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‘Criamos uma nova narrativa de Brasil’, diz Ingrid Barth, presidente da Abstartups, sobre o Startup20 no país

Fonte: Redação

Quando Ingrid Barth, presidente da Associação Brasileira de Startups (Abstartups) começou a falar sobre as reuniões do Startup20, fórum de discussão sobre o ecossistema de inovação entre os países do G20, há cerca de um ano, ela pontuou a janela de oportunidades que o Brasil teria para vender o seu potencial. Agora, com o encerramento das reuniões no país, ela considera que o saldo foi positivo, mas que algumas sementes ainda demorarão a mostrar os frutos.

“Tem muita coisa que não vamos ver agora, que é de longo prazo, mas o meu propósito foi cumprido: apresentar o Brasil para os brasileiros, abrir as portas para a Amazônia, o Rio de Janeiro, o Recife, não apenas São Paulo. Eu acho que isso teve um impacto gigantesco que vai reverberar cada vez mais”, afirma em entrevista exclusiva a PEGN durante o último evento do Startup20 no país, na capital paulista.

Como exemplo do impacto, Barth citou o Amapá, que recebeu o evento inaugural no Brasil, em fevereiro. Lindomar Góes, fundador da Proesc e presidente da Associação Amapaense de Tecnologia (Amapatec), afirma que o ecossistema regional viu um crescimento expressivo de startups desde a reunião, saindo de 41 para 189 empresas de base tecnológica. Um antigo hotel abandonado há 10 anos será transformado pelo governo do estado em um hub, com previsão de inauguração em 2025.

Barth conta que se tornou conselheira da Rede Amazônica, emissora afiliada da Rede Globo na Região Norte e criadora do Hub Rede, que inaugurou em Macapá e pretende replicar o formato nos outros estados em que opera. “Estamos construindo a governança dos programas de aceleração. O primeiro será preparar as startups, principalmente de transição energética e clima, para a COP-30”, comenta.

A presidente da Abstartups também ressalta que o ecossistema brasileiro recebeu atenção dos outros países do G20. Durante o evento em São Paulo, a delegação da Arábia Saudita compareceu em peso, com a presença do príncipe Fahad Bin Mansour Bin Nasser Bin Abdulaziz AlSaud. Barth revela que, além da capital paulista, a comitiva visitou também o Rio de Janeiro e o Mato Grosso.

“Eles estão interessados no Brasil e isso demonstra que a gente está aparecendo. Não somos mais o país do futuro, acho que já está acontecendo e para mim isso é muito claro, é o grande saldo. Criamos uma nova narrativa de Brasil”, afirma. Índia, Turquia e Estados Unidos também foram citados por Barth como delegações que se aproximaram do ecossistema nacional em busca de intercâmbio de vocações.

O que é o Startup20

O Startup20 é um fórum de debates sobre o ecossistema de inovação. Quatro eventos foram realizados no Brasil, país-sede do G20 em 2024. Grupos de trabalho, chamados de task forces, se reuniram por quatro meses para discutir os principais temas, a partir de três eixos: ESG, investimento e regulação e políticas públicas. As considerações serão resumidas em um documento que será entregue à cúpula do G20 antes da reunião, marcada para 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.

“É na carta dos líderes que vamos ver o que eles chancelaram do nosso documento. Quanto mais coisas eles colocarem é melhor, porque isso ajuda a sedimentar e criar um movimento, levando isso com mais força para as próximas reuniões, na África do Sul”, comenta. Em primeiro de dezembro, o Brasil passa o bastão para o país africano, que exercerá a presidência do G20 em 2025.

Além do encerramento do ciclo do Startup20, Barth está chegando ao fim do seu mandato como presidente da associação. Primeira mulher eleita presidente da Abstartups, ela declarou que não vai concorrer à reeleição, mas que vai apoiar um candidato. Ela também vai voltar a empreender, lançando outra fintech – Barth foi uma das fundadoras da Linker, banco digital focado em PMEs, comprada pela Omie em 2021.

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