Nesta terça-feira (11/3), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu os voos da Voepass por falta de segurança nas operações. A estimativa é de que 1.908 clientes tenham sido impactados e 34 voos cancelados.
Uma das mais antigas companhias aéreas brasileiras, a empresa anteriormente conhecida como Passaredo tem 29 anos de operação, que foram marcados por eventos como recuperação judicial e a tragédia em agosto de 2024, quando 62 pessoas morreram após a queda de um avião em Vinhedo (SP).
A empresa foi fundada em 1995 por José Luiz Felício, com foco em aviação regional. O empresário também era dono da companhia de transporte rodoviário Viação Passaredo, fundada em 1978.
Em 1994, a empresa expandiu sua frota com dois Airbus A310. No ano seguinte, fez uma associação com agências de turismo e passou a fazer voos fretados para o Nordeste do Brasil e para o Caribe.
A Passaredo suspendeu suas atividades por dois anos, em 2002, alegando dificuldades financeiras. Quando os voos voltaram, a empresa, que tinha pelo menos 17 jatos da Embraer operando em sua frota, retomou o seu crescimento.
O pedido de recuperação judicial veio em 2012. Com uma dívida estimada em R$ 150 milhões, a Passaredo teve que demitir mais de 200 colaboradores. O plano com os credores foi concluído cinco anos depois.
Em 2019, a Passaredo comprou a MAP Linhas Aéreas, criando a Voepass Linhas Aéreas.
A queda de um avião da Voepass, em 9 de agosto de 2024, foi o maior desastre aéreo da aviação brasileira em 17 anos. 62 pessoas morreram no acidente. A aeronave era um ATR 72-500 que decolou de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP). Segundo o g1, a queda do avião é investigada pela Força Aérea Brasileira, por meio do Cenipa. Também há duas investigações em paralelo, das polícias Federal e Civil.
Após a suspensão pela Anac nesta terça-feira, a Voepass afirmou que sua frota é “aeronavegável e apta a realizar voos seguindo as rigorosas exigências de padrões de segurança”. “Essa decisão tem um impacto imensurável para milhares de brasileiros que utilizam a aviação regional todos os dias e contam com seu serviço, por isso, [a empresa] colocará todos seus esforços para retomar a operação o mais breve possível”, disse a organização em nota enviada ao jornal O Globo.