Um hobby da pandemia acabou se tornando um negócio para o empresário de comunicação Rafael Falaguasta, 36 anos. Durante a quarentena, ele começou a fazer pizzas em casa para se entreter. Assava, fotografava, postava e provava. “Eu divulgava no Instagram mesmo as que não davam certo. A primeira ficou toda torta”, lembra. A bricadeira ficou séria, e hoje ele é dono da rede de franquias Falaguasta, que já faturou R$ 10 milhões em 2023.
O empreendedor conta que, aos poucos, começou a presentear amigos com seus experimentos e a receber algumas poucas encomendas por delivery. No início, as pizzas eram feitas no forno do próprio apartamento de Falaguasta, em Ribeirão Preto (SP). Em 2021, ele viu a necessidade de investir R$ 6,5 mil em um forno maior, que levou para a casa de seu pai.
Franquias:
Falaguasta, que também é dono de uma agência de marketing, afirma que aprendeu tudo que sabe em vídeos no YouTube e programas de culinária. “Virava a madrugada assistindo a vídeos de profissionais e chefs italianos”, diz.
Um dia, colocou uma “caixinha” para encomendas em seu story no Instagram, esperando receber 15 pedidos, no máximo. “Entreguei 60 pizzas naquele dia.” Foi quando percebeu que não dava mais para chamar o que fazia de hobby: era hora de virar um CNPJ.
Em março de 2021, uma semana após começar as vendas, contratou um pizzaiolo e levou o negócio para o quintal da agência. A localização facilitava o acesso de motoboys. Em agosto daquele ano, o empreendedor abriu a Casa Falaguasta em um antigo buffet infantil da cidade. O espaço já vinha com área kids, cadeiras, mesas e cozinha montada.
A partir dali, foi adquirindo mais pontos que podiam funcionar como dark kitchens. Hoje, a marca conta com seis unidades em funcionamento.
No ano passado, a rede faturou R$ 2 milhões com a Casa Falaguasta, uma dark kitchen rodando e outra inaugurada em dezembro. Neste ano, Falaguasta formatou o modelo para se tornar franquia, e a primeira unidade no modelo abriu as portas em julho, em Sertãozinho (SP). Com as lojas próprias abertas já maturadas e as inaugurações, o faturamento deste ano está batendo os R$ 10 milhões.
Falaguasta diz que sabia que seria necessário se diferenciar para ter uma fatia do já congestionado mercado de pizzarias. De acordo com estimativa da Associação Pizzarias Unidas do Brasil (Apubra), existem mais de 90 mil negócios do gênero em atividade no país.
Dessa forma, além das receitas feitas com produtos nobres, uma das primeiras apostas foi investir em branding, com apoio a times de futebol, marketing em redes sociais e parcerias com influenciadores, entre outros. “As maiores franquias em operação no país são internacionais, como Domino’s e Pizza Hut, mas esse não é o principal tipo de pizza que o brasileiro consome. Temos oportunidade de nos destacar”, diz.
Para o próximo ano, o empreendedor pretende abrir cinco novas unidades nos estados de São Paulo e Minas Gerais. O plano é ter 45 pizzarias em funcionamento até 2028. O investimento inicial para se tornar um franqueado no modelo Express é a partir de R$ 250 mil. Outro plano é expandir o formato da Casa Falaguasta, que também serve massas e risotos. O aporte neste modelo é a partir de R$ 1 milhão.
