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Dealerspace faz 3ª aquisição em 8 meses; Voa Health capta cheque de US$ 3 milhões: os destaques da semana no ecossistema

Fonte: Redação

A semana foi movimentada no ecossistema. Entre os M&As anunciados, um destaque é a Dealerspace, plataforma de marketing e vendas para o mercado automotivo, que realizou sua terceira aquisição em oito meses. A escolhida para a compra foi a F&I Brasil, de financiamento e seguros para automóveis.

No quesito aportes, a Voa Health, que utiliza inteligência artificial para automatizar a rotina de profissionais de saúde, garantiu um cheque de US$ 3 milhões em rodada seed liderada pela Prosus Ventures.

A semana também contou com um desdobramento do caso dos contratos de exclusividade do Wellhub, com um novo parecer do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

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M&A

Dealerspace. A plataforma de marketing e vendas para o mercado automotivo, criada pela Bolt Software, anunciou a compra da F&I Brasil, de financiamento e seguros para automóveis, marcando sua terceira aquisição em oito meses – o valor não foi revelado. A transação visa integrar os principais sistemas de gestão da indústria de concessionárias em uma única plataforma, incluindo soluções de CRM, pós-venda, inteligência artificial e, agora, financiamento e seguros. A aquisição faz parte dos planos da Dealerspace para expandir suas operações e consolidar sua presença em mais de 60% das concessionárias do Brasil, além de explorar novas oportunidades em fintech e originação de crédito inteligente.

Selbetti. A empresa de tecnologia retomou a agenda de aquisições e fez a primeira compra de 2025: a escolhida foi a Euax, consultoria de gestão empresarial e transformação digital, com 20 anos de atuação e presença nos setores automotivo, cosméticos, energia e eletrodomésticos, entre outros. A Selbetti almeja um crescimento de 30% no faturamento neste ano, ancorado pelo crescimento do portfólio de soluções. Esta foi a 41ª aquisição da história da empresa, e o valor da transação não foi revelado.

Adentro. A startup deu início ao seu plano de expansão para 2025 com a aquisição da Machado TI, empresa de tecnologia com 10 anos de experiência. O M&A trouxe uma carteira de mais de 40 clientes e 10 novos colaboradores para o time, incluindo especialistas em segurança digital e infraestrutura tecnológica. O movimento deve trazer um acréscimo de 10% na receita – o faturamento para 2025 deve superar R$ 40 milhões. O valor da transação não foi divulgado.

CBYK. A empresa de serviços multidisciplinares adquiriu a Weonne, especializada em marketing de performance, para fortalecer sua posição no mercado e expandir seu portfólio de soluções. Com a integração, a CBYK projeta um crescimento de 15% no faturamento, o que representa R$ 20 milhões adicionais no primeiro ano. A aquisição, que não teve o valor revelado, visa acelerar o crescimento da empresa, ampliando suas capacidades em inteligência artificial, automação e otimização de performance digital.

Aportes

Voa Health. A assistente de inteligência artificial voltada para a automação da documentação clínica para profissionais de saúde levantou US$ 3 milhões (em torno de R$ 17 milhões) em uma rodada seed, liderada pela Prosus Ventures. A startup, lançada há menos de um ano, já conta com mais de 20 mil médicos cadastrados. A proposta é ajudar a economizar tempo dos profissionais de saúde. Com uma receita anualizada de R$ 2,5 milhões, a Voa projeta alcançar R$ 12 milhões em 18 meses. O aporte será direcionado para desenvolvimento do produto, expansão do time e fortalecimento das estratégias de marketing e canais orgânicos.

Festpay. A fintech que oferece soluções de pagamento para cantinas escolares captou R$ 1,8 milhão em uma rodada com 61 investidores da plataforma Investidores.vc. A solução que a startup oferece é integrada às máquinas de cartão já existentes, com funcionalidades como recarga antecipada, controle de estoque, QR Code, pulseiras de pagamento por aproximação e reconhecimento facial, permitindo transações rápidas e sem filas. O aporte será utilizado para acelerar vendas, fortalecer a marca e incorporar novas funcionalidades.

Lá fora

Google. A big tech anunciou nesta semana a aquisição da startup israelense de cibersegurança Wiz por US$ 32 bilhões (R$ 181 bilhões na conversão atual). É a maior transação da história da Alphabet, controladora do Google. Após uma proposta rejeitada no ano passado e algumas tentativas de IPO, a negociação foi fechada sem troca de ações, com o pagamento integral da quantia. A aquisição visa fortalecer segurança na nuvem, especialmente frente aos produtos de Amazon e Microsoft. A operação ainda precisa de aprovação regulatória e deve ser finalizada apenas em 2026, após análise antitruste.

AstraZeneca. A biofarmacêutica firmou um acordo definitivo para adquirir a EsoBiotec, startup belga de terapias celulares para tratamentos de câncer e doenças autoimunes, com resultados em minutos. O M&A, no valor de até US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões), deve ser concluído no segundo trimestre deste ano e está sujeito a aprovações regulatórias. Com a aquisição, a AstraZeneca pretende expandir as terapias celulares e torná-las mais acessíveis globalmente.

Movimentações

Novo capítulo. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tomou uma decisão desfavorável ao Wellhub (antiga Gympass) nesta quarta-feira (19/3) em relação ao tópico de exclusividade entre plataformas e academias. O órgão concluiu que o unicórnio não cumpriu o acordo firmado em 2022, que impôs um limite para a prática, e portanto determinou o encerramento dos contratos de exclusividade vigentes e impediu novos acordos nesse molde. O imbróglio teve início em 2020, quando a concorrente TotalPass fez uma denúncia sobre o modelo de exclusividade adotado pela então Gympass. No ano passado, as redes Tecfit e PowerLife voltaram ao Cade para acusar o descumprimento do acordo e a investigação foi reaberta no fim de 2024.

Em nota, o Wellhub afirmou que sempre atuou dentro dos parâmetros determinados pelo órgão regulador. “Fomos informados pelo Cade de reclamações pontuais. Tais reclamações não foram apontadas de forma clara para que pudessem ser sanadas. O próprio termo prevê que o Wellhub teria a oportunidade de corrigir eventuais falhas em sua conduta antes que fosse declarado o descumprimento. Essa possibilidade não foi aberta. No entanto, continuamos comprometidos em contribuir com a ampla concorrência e crescimento do mercado e dispostos a dialogar com o Cade, buscando aprimoramentos”, diz o texto.

Celero. A plataforma de gestão financeira para pequenas e médias empresas se tornou a primeira fintech contratada pela Caixa Econômica Federal no modelo de Contrato Público para Solução Inovadora. O valor do edital é de até R$ 1,6 milhão. A parceria consiste na integração da tecnologia da Celero ao gerenciador do banco para pessoas jurídicas, adicionando a camada de gestão financeira ao transacional já disponível no internet banking da estatal. A solução permitirá que empresários tomem decisões mais informadas, simplificando processos financeiros e oferecendo produtos personalizados, a partir do uso de inteligência artificial.

Write-off

O mercado de inovação envolve riscos e, em um cenário de capital mais restrito, a mortalidade tende a crescer – nos últimos meses, startups como Mercado Diferente e Plure encerraram suas operações. Quando as empresas captam investimento externo, o processo de encerramento de atividades contempla o write-off, que é a remoção do investimento do balanço financeiro dos investidores, indicando que não haverá retorno do capital. Esse processo ocorre quando eles reconhecem que a startup não tem mais chances de gerar receita, e o valor da empresa é reduzido a zero no portfólio.

Em entrevista a PEGN, fundadores como Paulo Guidugli, da Wanda, e Isaac Matzner, da Teddy, compartilham suas experiências, apontando que o fechamento de uma startup é uma decisão difícil, frequentemente marcada pela ilusão de que o sucesso pode acontecer a qualquer momento. Também conversamos com especialistas para explicar o processo. A matéria completa pode ser acessada neste link.

Oportunidades

Clima. O Centro Internacional de Pesquisa em Inteligência Artificial (IRCAI) e a Amazon Web Services (AWS) abriram inscrições para o Compute for Climate Fellowship 2025, programa que financia programas de pesquisa e desenvolvimento de startups que usam computação avançada em nuvem e IA para combater as mudanças climáticas, com olhar especial para soluções de povos indígenas. 20 startups do mundo serão selecionadas. As inscrições devem ser feitas pelo site até 6 de abril.

Clima 2. O InovaClima Brasil está com inscrições abertas para acelerar soluções de descarbonização e transição energética ou agricultura sustentável. Seis soluções por região do país serão solucionadas para participar da aceleração gratuitamente e receber mentorias, networking e ter acesso a investidores e potenciais parceiros. Interessados podem se inscrever pelo link até 31 de março.

Aceleração. O Fundo Soberano do Estado do Espírito Santo (FUNSES1) vai realizar a nona edição do seu programa de aceleração, em parceria com o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), a Quartzo Capital e a ACE Ventures. A iniciativa busca acelerar e investir em empresas com alto potencial de crescimento. Startups de fora do Espírito Santo precisam mudar a sede fiscal para o estado para receber o aporte de até R$ 800 mil. As inscrições se encerram na próxima segunda-feira (24/3) e podem ser feitas pelo site.

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