial da Entre Minas — Foto: Reprodução/Instagram
Alunas inscritas na oficina de manutenção residencial da Entre Minas — Foto: Reprodução/Instagram

Com inscrições abertas para março e abril, as oficinas custam entre R$ 180 e R$ 380 e acontecem na sede da Entre Minas, que fica localizada no bairro do Garcia, região central da capital baiana. “A Entre Minas tem oficina de manutenção residencial, marcenaria básica e intermediária, pintura e marcenaria infantil. A demanda é maior para a de manutenção residencial, que tem dois módulos”, detalha.

A agenda intensa de oficinas obrigou Barros a pausar os serviços de reparos em outubro de 2024, uma vez que ela administra sozinha todas as demandas da Entre Minas. Contudo, ela diz que a empresa contrata funcionárias temporárias para a realização dos serviços de manutenção residencial.

Os planos para o futuro incluem expansão e até novas parcerias. “Mantive uma sociedade em 2019 que não foi boa, mas estou aberta a novos tipos de investimentos, a pessoas que acreditem na proposta. Também tenho a vontade de criar franquias porque já fiz algumas oficinas em Belo Horizonte, Brasília, Recife e até em Buenos Aires”, projeta.

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